Penúltimo capítulo - segunda chance

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  Pietro entra no quarto e logo é tomado pelo intenso cheiro de couro que predomina naquele lugar e que ele sentia tanta falta. O quarto está à meia luz, mas tons de violeta chamam a atenção e seu olhar para um dos cantos. Pietro sente seu coração quase parar. Há uma jaula de metal preto, colocada bem no canto da parede e suas grades vão do chão ao teto. Uma cadeira simples de ferro cor de ferrugem está n centro e há alguns apetrechos no chão que ele não identifica. No instante que ele se lembra do "show da domadora de sombras", Camille toca seu braço.

- Tudo bem? – Ela diz quase sussurrando, ao mesmo tempo em parece desafiadora, Pietro sente traços de insegurança em sua voz e vira a cabeça na direção dela.

- Isso é para mim? – Pietro aponta para a jaula com o polegar direito.

Camille morde o lábio inferior antes de responder.

- Digamos que... é para nosso prazer.

Pietro arfa e por uma fração de segundo até se esquece do que havia perguntado a Camille antes de entrarem no quarto. Ele pisca.

- Primeiro preciso saber...

- Eu sei. – Camille suspira e anda em direção a parte mais alta do quarto, sobe o pequeno degrau e vai até a mesinha colocada ao lado da cama.

No momento, a única coisa que Pietro consegue fazer é olhar para ela. Camille ergue a garrafa de champanhe do balde de gelo e encole o ombro olhando para ele. Pietro acorda de seu torpor e vai até ela.

- Sabia que precisava de mim para alguma coisa. – ele brinca pegando a garrafa de sua mão.

- Preciso de você para tudo, Pietro.

Pietro segura a garrafa de lado e beija Camille.

- Que fruta é essa? – Pietro pergunta quando Camille ergue as taças para que ele as encha.

Camille olha para dentro da taça e sorri.

- É mirtilo. Você vai gostar.

Pietro sorri e derrama o champanhe na primeira taça sabendo que tem absoluta certeza de que nada que Camille faça seja algo ruim. Após saborearem o champanhe, Camille se senta na beira da cama e retira suas sapatilhas. Pietro acompanha o movimento.

- O que está fazendo?

- Não acha que deveríamos estar à vontade para nossa inevitável conversa? – Ela se levanta e passando o cabelo para a frente do corpo, se vira para que ele abra o zíper de seu vestido delicado.

- Isso é jogo sujo. – Pietro puxa o ar com força e pega com delicadeza o zíper do vestido.

- Eu adoro jogar com você. – Camille diz sentindo a pele arrepiar conforme ele desce o zíper.

- Puta que pariu, Camille! – Pietro xinga ao ver que ela está sem calcinha.

Camille aperta os lábios evitando rir. Pietro a gira rapidamente e seus olhos se encontram. Ela tenta ficar séria. A mandíbula de Pietro está contraída e seu olhar a faz estremecer.

- Diga. Ordene e serei seu.

Camille sente um rastro de mágoa passar dentro de si ao lembrar que Pietro dissera que nunca mais obedeceria uma ordem sua... Mas aquilo foi no momento, ela sabia, o amor que sentiam era suficiente para superar tudo. Ela ergue o queixo e mantém o seu olhar.

- Quero você, agora.

- Seu desejo é uma ordem, senhora...

  Pietro joga Camille na cama enchendo-a de beijos por todos os lugares. Esse sexo seria diferente de todos os outros, teria gosto de saudade, de reconciliação, de promessas... Em poucos instantes as roupas de Pietro já estavam jogadas no chão ao lado da cama e não houve cerimônia para a penetração. Camille o queria e disse isso ao seu ouvido, ela precisava tê-lo dentro dela e ele precisava estar dentro dela o mais rápido possível. Como um encaixe perfeito, eles pararam por um segundo de se movimentar, apertando um contra o outro e sentindo-se preenchidos e completos.

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