Na manhã seguinte o humor de Anahi estava horrível. Mal dormira à noite pensando no ex noivo e o desejo por Alfonso estava fazendo com que ela cogitasse a possibilidade de ceder. Três dias sem o corpo dele e era assim que ela reagia?
Cogitou na possibilidade de pedir aos seguranças para barrarem a entrada de Tom, mas sabia que o ex seria capaz de fazer um escândalo. Optou então por esperar. Se ele aparecesse, resolveria a questão como a mulher adulta que era. Olhou o relógio. Dez e trinta e cinco. Ok, talvez ela não fosse tão adulta. Estava começando a sentir náuseas só de pensar em encontrá-lo.
— Anahi, está melhor hoje? - Dulce enfiou a cabeça no vão da porta, com um sorriso nervoso.
Anahi sorriu complacente. Dulce estava sofrendo nos últimos dias. Céus, precisava dar um aumento a ela.
— Estou. Desculpa por ontem, Dul - Anahi recostou-se na cadeira, tentando disfarçar a tensão do corpo - Aconteceu alguma coisa?
— Sem problemas - sorriu radiante - Só queria avisar que cheguei. Se precisar de alguma coisa, estou aqui.
Anahi assentiu com a cabeça e a assistente saiu. A sala de Dulce servia de recepção para a sala de Anahi. Soltou um suspiro frustrado ao pensar na reação da morena ao ver Tom. Iria simplesmente surtar. Ela era uma de suas madrinhas e, de longe, umas das pessoas que se sentiu mais frustrada pelo ocorrido.
Decidida a não sofrer por antecipação, começou a trabalhar. Assim que pegou um dos projetos que iria apresentar na próxima semana, a porta bateu. Olhou o relógio. Onze e cinquenta e oito. Respirou fundo. Não era ele. Ainda. Uma qualidade quase esquisita de Tom era a absoluta pontualidade. Por ter sido criado na Alemanha, ele era insuportavelmente pontual.
— Entre - murmurou, voltando a olhar o projeto. A porta se abriu e entrou um Alfonso sério - Posso ajudar em alguma coisa, Alfonso?
— Bom dia, Portilla - ele permaneceu sério e se aproximou, colocando as chaves do escritório dela na mesa. Anahi arregalou os olhos - Ontem você saiu daqui pronta para matar alguém. Pensei em te entregar pela senhorita Saviñón, mas acho que não seria uma boa ideia. - enfiou as mãos nos bolsos.
Anahi segurou os braços da cadeira, forçando-se a sorrir e relaxar o corpo. Alfonso parecia ficar mais bonito toda vez que se encontravam. Como isso era possível? Os dois ficaram se encarando, quando o telefone tocou e ela, sem pensar, colocou no viva-voz.
— Anahi, quer me explicar o que infernos o Tom está fazendo aqui te procurando? - a voz de Dulce sibilou por toda a sala, fazendo Anahi, atordoada, encarar o telefone. Anahi permaneceu em silêncio e encarou Alfonso, que permaneceu com o mesmo semblante impassível - Cacete, quer me responder? Quer que eu desça e dê um chute no saco dele pelo que ele te fez? Você sabe que eu posso fazer isso e...
— Dulce, calma - Anahi apressou-se em cortar a amiga. Alfonso já ouvira o bastante - Pode mandar o Tom subir. É o tempo que o senhor Herrera sai da minha sala. - continuou o encarando.
— O senhor Herrera está aí? - Dulce perguntou num fio de voz. Podia imaginar a pobre coitada murchando na cadeira.
— Está.
— Me diz que não estou no viva-voz, por favor.
— Está tudo bem, senhorita Saviñón. Eu entendo que você queira cuidar da sua amiga. - Alfonso garantiu, ainda sério. Ele parecia estar de mau humor, assim como ela.
— Quero mesmo, senhor Herrera. Se o senhor soubesse a merda que esse homem causou na vida da Anahi...
— Dulce - Anahi berrou - Peça para ele subir imediatamente - desligou e bufou, respirando fundo. Esfregou o rosto com força e apertou os olhos, contando até cinco - Alfonso, desculpe, mas acho melhor você sair. Preciso resolver um assunto pessoal e acho que as coisas não vão ficar boas. - encarou-o furiosa. Se ela era boca mole, Dulce era boca aberta, sem sombra de dúvidas.
— Certo - ele anuiu com a cabeça. Não parecia bravo ou arrogante. Apenas o maldito semblante impassível, o que a deixou mais furiosa ainda - Se precisar de algo, estou na minha sala. - virou as costas e saiu.
Anahi permaneceu encarando a porta por alguns segundos. Sem dúvidas, iria ter problemas com Tom. Estava nervosa, furiosa e com falta de sexo. Ela devia ligar para Alfonso quando saísse da empresa?
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No Limiar do Desejo
RomanceDepois de ter sido abandonada no altar, Anahi vive para o trabalho. Ao se tornar vice-presidente do prédio Herrera&Smith Enterprises, se vê amiga de toda a família Herrera, exceto o novo CEO e recém chegado no país, Alfonso Herrera. O homem a desarm...