Capítulo 37

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  Ele serviu os copos com o refrigerante e brindaram aos risos. Comeram enquanto conversavam sobre assuntos leves. Anahi martelava a noite anterior na cabeça, mas não acabaria com aquele momento.

  Assim que terminaram de comer, Alfonso serviu as taças com o vinho e, brindando novamente, tomaram o líquido.

— Você veio aqui por algum motivo, certo? Imagino que eu não seja a sua melhor escolha para passar um sábado à noite. - ele deu um sorriso que mostrava que sabia exatamente o motivo de Anahi ter ido lá.

  Anahi o encarou alguns instantes e bebericou o seu vinho, criando coragem para começar o assunto. Ele riu baixinho e ela estreitou os olhos. Se ele sabia, por que não falava de uma vez?

  Porque ele quer que você se humilhe, sua ridícula!

— Anahi? - ele a chamou e ela balançou a cabeça, encarando-o novamente - Tudo bem? Você parece meio aérea. - riu.

— O que houve ontem?

— Em qual parte da noite exatamente?

— A parte que eu não lembro, não é? O que rolou? Por que você me levou para casa? Pior ainda, Herrera: por que você brigou por minha causa?

— Cristo! Você devia fazer jornalismo. Você é muito curiosa. - murmurou, tomando o seu vinho.

— Qual é, Herrera - Anahi balançou a cabeça, impaciente - Quero todas as informações.

  Ele pigarreou e brincou com a taça, pensando sobre o que deveria falar.

— Você foi dançar e um cara foi para cima de você. Como você estava tentando afastar o babaca e ele não saiu, eu fui te ajudar. Ele não ficou muito feliz e acabamos brigando.

— Você nem está machucado. - acusou com os olhos estreitos. Aquela história estava esquisita demais para ela.

— Eu luto, Anahi. Desde criança - deu de ombros - Não tive problemas em me defender de um bêbado. E quanto te levar para casa: Dulce estava bem acompanhada e eu não queria atrapalhar, então me ofereci para te levar. - a boca de Anahi se abriu em incredulidade.

— Alfonso, você já pensou que a Dulce pode querer me fazer um interrogatório depois? Ela é minha secretária, merda. - grunhiu. Os lábios de Alfonso se apertaram e tomou algumas respirações profundas.

— Eu já disse que você é quadrada? Meu Deus, pare de se preocupar com coisas tão pequenas.

— Alfonso, você brigar com alguém por minha causa não parece ser algo exatamente “pequeno”. Já pensou nisso?

— O que importa o que os outros pensam, Anahi? - rosnou, deixando a taça na mesinha de centro.

  Anahi se levantou, largando a taça ao lado da dele. Esfregou os olhos e tentou ao máximo conter a impaciência. Soltou uma risada sem humor, pensando na última frase dele. Claro, tudo era fácil para Alfonso Herrera. Nunca precisou lutar para conquistar nada. Absolutamente nada. Pegou as chaves do carro que Dakota havia colocado perto da porta e se virou para ele.

— Para mim importa o que os outros pensam, Alfonso. Diferente de você, eu não vim em berço de ouro, então precisei muito me basear no que os outros pensavam. Nem todo mundo tem a vida fácil. - falou com desdém e saiu da casa, ignorando os protestos de Alfonso do lado de dentro.

  Assim que Anahi chegou em casa, deparou-se com Maite aos prantos, esparramada em seu sofá. Revirou os olhos, fechando a porta e largando as chaves. Foi até a cozinha e pegou duas garrafas de água, voltando ao encontro da patética amiga que soluçava. Entregou uma garrafa para ela e se sentou no tapete, colocando uma música no aparelho de som. Acabou optando por um disco de um cantor brasileiro que Dulce adorava e por mais que Anahi não entendesse a letra, a melodia era encantadora. Rubel começou a tocar e Anahi esperou que a amiga se acalmasse, se debruçando no tapete e fechando os olhos.

No Limiar do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora