Pov Violeta Camargo
tem dias que parece que o mundo está conspirando contra, pois está tudo dando errado, e hoje eu fui sorteada para ter um dia desses, Matias novamente teve uma crise daquelas e mais uma vez ninguém conseguiu dormir e Heloisa está com o humor péssimo e falando que tenho que internar meu marido.
- Violeta minha irmã, se estou falando isso é para seu próprio bem, pois você agora não tem mais vida, é só preocupada com o louco do Matias.
- mamãe, cuidado com as palavras- Clarinha fala.
- estou mentindo por acaso? Carambolas- ela resmunga brava.
- eu não vou internar o Matias e não se fala mais nisso e ande logo Clarinha, estamos atrasadas.
- as duas brigam e eu que pago o pato? Que raiva disso- fala e eu então pego sua bolsa, ela se despede da mãe e vamos para a tecelagem.
- tia, a senhora e a minha mãe parecem ter cinco anos- resmunga- e eu nem tomei meu café da manhã direito, cadê meus direitos?
- Clarinha... olha o drama- resmungo- e mudando de assunto, porque você está tão estranha? Tem algo acontecendo não é?
- não tem nada acontecendo dia, estou apenas sem dormir, como todo mundo está.
- você está mentindo, sei que está e quando você quiser conversar sabe onde me encontrar.
- está bem- responde e depois de minutos chegamos à tecelagem e cada uma vai para sua sala, e depois de acomodada em minha cadeira pego algumas coisas pra lê e assinar.
...
- bom dia Violeta.
- o que você quer Eugênio?- falo sem encara-lo.
- nossa, que mal humor, o que está acontecendo?- pergunta assim que se senta ficando em minha frente.
- carambolas, não é nada Eugênio- falo frustrada.
- claro, como eu não adivinhei antes, Matias teve um novo surto não foi?
- sim, deixou todo mundo louco, e a Heloisa ME deixando louca, ah Eugênio não sei por quanto tempo mais vou aguentar- falo e ele se levanta e se aproxima de mim, pegando minha mão, depois de alguns segundos acabo pegando em sua mão, então Eugênio me abraça.
- você não precisa levar tudo isso sozinha Violeta.
- passei tanto tempo cuidando de tudo sozinha, que agora não sei se posso ser de outra maneira- respondo alguns segundos depois, ao nos afastar.
- você sabe que pode sim- fala, e só então reparo que estamos com as mãos grudadas.
- obrigada pelo apoio.
- sempre que precisar- falo- e aproposito, o que veio fazer aqui mesmo?- pergunto e ele sorrir.
- ah sim, então... vim te falar que temos mais um problema para resolvermos.
- mais um problema? Papagaios, estou com tantos problemas que não sei por onde começar, mas Eugênio o que está acontecendo agora?
- eu estava vendo uns documentos e ao que parece estamos sendo roubados.
- o que? Você tem certeza disso Eugênio?
- bom... por isso te chamei aqui, para que você veja os documentos e diga que não estou ficando louco.
- eu preferia acreditar que você está louco, do que pensar que alguém aqui de dentro está fazendo algo assim.
- vamos até minha sala, os documentos estão lá- ele fala e eu concordo e quando estamos passando pela sala da Clarinha, ela está sentada enquanto come algo.