Anahi chegou em casa perto das dez da noite. Era sexta-feira, mas sair estava fora de cogitação. O dia fora cheio, desde reuniões e transa com Alfonso até ajudar a filha do seu antigo chefe a se rebelar.
Mandou uma mensagem para Maite avisando que iria para casa e não estava com ânimo para sair, mas se ela quisesse ir visitá-la com algumas garrafas de vinho, ela não reclamaria. Assim que abriu a porta, deparou-se com um Andrés em seu sofá, jogando vídeo game.
— Cheguei. - avisou para ninguém especial, fechando a porta e jogando a bolsa, chaves e casaco na mesinha ao lado da porta.
— E aí, mana. Quer jogar? - Andrés perguntou sem olha-la.
— Não. Estou morta. - resmungou, tirando os saltos. Quase gemeu de prazer. Ela precisava comprar sapatos mais confortáveis urgentemente.
— Com medo de perder, boca mole? - provocou com um sorriso travesso.
— Cala a boca, babaca. Você sabe que sempre perde para mim. - sorriu triunfante.
Andrés gritou alguma coisa, mas Anahi já havia entrado no quarto e fechado a porta. Jogou os sapatos no chão e se jogou na cama em seguida. Cristo, ela estava morta. Com certeza a juventude não a acompanhava mais.
Ligou o laptop para o caso de alguma emergência de trabalho e decidiu que merecia um banho de banheira. Colocou uma playlist de jazz enquanto a banheira enchia e ficou em frente ao espelho, observando as novas marcas que Alfonso havia feito. Isso precisava parar urgentemente. Logo a sua maquiagem seria só para cobrir a arte de Alfonso.
Não que isso fosse acontecer de novo, claro.
Entrou na banheira ao som de Norah Jones e se deliciou na água. Após se limpar e apenas se deliciar na água, alguém bateu na porta. Revirou os olhos. A porta não estava trancada. Se fosse Maite, já teria entrado.
— O que foi, Andrés? - gritou.
— Entregaram um vinho para a senhorita Anahi Giovanna Puente Portilla.
Ah, não.
— Em nome de quem? - perguntou receosa.
— Alfonso Herrera Rodríguez... Vem cá, esse cara não é o CEO da sua empresa?
Anahi praguejou em espanhol e amaldiçoou todas as gerações de Alfonso. O que ele queria? Só por que sabia que adorava vinhos achava que essa era uma boa maneira de se aproximar? Bom, estava funcionando. Um sorriso brotou nos seus lábios, mas mordeu os lábios em seguida. Se envolver estava fora de cogitação. Não precisava de relacionamentos e seu chefe, definitivamente não era uma opção.
— Pode deixar na minha cama. - respondeu, saindo da banheira.
— Ele é o cara que te comeu?
— Andrés. - berrou.
— Quero conhecer esse cara. - declarou. E pelo tom de voz, estava com uma carranca na cara.
— Sai do meu quarto para eu me vestir. E deixa o vinho na minha cama.
Ouviu passos e a porta do quarto se fechando. Respirou fundo e saiu, vendo uma garrafa em cima da cama. Enrolada na toalha, sentou-se e suspirou. Adorava o Valentini. Sem dúvidas o cara tinha um excelente gosto para vinhos. O bilhete entrou em seu campo de visão.
Obrigado por apoiar a Dakota. Ela precisava saber que alguém fora da família também a apoiaria.
Você é incrível, Anahi. Nunca deixe que digam o contrário.
Alfonso Herrera.
O bilhete tinha o cheiro almiscarado dele, deixando-a embriagada. Céus, como ele cheirava bem. E conhecia tão bem de vinhos. E também de como satisfazer uma mulher na cama. Não só na cama, mas em todos os móveis da casa. E fora de casa também.
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No Limiar do Desejo
Roman d'amourDepois de ter sido abandonada no altar, Anahi vive para o trabalho. Ao se tornar vice-presidente do prédio Herrera&Smith Enterprises, se vê amiga de toda a família Herrera, exceto o novo CEO e recém chegado no país, Alfonso Herrera. O homem a desarm...