Capítulo 55

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  Anahi ouviu uma voz que reconheceria em qualquer lugar e se esforçou para abrir os olhos, mas estava tão cansada. Abriu-os lentamente e encontrou Alfonso perto da janela, de costas para ela. O corpo estava tenso e sua voz parecia preocupada.

— Ela está bem - pausa - Realmente não é necessário - pausa - Sim, eu sei o que houve com Tom e... - pausa - Eu amo a Anahi. Nunca faria nada para magoa-la - pausa - Não sou como o Tom. Eu nunca vou machucar a Anahi. Vou cuidar dela - pausa - Não é necessário vir, senhora Portilla, a Anahi está bem - pausa - Ela está se alimentando bem e... - pausa - O bebê também - pausa e suspiro - Tudo bem, eu aviso a ela. Tchau. - desligou.

  Ele disse que a amava?

  Para a mãe dela?

  Merda, e por que Tysha estava ligando?

— Alfonso? - Anahi sussurrou e ele se virou imediatamente, o corpo inteiro relaxando ao vê-la acordada.

   Ele se sentou numa cadeira ao lado da cama e beijou as mãos de Anahi com devoção.

— Você quer me matar, Anahi? Porra. - sorriu.

— Por que estava falando com minha mãe?

  Alfonso apertou um botão ao lado da cama e estudou as feições de Anahi.

— Ela ligou no seu celular. Quando eu vi de quem se tratava, não achei uma boa ideia deixar tocando. Eu garanti a ela que você está bem, mas ela disse que assim que Enrique tiver uma folga no trabalho, virá nos visitar. Como está se sentindo?

  Anahi respirou fundo e aquele cheiro horroroso exclusivo dos hospitais trouxa uma nova onda de enjoos. Alfonso deve ter lido a expressão dela, porque pegou um balde e entregou a ela. Esperou pacientemente que ela terminasse e colocou o balde perto da porta, sentando-se novamente.

— Isso é sério mesmo? - Anahi fungou - Eu estou grávida?

  Alfonso sorriu tímido e a porta foi aberta, Dra. Johnson aparecendo sorridente.

— Como está a nossa grávida? - aproximou-se.

— Enjoada - Anahi resmungou - E indisposta.

— Isso é normal. Você deu um susto e tanto no papai preocupado - Dra. Johnson riu - Preciso checar seus sinais para ver se você está bem - Anahi concordou e a Dra. Fez uma série de exames manuais - Você está bem, Anahi. Sua pressão está normal, assim como os batimentos cardíacos e seus sinais vitais. Parece que foi só um choque pela notícia - murmurou enquanto anotava algo na prancheta - Vou te dar alta e entregar alguns remédios para enjôo, além de vitaminas que vão precisar ser tomadas diariamente até o final da gestação, tudo bem? - entregou o papel a Anahi - Mais uma vez, meus parabéns pelo bebê. Volte dentro de um mês para fazermos o primeiro ultrassom, certo?

  Anahi apenas concordou com a cabeça enquanto olhava a lista de remédios. Jesus Cristo!

  Voltaram para casa em completo silêncio. Desde que voltaram de viagem, Anahi passava mais tempo na casa de Alfonso do que em seu apartamento. Entraram na casa em silêncio e Anahi se jogou no sofá, milhões de coisas passando por sua cabeça. Alfonso sentou no chão, com o rosto perto do dela. Ficaram em silêncio.

— Por que a minha mãe ligou?

— Queria falar com você, mas quando um homem atendeu, ela não ficou muito feliz. - beijou a testa dela.

— Desculpe por isso. - Anahi fechou os olhos.

— Ela só tem medo, amor. Isso é normal.

  Anahi o encarou novamente.

  Droga, ele não podia ser menos encantador?

— Você está bem? - ele perguntou. Anahi hesitou.

— Estou com medo - murmurou, apertando os olhos - Caramba, Alfonso, eu mal cuido de mim... Agora tem uma criança. Uma criança, entende? - suspirou, sentindo-se cansada. Exausta - Eu não sei se vou conseguir.

  Alfonso afagava os cabelos dela com tanta delicadeza que ela quase não sentia o toque.

— Amor, vai ficar tudo bem. Eu vou estar com você. Você não está sozinha. Eu amo você, e essa criança é parte de nós, entende? Nós nunca conversamos sobre isso, mas eu sei que nós vamos conseguir. Você só precisa parar de fugir de mim e me deixar te provar que podemos dar certo.

  Anahi abriu os olhos e o encarou. A honestidade em seus olhos foi o que deu certeza a ela. Certeza de que eles conseguiriam. Sem fugir.

  Sutilmente, anuiu com a cabeça e abriu um sorriso fraco. Alfonso abriu um sorriso amplo em resposta e se levantou.

— Vou pedir alguma coisa para comermos. Tome o remédio e fique quietinha aqui. Logo você vai estar saciada. Em vários sentidos.

No Limiar do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora