Capítulo 9

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  Anahi sentiu mãos grandes e quentes percorrendo a lateral de seu corpo, acariciando-a tão gentilmente que ela se inclinou para ter mais contato com o toque. Ouviu uma risadinha e seus sinais de alerta foram imediatamente ligados.

— Bom dia, querida. - Alfonso sussurrou quando ela abriu os olhos.

— Que diabos... - saltou da cama, cobrindo-se com o lençol. Olhou pela janela e viu que já tinha amanhecido. - O que aconteceu?

— Essa pergunta é séria? - riu.

  Flashes surgiram na cabeça de Anahi. Merda, eles haviam transado de novo. E o que era pior: na casa dos pais do cara. Procurou freneticamente pela camisola e a vestiu rapidamente. Nem queria imaginar como estavam os cabelos. Começou a caminhar em direção à porta.

— Você vai embora desse jeito?

  Anahi olhou para baixo e analisou a camisola. Descalça. Caramba, estava no fundo do poço. Era patética a forma que cedia tão facilmente a Alfonso.

— Até as dez, senhor Herrera. - saiu do quarto.

  Correu até o quarto da frente. Rapidamente colocou o vestido e os saltos, rezando para não ter trânsito até chegar em casa. Respirou fundo e olhou o relógio.

— Oito e cinco. Ótimo - murmurou. - Vai dar tempo, Anahi. Vai dar tempo!

  Colocou a camisola na bolsa. Iria devolver depois de lavar. Olhou-se no espelho.

— Deprimente, Anahi. Com essa aparência, Herrera nunca mais vai mesmo querer transar com você. - resmungou. Os cabelos estavam rebeldes, era o que mais odiava.

  Saiu do quarto e desceu as escadas o mais rápido que os saltos permitiriam. Saiu em busca de qualquer Herrera que pudesse abrir os portões para ela. Na cozinha, encontrou Mariah preparando o café.

— Bom dia, Mariah. - Anahi sorriu.

— Oi, querida, você dormiu bem? - deu um beijo rápido na testa de Anahi, voltando a atenção aos waffles.

— Dormi, sim - respondeu sentindo o rosto corar. - Você pode abrir os portões? Preciso chegar em casa em quinze minutos.

— Você não vai tomar café com a gente? - fez um beicinho. - Você mora aqui perto, Anahi. Está frio lá fora. Já viu aquela neve? - estremeceu e desceu os olhos ao decote de Anahi. - Mocinha, quem foi o homem que fez isso com você?

  Anahi olhou as marcas no corpo. Tinha esquecido. Considerou três opções: a) contar que tinha transado com o filho dela. B) negar, negar, negar ou c) escapar dali.

  Pigarreou.

— Preciso estar em menos de duas horas na empresa - encolheu os ombros. - Se você quiser, podemos marcar alguma coisa qualquer dia desses - olhou o relógio no micro-ondas e soltou um palavrão baixinho. - Mariah, preciso mesmo ir. Estou atrasadíssima.

— Tudo bem - suspirou resignada, apertando um botão na parede. - Os portões estão abrindo. Vou cobrar essa visita, querida. Pode ter certeza.

  Anahi assentiu com a cabeça e saiu às pressas da mansão. Entrou em seu Explorer e dirigiu o mais rápido que pôde até o apartamento. Ao chegar, tomou um banho rápido e só então sentiu dores nas costelas, coxas e virilha. Graças a Deus o sexo com Alfonso havia acabado. Não tinha certeza se aguentaria toda essa dor.

  Fez uma maquiagem básica e colocou um vestido tubinho verde musco com gola alta. Ninguém precisava ver as marcas e Maite não estava no apartamento para salvá-la. Fez a melhor maquiagem que conseguiu e um coque básico nos cabelos, não daria tempo de lava-los e seca-los. Olhou o relógio.

No Limiar do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora