Capítulo 10

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— Deixa eu ver se entendi - Maite tomou um gole do seu vinho e o colocou na mesa de centro - você está toda essa pilha só por que Alfonso vai trabalhar com você? - arqueou uma sobrancelha sugestivamente.

— Não é só por isso. Esse é todo o problema - enfatizou cada palavra da última frase como se Maite fosse uma doente mental - Eu não consigo olhar para ele sem... - atrapalhou-se tentando achar a palavra certa.

— Meu Deus, esse cara tem que ser muito bom de cama mesmo - resmungou, pegando novamente a sua taça. - E o que vai fazer? Fugir desse contrato? - olhou-a pela borda da taça.

— Está maluca? - Anahi gritou. - Trabalhei duro para conseguir um horário com Erick, para remarcar o brunch que perdi e na reunião com ele e Herrera primogênito.

— Herrera primogênito - Maite repetiu com um sorriso no rosto. - Não pode simplesmente arrumar uma desculpa para cair fora, Anahi. Você não é assim.

  Anahi soltou um suspiro lamuriante e encostou a cabeça no sofá, encarando o teto. Desde que saíra da empresa no final da tarde, estava bebendo vinho com Maite, quando deveriam estar arrumando as malas de Anahi para a sua viagem. Pensara em chamar Dulce, pois a adorava, mas não acabaria bem, com certeza. Maite não era uma amiga muito discreta e acabaria soltando alguma revelação sobre Alfonso.

  As duas estavam sentadas no tapete da sala de Anahi, na metade da terceira garrafa de vinho - nenhum era o que Alfonso a havia presenteado - e embora Anahi odiasse admitir, estava bebendo para tentar amenizar o efeito que Alfonso causava sobre o seu corpo. Bom, não estava funcionando. Estava louca de vontade de, com uma simples ligação, receber uma visita “inesperada” e ter uma noite inesquecível. Mais uma vez.

— Bom - Maite largou novamente a taça, se levantou com dificuldade e rindo como uma perfeita bêbada. - Esteja pronta em uma hora. Você e eu - gesticulou com o indicador para as duas - Vamos ao Highline Ballroom. - piscou sugestivamente.

— Está maluca? - Anahi riu - Você mal consegue andar. E preciso arrumar as malas.

— Amanhã a gente arruma, gata - resmungou - Para de ser quadrada - andou em direção à porta - Esteja pronta, Any. Coloque aquele vestido preto de lantejoulas e costa nua. Estarei na sua porta, muito sóbria em uma hora. Pontualmente.

— Maite, calma, não tenho mais idade para balada. - argumentou aos risos.

  Maite não ouvira. Já havia batido a porta atrás de si. Ótimo, só o que me falta é andar com um monte de bêbados. Saiu marchando e resmungando até o banheiro.

-

  Como Anahi já havia imaginado, ela e Maite entraram sem precisar pegar fila e como não havia tempo o suficiente para colocar nome na lista, suspeitou que Maite conhecia o segurança.

— Oi, Brian. - Maite cumprimentou o segurança que dava acesso às duas.

— Olá, querida - o enorme segurança sorriu - Aproveitem a noite.

  Anahi revirou os olhos. Preferiu nem imaginar de onde vinha tanta intimidade.

— Você está muito gata. - Maite gritou no ouvido da amiga devido ao som que rugia no interior da balada.

  Anahi não se sentia assim. Sentia-se embriagada o suficiente para querer ficar em casa e se afogar nos lençóis, não ficar perto de mais gente embriagada.

  Havia optado por um vestido tubinho preto de lantejoulas e costas nua - na realidade, fora o que Maite havia escolhido - mostravam sugestivamente cada curva de seu corpo e um decote V que marcava mais do que o desejado os seus grandes seios. E saltos altos quadrado de tiras brilhosas. Os cabelos estavam levemente cacheados, graças a ajuda do babyliss. Maite havia feito uma maquiagem para a noite e, obviamente, coberto as marcas que Alfonso fizera.

— Obrigada - murmurou, fazendo uma careta. Ou estava ficando ranzinza, ou o som realmente estava alto. - Cristo!

— Vem - a morena a puxou para o bar. Fizeram seus pedidos e felizmente, foram atendidas de forma rápida. - Tira essa carranca da cara, garota. - gargalhou, bebericando o seu uísque. Anahi estreitou os olhos.

— Está tomando uísque? O que aconteceu? - tomou um gole de seu Passion.

— Do que está falando?

— Você só bebe uísque quando está tensa. Desembucha.

— Andrés vai voltar para New York com você - despejou a notícia e soltou o ar. - Desculpe.

  Anahi arregalou os olhos e sentiu as mãos começarem a tremer.

— Andrés vai voltar comigo? Por quê? Pelo amor de Deus, quando você soube?

— Pouco antes do natal - encolheu os ombros. - Ele disse que era para ser uma surpresa, mas estou preocupada.

  Andrés abandonara New York há pouco mais de dois anos junto com os pais, após o patético acontecimento do quase casamento de Anahi. Depois disso, ele e Maite terminaram, mas continuaram mantendo contato.

— Chris terminou comigo porque acha que Andrés e eu temos - hesitou - Questões mal resolvidas.

— E isso é verdade? - virou o seu drink, tensa.

— Céus, claro que não. - arregalou os olhos, horrorizada.

— Então por que Andrés está voltando?

  Maite colocou as mãos no colo e abaixou a cabeça. Óbvio que ela estava escondendo algo.

— Maite, o que você não está me contando? Por que Andrés está voltando? - e então lhe passou o pensamento - Você contou a ele sobre Alfonso?

— Não - defendeu-se rapidamente - Eu ia te contar Anahi, só estava esperando o momento certo.

  Anahi pediu um uísque duplo que rapidamente foi colocado em suas mãos. Virou-o de uma vez e apertou os olhos ao sentir o líquido queimando a garganta. Mais uma dose lhe foi servida.

— Anahi, desculpa. Eu...

— Anahi? - uma voz aguda, muito embriagada cortou a conversa. Anahi se virou e se deparou com uma Dakota bastante bêbada agarrando-a aos risos pelo pescoço. - Céus, eu não sabia que você frequentava baladas.

— Não frequento. - murmurou mais para si do que para Dakota.

— Você vai ser a minha salvação. - Dakota envolveu o pescoço de Anahi com um braço, procurado equilíbrio.

— Você veio sozinha?

— Ah, não. Dan e o chato do Alfonso vieram também.

— Alfonso? - Anahi e Maite perguntaram em uníssono.

— Sim, Alfonso - fitou Maite. - Oi, sou Dakota Herrera. - estendeu a mão livre para a morena.

— Maite Perroni. Você é uma Herrera, então é irmã do Alfonso, certo? - deduziu.

— Certo. Você o conhece? Meu Deus, alguma de vocês duas precisa transar com ele - pediu com a voz embolada. - Ele quer ir embora e nem são onze horas. - resmungou.

— Dakota, você quer me matar? - Dan surgiu em meio a multidão furioso, então viu Anahi e uma expressão mais serena surgiu em seu rosto - Oi, Anahi. Não sabia que estaria aqui.

— Anahi e a amiga dela vão cuidar do Alfonso. - Dakota se jogou nos braços do noivo.

— O quê? Não. - Dan começou.

— Na verdade eu já estava indo embora. - Anahi forçou um sorriso.

— Ela não vai se incomodar - Maite respondeu ao mesmo tempo e as duas se entreolharam. Maite abriu um sorriso malicioso e se voltou para o casal. - Onde está Alfonso?

  Dakota procurou ao redor do lugar e logo começou a acenar como louca numa direção. Anahi seguiu o olhar e o viu.

No Limiar do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora