Capítulo 34

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— Anahi, está tudo bem?

  Anahi levantou a cabeça e encontrou Dulce em frente a sua mesa segurando algumas pastas.

  Ela sabia o motivo da amiga estar perguntando aquilo. Anahi esteve no modo automático durante o dia praticamente inteiro, arrastando-se por aí. Não que ela se arrependesse da noite anterior, claro que não. Mas talvez virar a noite não tenha sido uma boa ideia. E enquanto ela parecia destruída e só pensava em dormir, Alfonso parecia ótimo. Ela o via vez ou outra pelo escritório e ele parecia cada vez melhor. Como ele conseguia?

— Claro - forçou um sorriso - O que houve?

— O senhor Houliang pediu para avisar que gostou da sua proposta e pediu para que entrasse em contato com ele.

— Cristo! Eu não estou viva hoje, Dulce. Pode resolver isso para mim? - recostou-se na cadeira, fechando os olhos.

— Claro - passou rapidamente uma lista de atividades para Anahi, que não conseguia prestar atenção - E mais uma coisa - tirou os olhos dos papéis e encarou a chefe. Anahi abriu os olhos e retribuiu o olhar - Molly’s depois do trabalho.

— Ah, não - resmungou - Estou exausta, preciso descansar hoje.

— Não estou perguntando. Christopher vai estar lá e pode ser a minha chance de conseguir conversar com ele.

  O tom desesperado na voz de Dulce quase arrancou uma risada de Anahi, mas ela sabia que era melhor não provocar. Christopher era um advogado criminal que a amiga tinha uma paixão antiga, mas nunca conseguiu falar com ele. Anahi conhecia a ladainha: ela ia aos mesmos lugares que ele, mas nunca tinha coragem de se aproximar.

— Conversar com ele? - Anahi arqueou uma sobrancelha sugestivamente, balançando a caneta entre o polegar e o indicador.

— Conversar. Juro. Palavra de escoteira! - fez o gesto de escoteiro. Anahi riu - O que foi? - franziu a testa.

— Você nunca foi escoteira. - sorriu.

— Anahi - Dulce se ajoelhou na frente da mesa e juntou as mãos como se estivesse rezando - Por favor, por favor! Me disseram que depois ele vai viajar a trabalho de novo e a gente nunca sabe quando ele vai voltar. É a minha única chance e eu preciso da minha amiga lá para me dar um apoio moral. Por favor! - implorou.

— Deixa de ser ridícula e levanta daí, Dulce. - Anahi riu.

— Toc! Toc! - Alfonso fingiu bater na porta, com divertimento nos olhos ao ver a situação de Dulce.

— Porra. - Dulce sussurrou, arregalando os olhos. O corpo inteiro enrijeceu.

— Sua chefe está te torturando, senhorita Saviñón? - Alfonso enfiou as mãos nos bolsos, sorrindo para Anahi, que estreitou os olhos.

— Não, senhor - Dulce levantou lentamente e o encarou - Quero que ela saia comigo hoje. - deu de ombros.

— Verdade? Para onde?

— Molly’s. Anahi tem que ser o meu cupido.

— Se você quiser, posso ir também. É bom ter uma opinião masculina sobre a situação.

— De verdade? - os olhos de Dulce brilharam com a empolgação.

— Não mesmo - Anahi interviu. Os dois olharam para ela - Ele é seu chefe, Dulce. Não acho que seja uma boa ideia.

— Anahi, não vou assediar a garota - Alfonso riu - Só estou falando que eu posso ajudá-la, nada mais.

— Aceito - Dulce olhou-o com um sorriso largo - Às sete então? Podemos ir todos juntos.

No Limiar do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora