Capítulo 32

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  Entre passar o dia na empresa e a noite na casa de Alfonso ajudando Dakota com a decoração, Anahi estava exausta na quinta-feira. Claro, parte dessa exaustão era devido ao fato de estar evitando Alfonso a todo custo. Não ficava sozinha com ele por mais de três minutos e estava ficando insuportavelmente difícil, já que ambos com cargos altos na empresa, sempre precisavam resolver algo juntos. O corpo já estava se acostumando com a presença dele e Dakota não facilitava. Sempre inventava um lanche ou filmes depois de arrumarem as dezenas de caixas da pequena Herrera.

  As cartas de Tom estavam dentro da gaveta do criado mudo ao lado de sua cama, mas ela não se atrevera a lê-las até então. Ainda precisava digerir as informações que ele havia lhe dado. E ficou imensamente grata por ele não ter entrado mais em contato. Ele sempre sabia quando respeitar o espaço dela.

  Tudo o que ela queria era chegar em casa e morrer. Tinha planos de trabalhar nos slides da reunião do dia seguinte, mas tirou essa ideia da cabeça. Precisava descansar. Andrés sairia mais tarde do trabalho e depois passaria a noite fora. Agradeceu a qualquer pessoa que o tenha convidado para sair. Tudo o que mais queria era ficar em casa. Sozinha. Com o seu pequeno vibrador rosa choque. Óbvio que ele não daria o mesmo prazer que Alfonso, mas alguns orgasmos não fariam mal.

  Tomou um longo banho na banheira e seu grande amigo rosa choque ajudou um pouco a melhorar o seu humor. Não estava cem por cento, mas já era um caminho. Depois do banho, enrolou-se numa toalha, colocou uma música e jogou-se na cama, permitindo-se alguns minutos de nudez enquanto cantarolava Afire Love junto com Ed Sheeran. O som da campainha tocou e ela soltou um suspiro lamuriante. Torceu para não ser o irmão esquecendo as chaves ou Maite querendo uma noite de garotas. Precisava de paz.

  Sentiu o sangue drenar de seu rosto quando olhou pelo olho mágico e se deparou com ninguém mais ninguém menos que um delicioso Alfonso com algumas sacolas nas mãos. O seu ventre imediatamente se contorceu, como se soubesse quem era o homem que estava do outro lado da porta e o que ele era capaz de fazer com o corpo dela.

— O que você quer, Herrera? - perguntou hesitante, sem abrir a porta.

— Nosso encontro, lembra? Como essa semana foi puxada para nós dois e eu sei que você tem uma reunião amanhã cedo, trouxe comida - havia um sorriso na voz dele. Um sorriso malicioso e intransigente, ela podia apostar - Você não vai fugir de mim tão facilmente, Anahi.

— Estou cansada, Alfonso. Não vou ser uma boa companhia. - conteve o sorriso, encostando-se à porta. Ele a estava pegando de jeito, acabando com as defesas dela.

— Não vou te obrigar a correr uma maratona, Anahi - ele riu - Eu sei que você adora comida italiana, então trouxe Risotto Alla Milanese. - murmurou o nome do prato em italiano, aquele sotaque maravilhoso acabando com as estruturas dela.

  Anahi balançou a cabeça, sorrindo como uma adolescente. Ele a conhecia melhor do que ela imaginava. Como ele sabia sobre sua fraqueza com comida italiana, era algo que ela pretendia descobrir em breve. Recompondo-se, desmanchou o sorriso e abriu a porta apenas o suficiente para ele entrar.

  E quando o fez, céus, quase agradeceu por estar só de toalha. Ele entrou e parou, congelado ao vê-la quase nua. Bom, ela estava nua se não fosse uma peça de pano que o impedia de ver o paraíso mexicano. As pupilas dele se dilataram e umedeceu os lábios, encarando-a como se ela fosse um pedaço de carne. A carne favorita dele.

— Eu vou me trocar. Fique à vontade. A cozinha fica ali - apontou na direção - Pode pegar pratos e talheres. O vinho está na adega ao lado da geladeira, pegue o Valentini que você me deu e duas taças que estão no armário acima da geladeira. - sorriu, caminhando rapidamente até o quarto.

No Limiar do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora