Capítulo 17

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— Que delícia pisar em solo americano de novo. - Andrés suspirou, largando as malas e abrindo os braços.

— Por favor, Andrés, pare de ser tão mexicano. Aqui não temos toda essa felicidade só de estar aqui. - Anahi riu.

— Você não é americana, boca mole - beijou os cabelos da irmã e pegou novamente as malas - Por mais que não seja muito fã do México, é de lá que você é - piscou - Então te aconselho parar de tentar bancar o que não é.

  Anahi bufou, caminhando o mais rápido que podia com as botas curtas de salto grosso. Pediram um táxi e foram para o apartamento de Anahi, em silêncio. Quando entraram, Anahi largou as malas no chão, aliviada.

  Mostrou o quarto em que o irmão ficaria e foi tomar uma ducha. Arrumou as malas e depois de muita relutância, aceitou que Maite fosse visitá-la. Ao sair do quarto, sentiu um cheiro incrível de massa vindo da cozinha. Ficou surpresa ao ver que o irmão havia pedido pizza e colocava duas garrafas de cerveja na ilha da cozinha. Estava mesmo precisando beber.

— Ei, acho que quem tinha que cuidar dessas coisas era eu, não? - Anahi riu, sentando-se numa cadeira alta.

— Calada. Sou seu irmão, não uma simples visita. - deu de ombros.

— Quanto tempo vai ficar aqui? - optou por ser direta logo. Não gostava de dividir a casa, por mais família que fosse. Prezava por sua privacidade.

— Isso que é amor - ironizou, passando uma cerveja para Anahi - Sem mim, quem vai te mimar com pizza?

— Por favor, eu me sustento. Posso muito bem fazer meus pedidos.

  Andrés gargalhou e os dois continuaram conversando por um tempo.

— Então... - o irmão pegou mais uma cerveja, entregando uma à Anahi - Quando vou conhecer o cara que te fez isso? - apontou casualmente para as marcas nos seios de Anahi.

— Não começa, Andrés... Foi algo casual. Não me lembro dele. - mentiu. Blefou. Ocultou.

— Anahi? - a voz manhosa de Maite ecoou na sala.

— Jesus! - Anahi rosnou baixo. Só o que faltava era Maite contar tudo à Andrés.

— Aqui, Perroni. - Andrés gritou.

  Logo Maite entrou na cozinha e abraçou Andrés calorosamente. Ele, por sua vez, parecia tenso. Coitado. Maite abraçou a amiga, que não retribuiu como queria.

— Bico fechado sobre o Alfonso. - sussurrou no ouvido de Maite.

  Maite a soltou com um olhar de estranheza, mas entendeu o recado. Andrés, no começo, tentou arrancar alguma informação de Maite, mas ela afirmou não conhecer o rapaz e ainda pedira para ele deixar a irmã viver a vida sexual em paz.

  O resto do dia foi tranquilo e à noite Anahi dirigiu pacientemente até o Chelsea, onde era a luxuosa residência de Sollemberg. A rua do sócio era absurdamente tranquila, se comparada com o resto de New York. As opulentas mansões deixaram Anahi particularmente constrangida.

  Seu apartamento era grande, possuía todos os cômodos separados, além de 5 suites. Mas ver aquelas mansões, porque aquilo não era casa, deixou o seu apartamento no chinelo.

  Ao chegar ao endereço, imaginou ter cometido um erro. De longe, era a casa mais exageradamente grande da rua. Suspirou e apertou o botão de entrada.

— Mansão dos Sollemberg. - uma voz grave e mau-humorada atendeu o interfone.

— Sou Anahi Portilla da H&S.

  Os portões se abriram e Anahi dirigiu pelo imenso jardim. Observou uma pequena casa e deduziu que devia ser dos caseiros. Flores de todas as cores e tamanhos enfeitavam o jardim e ela estacionou ao lado do Escalade do Herrera que já estava lá, mas foi o único carro que reconheceu. Sentiu uma vontade absurda de trocar de carro.

No Limiar do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora