Capítulo 35

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— Onde eu fico?

Perguntei ao Douglas, assim que estávamos sozinhos, já que os outros se dispersaram pelos quartos. Realmente foram horas exaustivas e o que eu mais queria era descansar e ligar para Adriana para saber como meu filho estava.

— Você vem comigo — disse, segurando em minha mão, tentando me levar para um dos quartos, porém eu resisti.

— Não vou compartilhar um quarto com você.

Bom, se eu estava cansada, ele estava bem mais. Não querendo discutir, ele me abraçou e me suspendeu do chão, me levando na direção de um dos quartos.

Por mais que tentasse afirmar que esse homem era meu inimigo, que ele veio destruir aquilo que lutei para conseguir, toda vez que me tocava o meu corpo reagia de maneira diferente, então, não me importei quando me deixou no chão do banheiro e começou a se despir. Se ele não sabia o que falar, eu muito menos.

Então o banho foi um silencio mordaz, enquanto eu tomava banho ele ficou lá me observando, eu queria somente dormir.

**********

— Porque você matou aqueles homens?

— Porque sim.

Mesmo cansada, meus olhos não queriam fechar, porque estávamos deitados na mesma cama e, mesmo que estivesse de costas para ele, sabia que estava me encarando.

— Não é essa resposta, Mariana. Seja sincera ao menos uma vez.

Senti quando se moveu no colchão e logo estava subindo em cima de mim. Não suportei seu corpo sob o meu, meu coração ainda não estava totalmente recuperado pelo que acabamos de passar, o pânico que foi ver toda aquela cena e ele ali com a vida por um sopro.

Virei o meu rosto negando olhar em seus olhos.

— Olha pra mim, olha agora, me diz por que você matou aqueles caras e não a mim, quando resolveria seus problemas?

— Para de fazer isso comigo, Douglas.

— Isso o quê? Isso?

Seu quadril moeu contra o meu, forte e pude sentir a sua ereção. Eu não estava raciocinando, sei que não estava desde que voltamos, do contrário, eu teria feito o que ele acabou de dizer, acabaria com o meu problema, mas não tive coragem.

— Abre os olhos, me diz por que você fez aquilo? Te ver atirando naqueles merdinhas me deu um puta tesão. Queria te foder ali mesmo. — Entre suas palavras, meu pescoço era presenteado com seus beijos.

Se eu já não estava bem, agora eu estava destroçada.

— Não.

— Não? Quer que eu pare? — Agora sua língua se arrastou até meu ombro, onde deu uma mordida. — Responde.

Ele estava me torturando, já havia confessado que sabia a minha fraqueza e agora queria me ouvir expor o que estava guardado em meu interior, algo que eu não queria admitir para mim mesma.

Sua mão audaciosa ergueu a minha blusa e não demorou muito para que eu sentisse sua boca sedenta em meu mamilo.

— Douglaxxxxxxxx.

— Fala, ou eu paro.

Antes mesmo que eu pudesse colocar as palavras em ordem, ele sugou tão forte que senti a minha intimidade pulsar. Mas então tudo se foi. Abri meus olhos para saber o que aconteceu e lá estava ele, pairando sobre mim com o sorriso mais perverso do mundo.

Exasperada, cobri meu rosto para tentar aliviar a decepção.

— Que ódio, por que está fazendo isso comigo?

— O Leque deu o papo, se uma mulher matasse cinco canas por ele, ele casava com ela. Você me odeia, por que simplesmente não deixou que eles me matassem? A não ser que teu ódio seja de uma maneira diferente.

— Você sempre estraga tudo.

— Eu não, gostosa, estou doido pra te foder, só que antes eu quero que você admita.

— Sai de cima de mim. — Comecei a estapeá-lo enquanto ele caiu rindo do meu lado.

Pega de surpresa, eu parei em seu lugar, Douglas estava rindo, algo que eu não sabia que ele fazia. Não iria ficar nem mais um segundo na sua companhia, por isso decidi levantar, mas fui impedida e agora quem estava por cima era eu.

— Diz que está gamada. Diz que teu coração mole se apaixonou por mim. — Ditou sério.

— Não estou, fiz pelo Lucas, porque eu amo meu filho e ele está apegado a você.

— Admite e eu te faço gozar a noite toda.

Suas palavras me arrepiaram, principalmente pela intensidade. Sem contar na mão que apertava a minha bunda. Nossos olhares estavam duelando, enquanto com o pouco de juízo que me restava, tentei pesar as consequências de verbalizar o que meu coração idiota sentia. Valeria a pena entregar mais uma fraqueza a este homem que já me mostrou que não mede esforços para conseguir o que quer? Eu estava confortável com isso, depois de tudo o que presenciei até aqui? Adiantaria alguma coisa ele saber disso? A primeira pessoa que meu coração realmente palpitou foi o pior candidato possível.

Teria respostas para essas dúvidas, se ele não fosse tão atrevido e tomasse meus lábios, se suas mãos não fossem tão safadas e saqueassem a minha bunda. Não restavam dúvidas, eu não cederia tão fácil se não estivesse envolvida emocionalmente, e o fato de ele saber não significa que teremos algum tipo de compromisso.

— Diz, neguinha, diz quebalançada por mim, assim como eu estou por você. Que quando nós estamos assim a única coisa que a mente pede é um conectado no outro.

— Você não é a pessoa certa para mim, mas eu não suportei a ideia de te perder, não suporto isso, não ainda, mesmo que eu sinta tanto ódio.

— Paixão — tentou me corrigir —, está apaixonada por mim.

— Ódio, eu te odeio, Douglas.

Ele me encarou e deu um sorriso, sabendo o que minhas palavras realmente significavam. Não consegui segurar por muito e lá estava eu me derretendo enquanto ele nos virava, agora ficando por cima.

— Também te odeio — disse ele.


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