Capítulo 26

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Seus olhos estavam em um impasse, tentando me amedrontar, mas eu sustentei. Estava cansada de suas palavras e de todas as ameaças que sempre me fazia.

Eu posso ter feito uma péssima escolha para a minha carreira, ao seu ver, mas por amor ao meu filho, e usando a coerência, sabendo de quem me cercava, eu abandonei, mesmo que não fosse algo que eu quis. Abandonei, e não havia mais necessidades de ele fazer o que estava fazendo comigo. Eu já estava em suas mãos, fazia o que lhe convinha e não era a ameaça iminente que tanto me acusava.

Percebendo que eu já estava em meu limite e saturada de toda esta situação, também que não voltaria atrás em minhas palavras, porque se fosse para ele me entregar que me entregasse, eu só queria que ele acabasse com este ódio de mão única; ele olhou para os lados, ao meu ver, ponderando a situação e sua próxima ação, por fim, voltou a me encarar e me surpreendeu com sua atitude seguinte.

— Vem!

Ele apenas tomou a minha mão e me puxou para a área externa, mas antes mesmo que alcançássemos a porta, uma voz masculina muito embriagada o chamou.

— Qual foi, Mestre? Não vai curtir a festinha? Aproveita que está tudo liberado aqui dentro. — Era o homem que fazia a carreira de pó para a ruiva.

Seus olhos me devoraram como um lobo faminto e confesso que tive medo do que pudesse acontecer, já que por ora consegui controlar a fúria de Douglas.

— Aproveita a comemoração do teu dia, Santista, a festa é toda sua.

— E essa coisa linda aí? Onde você achou? — Sua voz estava embolada, mas audível.

Ele cambaleou até próximo de nós dois, tropeçando por corpos espalhados pelo caminho.

— Essa é só minha, ralei pra achar, por enquanto estou curtindo só.

— Avisa quando não quiser mais. — Antes de dar as costas, o tal Santista piscou para mim.

Nunca agradeci por ar fresco, mas agora estava agradecendo. Não sei qual intuito de Douglas em me levar para o interior daquela casa, mas vendo todas as mulheres ali, qualquer possibilidade era assustadora. Seja lá qual foi seu plano, ainda bem que desistiu.

Na área externa acontecia o que deveria ser uma festa comum. Muitos homens bebendo e mulheres em trajes mínimos, porém, nada tão explícito quanto lá dentro. E aqui eu pude me sentir um pouco mais confortável.

— E aí, meu Mestre, tranquilo? Milagreaqui fora. — disse, cumprimentando Douglas com um toque de mão.

— Os caras tão muito avançados esse ano. E o que vocêfazendo aqui? Rosana sabe?

— Deixa a cunhada quieta que aquilo ali é carne de pescoço. Na moral,vazando, esse ritmo aquiacelerado demais pra mim, bora colar lá no Helipa de leve com a rapaziada?

Douglas me encarou por uns segundos, e por fim, se decidiu.

— Bora!

Assim que ele colocou a mão em minha cintura o homem me encarou.

— Cunhada?maluco de trazer pra esse tipo de festa?

— Outra visão, parceiro.

— Na boa, se tu ver a minha dona, nunca me viu aqui, hein mina. — Agora ele falou comigo.

Olhei para Douglas sem entender o que aquilo significava, até que ele sussurrou em meu ouvido que depois me explicava.

Dei graças a Deus e quase ajoelhei quando saímos daquele ambiente totalmente pecaminoso. Sexo e drogas ali era o que não faltavam e com certeza não teria horário para acabar. Mesmo em silêncio, respirei aliviada quando alcançamos a estrada.

Estava distraída com a paisagem quando sentia sua mão subindo pela minha coxa.

Com toda coragem que havia adquirido desde que o enfrentei, a arranquei de mim, e como resposta recebi um sorriso anasalado.

— Perda de tempo.

— O quê?

— Você tentar negar que não quer que eu te foda. É só eu te tocar e não preciso ver para saber que a tua buceta me deseja.

Como sempre, um lorde com as palavras.

— Você deve estar com a cabeça chapada de tanta maconha que tinha naquele lugar, eu te odeio, você é o que de pior aconteceu em minha vida.

— Faço das suas palavras as minhas, e se fizesse o favor de sumir de nossas vidas, só agradeço. Mas não vou ser hipócrita, só de te olhar meu pau fica duro, e isso Mariana, é um grande problema. Eu te levei ali para te entregar de presente para o Santista.

E novamente as suas palavras me paralisam. Ele seria capaz de fazer isso comigo? Como até então não foi capaz de me dar um segundo de sua misericórdia, acredito que a resposta seja sim, ele me entregaria a outro homem só para me subjugar. Desgraçado!

Mas porque não fez?

Não, eu deveria agradecer pelo livramento, por seja lá o que for que tenha acontecido que ele desistiu e preferiu vir para um ambiente que particularmente não gosto, mas não respiro medo.

Assim que paramos na porta da casa que parecia ter três andares e uma grande animação no último, ele novamente me surpreendeu, me puxou para o seu colo, me fazendo montar em seu quadril. Porém, eu não iria ceder, estava certa de que suportaria qualquer imposição de sua parte, mas não cederia a esse desejo infame.

— Para, porra! Não resiste, não resiste! Eu sei que você quer também, então faz o fácil.

Uma de suas mãos estava na minha nuca, me impossibilitando de mexer e a outra segurava a minha mão nas minhas costas contra o volante.

— Isso, vamos foder gostoso, depois nós voltamos a nos odiar.

Suas duas mãos percorreram as minhas costas e juro que a minha mente fazia uma enorme palestra de contras, sobre essa situação.

Sério, Mariana, que você irá sucumbir quando disse que não cederia mais? Vamos garota, não seja fraca, não se...

Seus lábios estavam beijando o meu pescoço, lábios famintos e nos lugares certos os dentes mordiam.

Era impossível resistir, quando eu conhecia o meu corpo tão bem e sabia o que ele desejava. O melhor seria me afastar, mas como ele mesmo falou, nossos corpos querem isso, e depois poderíamos voltar a nos odiar.

Meu vestido foi arrastado até a cintura e suas mãos agora acariciavam a polpa de minha bunda.

— Você sabe que é gostosa, não é, filha da puta? Sabe me atiçar.

Totalmente de surpresa, ele me deu um tapa no rosto, mas nem tive tempo de sentir o ardor, porque logo meus lábios foram tomados.

Se havia algum resquício de coerência em mim, agora não existia mais. Os lábios de Douglas são tão habilidosos que me fazem desistir de qualquer recusa.

— Ainnnnn.

— Geme, geme pro teu macho.

Um de seus dedos penetrou a minha intimidade e ficou ali na borda, depois começou a circular, o que fez meu quadril rebolar em resposta. Afoita para que pudesse senti-lo em mim, abri o botão de sua calça e o zíper em seguida. Estava tão afobada que o direcionei à minha intimidade e se não fosse ele a lembrar da camisinha, faria na pele.

— Porra, nunca deixa de ser gostosa.


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