- Filho, seu pai não resistiu ao infarto e nos deixou. – Foram às últimas palavras de Sayuri mãe de Shiroshika no telefone.
A notícia trágica foi recebida, o olhar perdido de Shiroshika com lagrimas pelo impacto da perda, reagiu rapidamente correndo com todas suas forças, sentou em uma praça exausto com a cabeça baixa e ainda chorando, seu pai Hiroshi foi um homem sério, mas amoroso com a família, fazia longas conversas com o filho sobre o futuro e batalhava para que tivessem o necessário para viver.
- Estou aqui para você. – Envolvendo Shiroshika em um abraço, Kuroshishi chegou dizendo. – Me diga o que precisa.
- Meu pai morreu. – Respirando fundo e dizendo baixinho. – Sinto uma dor tão grande no peito. – Abraçou o namorado mais forte.
- Sinto muito pela sua perda meu amor. – Kuroshishi disse confortando-o.
- Preciso ir até Osaka, como filho mais velho e único farei os preparativos para o funeral. – Limpando o rosto Shiroshika falou.
- Me deixe ir com você. – Kuroshishi acariciou o rosto dele.
- Minha mãe e meus parentes são conservadores, temo que não possa apresenta-lo para eles como meu namorado. – respondeu Shiroshika com expressão mais triste.
- Fique tranquilo, serei seu amigo que foi lhe apoiar. – Kuroshishi sorriu com expressão motivadora. – Com o tempo podemos mostrar para eles que nosso relacionamento é sério.
- Você não se importa de esconder nossa relação? – Shiroshika segurou nas mãos dele e lhe olhou nos olhos.
- Me importo com você e quando se sentir seguro em falar para sua mãe quem escolheu para amar. Leva tempo para entenderem e as famílias ainda são bem tradicionais. – Kuroshishi respondeu confiante.
- Eu te amo! – Shiroshika sorriu. – Sou grato por sua compreensão.
- Eu te amo! E agora preciso lhe apoiar nessa situação. – Kuroshishi se levantou e segurou em sua mão. – Vamos fazer as malas e pegar ônibus até sua cidade natal.
- Temos que tomar cuidados para não suspeitarem. – Shiroshika se levantou devagar e apertou a mão do namorado.
- Fique tranquilo, esqueceu que sou das artes? Vou usar bem minhas habilidades de atuação. – Sorriu Kuroshishi colocando o braço no ombro dele.
- Bobo! – Sorriu Shiroshika.
Shiroshika e Kuroshishi foram para seus dormitórios se preparem para a viagem. Avisaram os amigos que ficariam alguns dias fora e se encontraram algumas horas depois no terminal de ônibus, onde embarcaram e seguiram para Osaka. Não era uma viagem demorada e logo estariam na casa de Shiroshika.
A noite estava chegando e deitado na cama do dormitório de medicina, Fenikkusu olhava para o teto perdido entre pensamentos, em seguida ouviu batidas na porta e foi atender.
- Oi querido! – Māmeido sorriu com algumas sacolas na mão. – Trouxe algumas coisas para fazermos um jantar juntos, já que seu amigo foi viajar, pensei em não deixa-lo sozinho.
- Nossa, você não me avisou que viria. – Fenikkusu abriu surpreso. – Grato pela preocupação.
- Não gostou da surpresa? – Māmeido foi tirando o sapato e calçando uma sandália de visita. – Podemos fazer em outro momento se preferir.
- Não é isso. – Fenikkusu foi ascendo às luzes do quarto e sentando-se à mesa. – Estava aqui pensando na perda do meu amigo e também sobre vidas passadas e como nos encontramos nessa existência.
- Sim, uma grande perda para Shiroshika, mas meu amigo esta indo com ele e vai ajuda-lo, esta em boas mãos. – Sorriu Māmeido colocando as coisas na pia, vestiu um avental e foi lavando as verduras. – Sobre nossas vidas passadas não pense muito sobre, mas importante é viver o agora.
- Que bom que ele tem o Kuroshishi ao seu lado, no inicio não gostava muito dele com meu amigo, mas depois não consigo imaginá-los separados. – Se levantou Fenikkusu e foi ajudar na comida.
- Eu compreendo, no inicio tínhamos também certo atrito, mas depois tudo ficou claro e nos apaixonamos. – Māmeido colocou o avental nele.
