- Você acha que alguém nos ouviu? – sussurrou Kuroshishi. – Seremos expostos. – Colocou as mãos no rosto preocupado.
- Fique tranquilo – Shiroshika tirou as mãos de Kuroshishi do rosto e sorriu. – Tudo bem se descobrirem, decidi que vou contar para minha mãe. – disse confiante. – Eu te amo.
- Eu também te amo. – Admirado com a postura do namorado. – Tudo vai ficar bem se nos apoiarmos. – Abraçou Shiroshika.
Kuroshishi e Shiroshika saíram do quarto e foram para a sala observando ao redor para vê se alguém os olharia estranho, mas tudo parecia normal. Sempre próximo da mãe, Shiroshika estava sendo um apoio importante para a situação, não demostrando fraquezas, pois sabia que alguém iria lhe apoiar quando precisasse. Kuroshishi o observava de longe com admiração e ajudava servir os que estavam presentes.
A noite seguia triste, Shiroshika dormiu perto da mãe no sofá ao lado do corpo do pai, Kuroshishi disfarçadamente observou se tinha alguém olhando e os cobriu com um cobertor e foi dormir um pouco no quarto, Sayuri viu, mas continuou dormindo. O dia amanheceu e os ritos do funeral continuaram, Kuroshishi estava sempre ao lado do namorado e sua mãe, mantendo o disfarce, pois aparentemente quem os ouviu não disse nada. Chegou o momento do cortejo até o local que seria realizada a cremação do pai de Shiroshika, um momento marcado por grande tristeza.
Em Kyoto, sendo final de semana, a universidade também ficava aberta para uso do campo de futebol, quadra e piscina, Māmeido acordou cedo e decidiu que ia nadar, estava com a cabeça cheia e ainda triste com a decisão do namorado em dá um tempo no relacionamento. Chegando lá, trocou de roupa do vestiário e olhou no celular para vê se tinha alguma mensagem de Fenikkusu e foi nadar, estava sozinho. Após algum tempo, começou ter flashes de memoria da vida passada e algo extraordinário aconteceu, sua calda apareceu e ficou desesperado por medo de alguém chegar.
Fenikkusu também acordou cedo, estava pensando na noite anterior e em Māmeido, tomou café e ficou olhando para a janela, por alguns instantes algumas memorias do tempo que foi Bolsajo vieram em sua mente e sentiu que precisava ir à universidade, não sabia por quê. Então se vestiu e apenas ouviu sua intuição que o levava para a área da piscina.
Māmeido estava sentando na beira da piscina tentando secar a calda, mas como não conseguia se acalmar ela não desaparecia, ouviu um barulho de alguém abrindo a porta, tentou se cobrir com a toalha e a porta foi se abrindo.
- Tem alguém ai? – disse Fenikkusu
- Por favor não entre! – Māmeido respondeu não reconhecendo a voz dele, pois estava em pânico.
- Māmeido? É você? – Fenikkusu foi entrando.
- Fenikkusu? – falou menos preocupado. – Por favor, me ajude.
Quando Fenikkusu o viu com calda foi rapidamente até ele.
- Fique calmo Māmeido, vou te ajudar! Vi que tem estudantes vindo para cá. – abaixou e colocou a mão sobre as escamas. – Vou tentar se rápido.
Em silêncio Māmeido apenas observou seu amado lhe ajudando e ficava mais apaixonado mesmo que não estivessem juntos no momento. O poder do fogo foi invocado e emitindo calor mais intenso das mãos Fenikkusu conseguiu aos poucos devolver as pernas para ele. Não demorou em outros estudantes chegarem, mas tudo estava normal, saíram conversando e disfarçando.
- Nem sei como te agradecer, como sabia que eu precisava de ajuda? – Māmeido questionou buscando um leve sorriso.
- Está tudo bem, precisamos mesmo manter o segredo. – falou um pouco sério Fenikkusu. – Alguma coisa me guiou até aqui.
- Devo ser um fardo para você e só causo problemas, não é verdade? – Māmeido abaixou a cabeça.
