Capítulo 11

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Chegamos no salão que seria essa festa, aqui na comunidade mesmo e só pela entrada, percebi que a festa seria bem ostensiva. Ainda bem que vim arrumada.

De início, percebi que não conhecia ninguém, então onde Douglas ia, eu estava atrás. Ele falou apenas com alguns homens, de mulher, cumprimentou somente duas senhoras e depois seguiu com Lucas e eu até uma mesa que tinha seu nome e estava bem no canto.

Percebi nesse período de nossa convivência que ele é bem reservado com relação a sua vida, e até passou por minha cabeça perguntar se estava em algum relacionamento, já que não falou nada sobre, e a única mulher que me apresentou foi a sua mãe.

— Fica à vontade aí, se quiser beber, só pedir para os garçons.

— Certo.

— Quer ir nos brinquedos, filho?

— Eu quero.

Enquanto ele tirava o tênis para ficar mais à vontade, eu observei o lugar, havia algumas mulheres muito bonitas, diria que até modelos, muitas crianças se divertindo no ambiente e mais à frente, alguns homens. Até que fui apresentada a mãe do aniversariante e ao pai do aniversariante que já conhecia, entreguei o presente a eles e em troca recebi um olhar de nojo da mulher.

Uau, não a conheço e não lembro de ter lhe feito nada, e sou tratada assim?

De toda maneira, voltei para a minha cadeira e lá fiquei, sem contato com ninguém e sem nenhuma intimidade. Como uma mãe preocupada, passei o olho onde Lucas brincava há pouco tempo e lá estava ele, se divertindo com um outro menino no escorregador. Procurei Douglas com o olhar e não o achei por perto, então depois de reparar em todo o salão, o vi de canto, praticamente escondido, sendo segurado pela camisa por uma loira, daquelas bem modelos e gostosas, montadas com peito e bunda e cintura extremamente fina. Não quis desvendar sobre o que era o assunto, mas fiquei irritada, ele deixou o filho sozinho para dar atenção a uma mulher?

Abandonei o meu assento e fui na direção do meu bebê. Ele todo contente sorriu quando me viu ali próximo onde estava.

— Olha, mamãe.

— Muito corajoso, meu amor.

Fiquei o admirando enquanto se divertia, pulava de um lado, corria na piscina de bolinhas e depois vinha para o escorrega, é bom que gaste toda essa energia, pois quando chegar em casa é cama direto.

Estava entretida em suas atividades quando algum tempo depois fui surpreendida pela presença de Douglas bem próximo a mim.

— Pode deixar que eu fico aqui com ele.

— Até quando? — Lancei para ele o meu olhar mais mortal, e depois virei meus olhos para onde Lucas estava. — Até a próxima loira te arrastar para algum canto? Não precisa, eu cuido do meu filho.

— Já resolvi esse problema.

— Pois bem, então fique à vontade, vai que apareça tantos outros, não é?

Permaneci onde estava, acompanhada de outras mães e pais que estavam ali próximos, olhando suas crianças se divertirem. Ainda vi quando ele passou pela mesa onde deixei as minhas coisas e foi na direção em que outros homens estavam, a mesa que daria uma bela disputa sobre quem tem a maior ficha criminal.

Voltando meus olhos para o meu bebê, sem querer, encontrei a mãe do aniversariante, que por coincidência conversava com a loira, que a pouco tinha a mão agarrada à blusa de Douglas. Ambas eram amigas? Agora está muito bem explicado a cara de nojo, já que Rocha me apresentou como a mãe do filho de Douglas.

Poxa, se ao menos eu pudesse me explicar, que não passava disso, mas não perderia meu tempo, acho ele precioso demais para perdê-lo com quem não faz a mínima diferença em minha vida.

Dando uma respiração diretamente do fundo do meu pulmão, voltei a minha atenção ao meu filho, que ainda brincava com o seu amiguinho.

— Seu filho?

Olhei para a mulher parada ao meu lado, a fim de saber se falava comigo.

— Sim, o outro é seu?

— Sim, é meu. Prazer, Rosana.

— Mariana.

— Pelo visto a anfitriã não foi com a tua cara. Não é de agora que noto ela te dando umas encaradas.

— A mulher do Rocha? Sim, aparentemente ela não foi com minha cara.

— Mulher nada, ela é amante, assim como tantas outras por aí. Mulher do Rocha é a Dandara, sabe quem é não?

Não sabia e mantinha meu lema de quanto menos eu souber, melhor. Mas a mulher ao meu lado, percebendo a minha cara de confusão, se achou no direito de dar a ficha completa da tal esposa do Rocha.

— Mulher tem tudo na vida, se eu fosse ela, me mandaria, porque já está com a vida ganha, mas fica aceitando essas vagabundas parindo filho do marido dela. Eu não suporto essa daí, de todas, a mais arrogante, e só estou aqui mesmo porque meu marido me intimou e disse que era pra vir, em consideração ao chefe dele, do contrário...

— Sei.

— Nunca te vi por aqui, tu é de onde?

— Eu sou daqui mesmo, não sou acostumada a sair tanto.

— Não que seja da minha conta, mas quem é teu marido ali na mesa.

— Marido não, o pai do meu filho é o Douglas.

— Que Douglas, o Mestre?

Ergui as minhas sobrancelhas em confusão, porque conhecia apenas como Douglas. Dei graças a Deus quando senti mãos na minha cintura, masculinas, e independentemente de quem quer que seja, agradeci a intromissão.

— Te achei, garota.

— Que bom que veio.

— E aí Rosana, firmeza? Cadê o mano?

— Está junto com a patota dele.

— Deixa os caras te pegar falando assim.

— Dá em nada, quis me arrastar junto com ele, tem que me engolir do jeitinho que sou.

— Tá certo, vou arrastar minha amiga aqui.

Agora foi a vez dela me encarar de sobrancelhas erguidas em total confusão. Aproveitei a deixa e levei Lucas até a mesa para comer alguma coisa.

— Como foi que tu se meteu com uma louca dessas?

— Eu estava lá parada e ela veio puxar assunto.

— Foge, que aquilo ali é problema, viu? Irmão já caiu em várias enrascadas por causa daquela doida.

— Já disse que evito amizade com todos aqui, e por falar nisso, ela chamou Douglas de Mestre, por quê?

falando, dois minutos do lado daquela doida e jáquerendo saber o que não deve, se o irmão não te falou, sou eu que vou contar?


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