Capítulo 21 - Jogo da verdade II

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Depois de um tempo balançando Camille nos braços, como que ninando-a, Pietro a convence a continuar sua narrativa.

            - No final de 2013 eu consegui superar, eu acho, e comecei com um novo sub. Edward. Ele tinha a minha idade e agora havia um novo contrato, onde os subs deveriam entregar exames antes de começarmos. Isso me deixou mais tranquila. Um mês depois que eu havia começado com esse sub, Jonas começou a aumentar suas investidas para sair comigo.

            - Calma aí. Eu conheci esse Edward. Ele estava lá quando eu comecei no Sensatrix. — Pietro fala enciumado. — Mas eu nunca tinha visto você até o dia em que assinei o contrato no quarto.

            -  Eu não ia muito lá embaixo. E quando ia, era meio... disfarçada. — ela dá um meio sorriso.

            Pietro se sente desconfortável e pede que ela siga contando sobre o Jonas.

            - Ok. — ela balança a cabeça tentando sorrir e continua.

            Jonas começou no Eco como estagiário e logo ele conquistou algo que ninguém havia conquistado lá dentro: o coração do meu pai. Cicy e meu pai foram muito amigos, trabalharam juntos por anos, mas tinham opiniões sobre diversos assuntos em que não combinavam. Mas Jonas? Ele era perfeito em tudo... Logo foi subindo de cargo dentro do jornal e tomando cada vez mais a confiança do meu pai. Quando o jornal foi vendido, Jonas tinha dinheiro suficiente para comprar um quarto das ações.

            Eu fiquei com uma parte como herança, meus irmãos abriram mão da deles, ficando meu pai com outra parte e a empresa de TV é... bem, da família da minha mãe.

            Desde que eu comecei a trabalhar diariamente no Eco, eu não queria que ninguém me enxergasse como a filhinha do papai. Então eu ia vestida de forma bem casual, não me maquiava, nem usava minhas joias, nada. Os óculos são de leitura. Eu tenho mesmo que usá-los quando vou ler um texto muito longo caso eu não queira uma tremenda dor de cabeça depois. E além disso, eles me deixam com "cara de professora" o que eu gosto muito, então passei a usá-los no Eco.

            Jonas sempre me cantou, mas eu via nele a imagem dos caras que me violentaram no passado, alguma coisa nele não me dava confiança, então eu mantinha distância. Ele é 15 anos mais velho que eu e acho que isso faz com que eu me lembre dos meus irmãos também... Daí, quando ele assumiu a presidência do Eco e eu fiquei sabendo que papai daria sua parte a ele, eu resolvi aceitar seu pedido e anunciamos nosso namoro na noite de natal.

            Por incrível que pareça, meu pai, mesmo não se lembrando de absolutamente nada de 20 anos para cá, contando apenas com o que minha mãe conta para ele, ele ficou ultra orgulhoso e já perguntava quando seria o casório. Quando fui para a cama com Jonas pela primeira vez, percebi de cara que ele jamais poderia saber do meu lado dominatrix. E foi um alívio ver que ele não poderia ser como os homens que me violentaram. Jonas é conservado e primata demais no sexo para isso. Ele é rápido e eficaz, pelo menos para ele. E era muito carinhoso também, o que eu cortei aos poucos.

            - Está com ele para... — Pietro nem conseguia formular a pergunta direito.

            - Por interesse? Acha que eu vou me casar com ele para poder ter a outra parte do Eco? Mais ou menos isso. Eu só... Não via "por que não", não havia um motivo para não me casar com Jonas. Ele é bonito, rico, inteligente, já é o presidente do Eco, sempre teve a aprovação do meu pai... — Camille encolhe os ombros. — E eu poderia continuar a manter o Sensatrix e meus subs...

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