- Você não é um fardo, estamos aqui para nos ajudar no que precisar. – Fenikkusu estava com olhar marejado por lágrimas. – Não foi fácil pedir um tempo, mas precisamos entender o que sentimos, você compreende?
- Compreendo. – Māmeido olhou para ele e demonstrar força. – Você tem razão, vamos entender nossos sentimentos, mas podemos continuar nos apoiando no que precisar, conte comigo. – Estendeu a mão para Fenikkusu.
- Claro, vamos continuar nos apoiando. – Fenikkusu apertou a mão dele e também tentou sorrir depois se despediu e seguiu andando.
- Volte em segurança! – gritou Māmeido acenando.
- Você também. – respondeu ele.
Em Osaka, Sayuri e Shiroshika receberam a urna com as cinzas de Hiroshi e as levou para casa onde ficará por 49 dias quando a família decidirá o que fazer após. Na sala uma foto dele com incensos e frutas foi preparada no altar, onde poderiam fazer orações e manter a memória viva.
- Mãe, tome um banho e tente descansar um pouco. – Shiroshika disse a Sayuri.
- Posso ajudar o Shiroshika senhora Sayuri a preparar uma refeição. – Kuroshishi completou.
- Tudo bem meninos, apesar da tristeza, quero cozinhar um pouco. – Sayuri foi pegando o avental. – Vou fazer uma boa receita para nosso visitante.
- Não se incomode senhora. – Kuroshishi se curvou.
- Não será incomodo algum. – Sayuri respondeu. – Por favor, lembra-se daquele mercado que passamos agora a pouco, pode ir buscar esses ingredientes para completar a receita. – Sayuri anotou num pedaço de papel e entregou para Kuroshishi com dinheiro.
- Claro senhora Sayuri, lembro sim, vou imediatamente – Kuroshishi estendeu a mão. – Só me deixe pagar, estou grato pela hospitalidade.
- Mãe, pode deixar que eu vou. – Shiroshika disse.
- Filho, preciso que me ajude cortando a salada, por favor. – Sayuri argumentou e o olhou diretamente.
- Ajude sua mãe, daqui a pouco estou de volta. – Kuroshishi sorriu e saiu.
- Shiroshika tem algo que gostaria de me contar? – Sayuri disse quando ficaram sozinhos.
- Mãe eu... – abaixou cabeça Shiroshika.
- Filho eu sei de tudo. – Sayuri falou com o semblante sério.
Em Kyoto Biog acordou e ficou olhando para o teto, depois caminhou até a janela do seu quarto na casa da avó e viu uma nuvem negra surgindo no céu. Eram vários insetos que estavam se espalhando rapidamente por toda a cidade e invadindo as casas, pegou o celular e ligou rapidamente para Sorano que também viu e já sabia que tinha origem sobrenatural e as sombras eram responsáveis por esse ataque. Combinaram de se encontrar na praça principal e também ligaram para Māmeido e Fenikkusu.
Não demorou em toda a cidade ficar em caos, os insetos causaram acidentes e tudo estava parado, as pessoas correndo desesperadas.
- As sombras querem destruir as pessoas. – Sorano chegou ao ponto de encontro e foi falando para Biog.
- Não podemos permitir – Biog respondeu, logo Māmeido e Fenikkusu estarão aqui e vamos tentar resolver.
- É tudo culpa minha. – Sorano falou triste.
- Não se culpe, você não é o responsável por isso! – Biog segurou em sua mão com confiança.
- Dessa vez, vocês não poderão fazer nada para salvar essas pessoas, nossos insetos vão consumir essa cidade e depois o mundo. – Vozes monstruosas ecoaram no espaço e os imortais reencarnados ouviram.
Nesse momento os insetos atacaram se concentrando em volta de Biog e Sorano que ficaram totalmente presos.
No próximo episódio: Sayuri conversa com Shiroshika e Kuroshishi. Os imortais tentam deter o ataque.
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Kuroshishi no kisu - O Beijo do Leão Negro (Português)
RomanceQuando dois imortais cujo amor era proibido tentaram ficar juntos, a única saída que tiveram foi a morte na esperança de renascerem em outra época onde seu amor fosse aceito.