- Sim, sobre isso é que estava pensando. – Fenikkusu ficou com expressão séria. – Nos gostamos por causa do sentimento de Bolsajo e Shinigami ou por sermos quem somos agora? Você me ama porque tenho a alma de Bolsajo?
- Eu... eu amo... – Māmeido estava com o olhar confuso e foi interrompido.
- Esta vendo, você não tem uma resposta direta. – Fenikkusu tirou o avental e caminhou até a janela. – Acho que devemos dá um tempo para entender.
- Você me surpreendeu e não consegui articular o pensamento pelo impacto da pergunta. – Māmeido parou o que estava fazendo e desamarrou o avental e pendurou em um gancho. – Talvez devemos mesmo dá esse tempo como sugeriu, tudo bem nos sentirmos confusos.
A resposta de Māmeido surpreendeu Fenikkusu que continuou de costas olhando pela janela, enquanto seu namorado se despediu e foi embora. Quando a porta bateu Fenikkusu caiu sentando olhando para o céu e começou chorar, Māmeido desceu as escadas sério, caminhou com passos lentos olhando para o céu e lágrimas escorriam do seu rosto em silêncio.
Shiroshika vinha olhando pela janela do ônibus, lembrando-se dos bons momentos que teve com seu pai, algumas lágrimas surgiam no rosto, enquanto Kuroshishi cochilou no seu ombro. Não demorou em chegarem ao terminal em Osaka, já era noite.
- Acorde! – Shiroshika disse suavemente tocando no rosto dele.
- Já chegamos querido? – Kuroshishi respondeu coçando os olhos e se corrigiu. – Desculpe por falar "querido", vou tomar mais cuidado para que dê tudo certo.
- Vamos conseguir! – Shiroshika sorriu motivando-o. – Quando voltarmos para Kyoto poderá me chamar muitas vezes de "querido". – sorriu ele.
Os dois riram juntos e desceram do ônibus, agindo como bons amigos, pegaram um taxi para a casa de Shiroshika e foram recebidos por parentes pois, Sayuri estava sentada ao lado do corpo do marido, com o olhar vazio.
- Mãe, estou aqui! – Shiroshika foi até ela e a abraçou sendo correspondido.
- Filho, que bom que conseguiu vir rápido. – Sayuri tocou no rosto do filho com carinho, que agora estava ajoelhado perto dela. – O ciclo do seu pai aqui concluiu, mas sinto uma dor tão grande.
- Também sinto essa dor mãe, mas vamos nos apoiar agora, estou aqui. – Shiroshika falou confiante e tentando agir de maneira forte.
Kuroshishi ficou observando de pé com as mochilas nas mãos como o seu amado estava agindo de forma madura e firme e ficou emocionado com a relação de mãe e filho.
- Quem é este moço bonito que veio com você? – Sayuri tentou buscar um leve sorriso em sua dor para o visitante.
- Perdão senhora, sou o Kuroshishi, um amigo do Shiroshika na universidade, sinto pela perda de vocês. – Kuroshishi fez uma reverência em respeito e olhou com carinho para o namorado.
- Um amigo? – Sayuri observou o olhar. – Agradeço por cuidar bem do meu filho e sua preocupação em acompanha-lo, fico feliz pela amizade, por favor continue cuidando bem dele.
- Vou cuidar senhora! – Kuroshishi respondeu com respeito e Shiroshika olhou para ele também com carinho.
- Filho, leve suas coisas e seu amigo para seu quarto, cuide bem da visita. – Sayuri tocou nos cabelos do filho.
- Eu já volto mãe! – Shiroshika se levantou e guiou Kuroshishi através dos cômodos simples de sua casa.
Chegando ao quarto, Shiroshika colocou as mochilas na cama, encostou a porta e chorou, aquela fortaleza que mostrou para sua mãe estava por alguns instantes vulnerável, Kuroshishi o abraçou e o consolou, dizendo que estava ali por ele e podia chorar. De repente um barulho fora do quarto, eles se olharam assustados e ao abriram a porta perceberam que alguém havia ouvido eles.
No próximo episódio: Seguem os ritos do funeral. O segredo foi descoberto. Uma nova ameaça surge em Kyoto.
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Kuroshishi no kisu - O Beijo do Leão Negro (Português)
RomansaQuando dois imortais cujo amor era proibido tentaram ficar juntos, a única saída que tiveram foi a morte na esperança de renascerem em outra época onde seu amor fosse aceito.