Por vários motivos, Anahi odiava balada. Ainda mais com Maite. A amiga sempre acabava indo para casa de algum homem que conhecia e Anahi ficava sobrando. Noite das mulheres? Que nada. As noites sempre acabavam com Anahi indo para casa bêbada e sozinha, e Maite a ligava no dia seguinte, morrendo de culpa. Isso acontecia desde... Desde que Andrés fora embora. Amaldiçoou o irmão por isso.
Naquela noite não estava sendo diferente. O que estava incomodando Anahi era o fato dela aparentemente estar flertando com o homem que Anahi transara há menos de vinte e quatro horas e nos últimos dois dias. Incansavelmente. Elas não tinham um trato como “nunca se envolver com o ex da amiga” mas isso nunca fora preciso. Até aquele momento.
Havia bebido tantas doses de uísque que mal sentia as mãos e os lábios. Também não escutava a conversa de Maite e Alfonso, somente as batidas das músicas. Alguns homens tentaram conversar com ela, mas o único caso que ela estava disposta a ter naquela noite, era com o álcool.
— Vem, Anahi - Maite gritou, puxando-a tão forte que ela precisou se apoiar em Alfonso para não cair. - Adoro essa música. Vamos dançar.
Anahi estava cambaleando. Sabia disso. Mas então ouviu a voz envolvente de Usher cantando Scream. Claro, era um dos artistas favoritos de Maite. Chegaram juntas à pista de dança, com Maite liderando o caminho com seu vestido azul. Foram absorvidas pela aglomeração de silhuetas dançantes e logo se viu envolvidas por uma multidão de corpos masculinos suados.
— Por que está bebendo tanto? - Maite perguntou, levantando os braços e mexendo os quadris no ritmo da música.
— Não queria atrapalhar a conversa de vocês. - abriu um sorriso sarcástico.
— Por favor - Maite revirou os olhos. - Não me diga que está com ciúmes.
— Viemos para dançar. Vamos dançar. - deu as costas para a amiga, se jogando no ritmo da música.
Anahi se deixou levar pela batida cativante da música e pela atmosfera sensual da pista lotada. Jogou os braços para o alto e começou a dançar, liberando toda a tensão do desconforto em ver Maite e Alfonso se dando tão bem.
— Você está linda. - gritou alguém em seu ouvido.
Olhou por cima do ombro e viu um cara de cabelos escuros inclinado em sua direção.
— Obrigada!
Era a mais pura mentira. Seus cachos haviam desaparecidos, esse era o ruim de ter cabelos extremamente lisos, suas costas estavam suadas e, mesmo com ela completamente nua, parecia pegar fogo, além das correntes que sustentava o vestido estarem grudadas em suas costas. Seus cabelos estavam grudados tanto na nuca como na testa. Ela não se importava. A batida da música se acelerava, as canções se juntavam umas às outras.
Quando Rihanna começou a cantar Needed me ela sentiu duas mãos envolverem seus quadris. Anahi ficou impressionada com a sensualidade do ambiente e do desejo de sexo casual que todos ali pareciam exalar, então decidiu se deixar levar. Afinal, era fim de ano, certo? Tudo seria esquecido no ano seguinte.
Anahi sorriu e começou a dançar, fechando os olhos e deixando o ritmo da música conduzi-la. Quando ele começou a passar as mãos pela cintura dela, Anahi as segurou, mantendo-as paradas sobre os quadris. Ele riu e dobrou os joelhos, alinhando seu corpo com o dela.
— Querendo me controlar, querida?
Anahi sentiu uma onda de excitação correr por cada átomo do seu corpo. Havia suspeitado de quem eram as mãos, mas preferira evitar tirar conclusões precipitadas, afinal Alfonso era mais ranzinza do que ela. Ou era o que ele queria que pensassem.
As mãos de Alfonso se abaixaram para agarrar a parte de trás das coxas de Anahi, apertando-a de leve, ele a puxou um pouco mais para perto. A bainha do vestido preto curto subiu de maneira quase indecente e um rugido reverberou pelo peito dele.
Anahi se virou para ele, louca para encara-lo, vê-lo louco de tesão. Por ela.
Seu olhar estava vidrado no decote de Anahi. Ele umedeceu os lábios com a língua em um gesto tão carnal e insinuante que Anahi quase sentiu uma carícia na própria pele. Quando ele a encarou, as pupilas dele estavam completamente dilatadas.
Com um gemido suave, Alfonso selou sua boca sobre a dela, roubando pensamentos pecaminosos daquele beijo, exuberantemente profundo, segurando os quadris dela e os balançando no ritmo sensual da música. Ele quebrou o beijo, sugando o lóbulo dela, fazendo-a agarrar a camisa dele, incapaz de resistir.
— Mais uma noite, Anahi - ele falou no ouvido dela. - Me dê mais uma noite.
Ela o encarou, procurando algum sinal de brincadeira da sua parte. Não havia. Sem pensar duas vezes, ela anuiu com a cabeça.
Afinal, no ano seguinte tudo seria esquecido.
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No Limiar do Desejo
RomanceDepois de ter sido abandonada no altar, Anahi vive para o trabalho. Ao se tornar vice-presidente do prédio Herrera&Smith Enterprises, se vê amiga de toda a família Herrera, exceto o novo CEO e recém chegado no país, Alfonso Herrera. O homem a desarm...