- Eu nunca consegui outra dominatrix depois da Eva. — Pietro quebra o silêncio.
Camille se ajeita sem levantar o rosto para ele. Ele entende que ela está ouvindo e beija o topo da cabeça dela que está deitada em seu peito.
- Quando voltei da Itália — ele continua — Me dediquei aos estudos e, por incrível que pareça, não me envolvi com nenhuma garota. Estava depositando todas as minhas fichas no Rio de Janeiro. — ele continua mexendo no cabelo de Camille enquanto fala. — Mas sempre que eu tinha um tempo vago, eu pesquisava na internet e foi aí que descobri o nome para o que Eva era, mesmo que de Nível I, ela era uma dominatrix. O mundo do BDSM não era o que me encantava afinal, eram elas, as mulheres. Daí eu comecei a estudar na Federal. Me mudei para o campus e conheci Guto no primeiro dia. Ele era muito diferente de mim, nós dois achávamos que nossa parceria não duraria muito e ficávamos tentando nos enturmar com outros estudantes a fim de arrumar outro colega de quarto. — Pietro balança a cabeça sorrindo — Eu e Guto não poderíamos achar ninguém melhor que um ao outro.
- Você fala com carinho dele. — Camille ergue a cabeça e apoia o queixo no peito de Pietro.
- Guto é o irmão que eu não tive, apesar do Lucas ser muito meu amigo, Guto hoje ocupa um lugar de destaque. — Pietro ri.
Camille sorri e volta a deitar a cabeça, indicando que quer que ele continue. Pietro suspira e olha a chuva fina caindo pela janela.
- Foi assim que eu conheci a Luana. Ela era linda e vivia usando preto, tinha uma moto e usava aquelas roupas de couro, tinha até umas correntinhas e tachas, enfim, pelo o que eu tinha visto pela internet, eu olhei pra ela e pensei "ela é uma dom". — Pietro passa a mão pelo rosto e entorta a boca num sorriso. — Não foi difícil me aproximar dela, quando percebi, ela estava me dando mole e eu me aproveitei. Mas quando fomos para o seu quarto... Ela não era uma dominatrix, era uma submissa masoquista.
- Acontece. — Camille desenha contornos no peito firme de Pietro e sorri.
- Eu fiquei muito perdido e tentei fazer alguma coisa pensando que talvez ela pudesse inverter os papéis, mas nada. Ela não sabia dar ordens, só obedecer. E eu, com essa alma submissa, jamais conseguiria machucá-la, principalmente da forma como ela queria. Como eu estava muito tempo sem transar, dei uma enrolada, tipo uma rapidinha bem rápida e ainda lembro a cara dela me olhando vestir minhas roupas.
- Ela não mandou ninguém atrás de você? Pra te dar uma surra? — Camille se ajeita e olha para ele divertida.
- Se ela tivesse feito isso talvez eu até lhe mandasse flores.
Camille revira os olhos.
- Nós nos esbarramos pouco pelo campus depois disso. Ela era da área de Biociências, mas eu nem sei que curso exatamente ela fazia.
- E depois?
- Depois, eu conheci a Bruna. Ela fazia Educação Física, estava no último período e todos achavam que ela era lésbica. Ela não era muito feminina, não se maquiava, vivia com o cabelo preso e com aquelas roupas de ginástica meio unissex. Mas ela parecia muito segura de si, adorava futebol e onde estivesse passando um jogo ela se sentava para assistir. Bebia e fumava sem se importar com quem estivesse olhando, ficava até altas horas no meio de um monte de homens num bar e não estava nem aí. No dia em que ela pegou uma caneca de chope pra mim e disse "Cala essa boca e bebe logo isso!", depois de eu reclamar que queria pagar, eu praticamente me apaixonei. Disse para mim mesmo: "Lésbica ou não, eu tenho que ficar com essa garota."
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Sensatrix
RomanceDesejo, paixão, submissão, atração, destino, coragem... Poderiam ser esses ingredientes de uma linda história de amor? Uma Dominatrix linda e misteriosa e seu submisso sexy e determinado. Pietro une suas paixões: A dança e o Jornalismo, sem saber...