Anahi estava na espreguiçadeira perto da piscina. Não sabia ao certo quanto tempo tinha passado, mas considerando que a lua cheia já havia aparecido e o céu estava escuro, devia ser muito. Suspirou.
Sabia que Alfonso não havia agido por maldade, mas a ideia de ter um homem em sua vida de novo a deixava em pânico. O medo de ser abandonada novamente era o que a deixava mais temerosa.
— Anahi? - Dulce a chamou e se sentou ao lado dela, entregando-a uma garrafa de cerveja - O que foi dessa vez?
Anahi suspirou lamuriante e apertou os olhos. Nem ela sabia dizer o que estava acontecendo, mas sabia que estava sendo irracional.
— Certo - Dulce suspirou - Tem a ver com o Alfonso?
— Ai, Dul - Anahi lamentou - Que droga. Eu estou apavorada. Queria saber lidar com tudo isso, mas ontem... - soluçou, escondendo o rosto com as mãos.
Dulce permaneceu em silêncio, esperando pacientemente que a amiga tentasse verbalizar o que estava sentindo. Anahi deixou algumas lágrimas caírem. Droga, ela estava uma pilha de nervos e o corpo estava dolorido.
— Merda, ontem foi tão especial - suspirou - Passamos tanto tempo juntos e a forma como me tocou quando fizemos amor - fez uma careta ao definir aquele momento. A coisa estava mesmo séria. Ela odiava o termo “fazer amor”. Era tão piegas - Foi incrível. A gente se amou vendo o nascer do sol - sorriu, fechando os olhos e lembrando de cada palavra dele - Foi incrível.
Linda e única é você.
Você é a luz da minha vida.
A forma como ele a olhava em cada um desses momentos era como um jato de água morna em seu corpo. Droga, ela já o queria, mas se alguém a abraçasse mais forte, ela podia jurar que desmontaria.
— Anahi, por que exatamente você está chateada? - Dulce perguntou genuinamente curiosa. Como sempre - Porque até agora, tudo o que eu vi foi um casal apaixonado tentando se afastar. Menos hoje. Hoje o Alfonso estava um doce só de ouvir o seu nome.
Anahi olhou para a amiga e fungou. Oh, ela devia estar patética.
— Verdade?
— Verdade - sorriu, tomando um gole da sua cerveja - Os olhos dele estavam brilhando. Ele parecia feliz. Feliz de verdade, entende? Sem falar naquele suspiro que todo apaixonado dá quando lembra do amado.
Anahi riu e fungou mais uma vez. O coração se sentia mais leve. Levantou-se e percebeu que sua cerveja estava intocada.
— Acho que vou falar com ele. Você sabe onde ele está?
— O Christian disse que ele estava do outro lado da praia. Perto de onde está o barco.
Anahi beijou a bochecha da amiga, verdadeiramente agradecida. Por mais que soubesse desde o começo que estava errada, não tinha coragem o suficiente para assumir o que estava acontecendo. O que estava sentindo.
Ela estava apaixonada.
Irrevogavelmente apaixonada por Alfonso Herrera.
À medida em que Anahi caminhava, uma sensação esquisita surgia no seu estômago. Ela não sabia dizer exatamente se era uma coisa boa, mas tudo o que ela queria era acertar as contas com ele. Quando o viu de longe, suspirou. Ele estava falando no celular de costas para ela. Suas costas estavam tensas. Ela se aproximou silenciosamente.
— Eu sei, Dak - ele suspirou - Vou conversar com a Anahi. Eu gosto mesmo dela, não quero ferrar com tudo - ela sorriu, aguardando pelo que viria a seguir - Vou falar com ela, mas não prometo nada, tudo bem? Também te amo. - desligou.
Anahi aproveitou a brecha para abraçá-lo por trás. O corpo dele relaxou imediatamente e ela ficou satisfeita por ter esse efeito sobre ele.
Alfonso se virou, encarando-a com um sorriso triste. Anahi franziu o nariz.
— Está tudo bem?
Alfonso deu-lhe um beijo molhado e luxurioso. Sua língua se movia devagar, fazendo com que ela esquecesse a dor que seu corpo sentia, desejando que ele movesse a língua do mesmo jeito no meio de suas pernas. As mãos de Anahi foram diretamente para seus cabelos, passeando por eles, agarrando com força. Quando lançou os braços em torno dela, Anahi arqueou o corpo, curvando-se sob suas mãos.
Ele suspirou e colou suas testas, sem abrir os olhos.
— Eu sempre fico bem com você - ele sorriu e, daquela vez, o sorriso foi verdadeiro - Mas nós precisamos conversar. Não posso continuar adiando algumas coisas do meu passado que... - passou as mãos pelos cabelos, baguçando-os - Que ainda me atormentam, Anahi. Eu preciso que você saiba de uma vez e se você ainda me quiser, nós ficamos juntos.
Anahi engoliu em seco. O que poderia ser tão grave que poderia separá-los? Assentiu sutilmente com a cabeça. Estava pronta para lidar com o passado dele. E lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.
E isso era algo que ela não queria.
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No Limiar do Desejo
RomansaDepois de ter sido abandonada no altar, Anahi vive para o trabalho. Ao se tornar vice-presidente do prédio Herrera&Smith Enterprises, se vê amiga de toda a família Herrera, exceto o novo CEO e recém chegado no país, Alfonso Herrera. O homem a desarm...