Chegaram ao Aleria e Anahi não conseguiu conter o encantamento. O espaço era lindo, completamente aberto e com vista para o mar. As mesas com panos de linho fino, o ar sofisticado. Era o tipo de lugar que ela batalhara para frequentar sem precisar do colo dos pais.
Foram levados a uma mesa no espaço aberto, com uma vista magnífica para o mar. Anahi olhou para Alfonso e não pôde evitar um suspiro. Ele era tão absolutamente bonito, mesmo mordendo seu polegar, enquanto examinava o cardápio. Fizeram os pedidos e um silêncio quase constrangedor reinou, somente o barulho das ondas e dos pássaros ecoando.
— Então, Alfonso... - Anahi começou, sem saber ao certo como conversar sobre o assunto. Ele a observou atentamente - Caramba, não sei como conversar sobre isso. - deu uma risada nervosa, esfregando os olhos.
— Eu quero você, Anahi - declarou firmemente - Desde o começo tenho procurado formas de fazer você se abrir comigo, ou cogitar a possibilidade de me dar uma chance. Eu sei que você pode pensar que... Ah, eu não sei, que você pode estar se aproveitando do meu sobrenome ou de olho no meu cargo, mas sejamos francos - abriu um sorriso galanteador - Você conquistou o cargo de vice-presidente sozinha, entende? Eu nem estava aqui e sequer ocupava um cargo na empresa quando você conquistou isso.
Anahi prestava atenção em cada palavra dele. Por mais que ela tivesse dificuldade em aceitar, sabia que ele estava certo. Ela conquistou o cargo por mérito próprio. Sozinha. Ouvindo aquilo por outra pessoa a deixava mais aliviada.
— Pouco me importa o que os outros pensam - ele continuou - E você não tem que se importar também, querida - segurou a mão dela por cima da mesa, acariciando-a - Você lutou para chegar a esse cargo, e conseguiu. Relaxe um pouco. Deixa eu fazer você feliz. Você merece. Eu também mereço. - abriu um sorriso triste.
Aquelas palavras. Era como se tivesse algo por trás delas. Lembrou-se do que Nia havia dito sobre ele ter tido um filho e ele ter falecido. Aquilo era sério? Por quantas decepções Alfonso já havia passado? E se ele nunca se abrisse com ela em relação àquilo? Estremeceu.
— Eu não quero que me esconda as coisas, Alfonso - sondou. Quem sabe falando aquilo ele não abriria o jogo? - Tom me escondeu e graças a isso não estou casada.
Ele sorriu.
— Preciso mesmo agradecer ao Tom por isso. Você é a luz da minha vida - sorriu, beijando a mão da loira. Ela sorriu. Ele sabia mesmo o que dizer - Tenho que te contar uma coisa antes.
O garçom chegou com os pedidos e nesse tempo, Alfonso enrijeceu. Era como se estivesse desconfortável com o que viria a seguir. Brindaram com o vinho e comeram um pouco em silêncio. Anahi decidiu esperar pelo que ele diria. Uma hora ele falaria.
— O que você diria se eu te dissesse que tenho um filho? - perguntou receoso. Sua postura não era mais a de um CEO imbatível e sim de um homem que carregava muitos sofrimentos nas costas. Sozinho. Anahi suspirou. Droga, ela não queria vê-lo triste.
— Nada mudaria, Alfonso - apertou a mão dele, passando a segurança necessária - Não podemos mudar o passado, não é? - sorriu tristemente - Eu só não quero segredos entre nós, caso... - pigarreou - Caso a gente decida tentar alguma coisa.
Ele a encarou alguns instantes e sorriu em seguida.
Anahi revirou os olhos. Foi mais forte que ela. Alfonso conseguia deixar o assunto mais leve num piscar de olhos, era só abrir aquele sorriso arrogante e o cérebro da loira virava gelatina. Estava sempre em desvantagem com ele.
— Não revire os olhos para mim. - Alfonso riu relaxado.
— Ou então...? - desafiou-o.
— Estou louco para dar uns tapas nessa sua bunda incrível - sussurrou, piscando em seguida. Anahi gargalhou sentindo seu ventre formigar de ansiedade - Não me desafie, Srta. Portilla. - sorriu malicioso.
— Essa não é a minha intenção. - bebericou o seu vinho, encarando-o. Ele se remexeu na cadeira, ajeitando as calças.
— Puta que pariu, Anahi! Você é a visão mais excitante que meus olhos já viram em toda a minha vida.
–
Continuaram com o assunto leve durante todo o almoço. Anahi preferiu não entrar no assunto “filho” novamente. Como Nia havia dito, era um assunto delicado para ele e ela preferiu não forçar a barra. Quando ele se sentisse preparado, ela estaria lá para escutá-lo.
Entraram no carro e Alfonso ligou para alguém, avisando que eles não voltariam mais para casa, visto que a reunião seria apenas no dia seguinte. Ele estava louco? Anahi bateu em seu braço, negando com a cabeça que não concordava com aquilo, mas ele só ria e ignorava os protestos silenciosos dela. Filho da puta!
— Nós vamos voltar para casa, sim, Alfonso - protestou assim que ele desligou o telefone - Pirou? Precisamos resolver a questão da CCC.
— Amor, relaxa. Dulce e Christian são profissionais competentes. O que eles não conseguirem resolver, nós resolvemos amanhã. - sorriu e os dois desceram do carro. Ele a prensou no automóvel e lhe deu um beijo cheio de luxúria que a fez entrar em parafuso.
Amor.
Ele a chamou de amor.
O cérebro dela virou gelatina e diante daquela fala mansa e o apelido carinhoso, ela simplesmente não conseguiu argumentar.
— Bem melhor - colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha - Agora nós vamos turista na Grécia, apenas visitar alguns lugares e conhecer umas praias.
— Quem seria o nosso guia? - ele sorriu amplamente e abriu os braços - Esquece.
— Devia confiar mais em mim, Anahi. Posso levá-la a lugares nunca antes imaginados. - a duplicidade existente em suas palavras a deixou desconcertada.
— Adoraria conhecer os lugares históricos, Sr. Herrera. Mas não acredito que este seja o seu plano. - sorriu, beijando o pescoço dele.
— Tem razão. No entanto posso fazer um pequeno esforço para agradá-la - ela revirou os olhos voltando a atenção a praia à sua frente. Parecia tão plana que imediatamente despertou sua atenção. Era diferente das demais ilhas - Estamos em frente a ilha de Delos, se quer um pouco de história grega, este é o local perfeito para descer.
— Não vou forçá-lo a este sacrifício. - ele riu e se aproximou ainda mais dela.
— Eu conheço a ilha. É quente, desértica e rochosa. Se descermos, vamos enfrentar algumas horas de sol na pele, o tempo todo. É isso o que deseja?
Anahi pensou. Amava a história grega e adoraria conhecer qualquer coisa relacionada a ela, mas será que ser tostada ao sol estava mesmo em seus planos? Não. Definitivamente ficaria para outra oportunidade.
— Não. O que sugere?
— Podemos visitar algumas ilhas, fazer compras ou apenas ficar aqui, curtindo um ao outro.
_______________________
Babi legal hoje em KKKKK.
Todos sabem que eu não gosto de fazer maratona e não pretendia fazer (como não irei), mas quando esta história acabar vocês entenderão o motivo de eu estar adiantando alguns capítulos. Bjs e aproveitem ❤
-Babi😙
VOCÊ ESTÁ LENDO
No Limiar do Desejo
RomanceDepois de ter sido abandonada no altar, Anahi vive para o trabalho. Ao se tornar vice-presidente do prédio Herrera&Smith Enterprises, se vê amiga de toda a família Herrera, exceto o novo CEO e recém chegado no país, Alfonso Herrera. O homem a desarm...