Capítulo 1

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Ryder Jenkins

Puta merda. Estou atrasada para me encontrar com a Gina, ela vai me matar se eu não chegar ao treino a tempo. Aí, porque eu tinha que esquecer de colocar o despertador logo agora?! As competições estão chegando e a Gina me quer a tempo no treino senão ela corta a minha cabeça. Sem falar, nas novatas que estão no time e a Gina provavelmente quer que a capitã dê o exemplo. Aí que merda! Porra..., desço as escadas correndo e vejo a minha mãe deitada no sofá em cima do namorado dela, Bradd. Como eu odeio esse cara. A minha mãe entrou em algum tipo de depressão assim que o meu pai morreu numa corrida de carros ilegais, ela começou a beber, começou a se drogar e nessa caminhada da derrota conheceu o Bradd, um traficante. Os dois se apaixonaram e acabarem numa relação tóxica que me envolve também.
O Bradd acha que é o meu pai e tenta me educar como se fosse, nós os dois brigamos e a minha mãe sempre acaba se metendo e brigando comigo.

Ignoro os dois, pego o capacete e as chaves e saio de casa. Como é que a minha mãe consegue aceitar o Bradd como namorado? Quer dizer, o meu pai era um corredor incrível. Foi graças a todas as corridas dele que temos uma herança brilhante que por sinal a minha mãe tem acesso. O meu pai só deixou a casa e um dinheiro bondoso para ela. O resto ficou com a minha avó, é ela quem paga as minhas roupas, a minha escola, os meus presentes, tudo o que eu preciso é a minha avó que me dá. Isso só acontece porque a minha mãe não tem competência para cuidar de mim.

Vejo o carro do Jackson na frente da minha casa. Me baixo e olho no vidro. O vejo deitado no banco com um casaco em cima do seu corpo. Ele não desiste. Que merda. Ignoro e coloco o capacete e vou até à moto. Subo e começo a dirigir. Destesto morar em San Marcos, quero sair daqui o mais rápido possível. As corridas ilegais dominam San Marcos, todos os garotos querem ser um corredor, todas as garotas querem ser esposas de um corredor. Não importa que eles não sejam fiéis, se lhes derem uma vida estável e se estão felizes. O meu pai morreu na porra de uma dessas corridas, a polícia não fez nada, é óbvio que não fez, porque eles apenas fecham os olhos e aceitam. Foi assim que a morte do meu pai foi declarada como acidente. Odeio corredores. Odeio corridas. Desde que o meu pai morreu odeio cada pessoa dessa cidade, odeio cada corredores, odeio cada corrida organizada. Odeio San Marcos.

Conduzo até à escola e estaciono no estacionamento. Desligo, tiro o capacete e corro até à pista. Assim que chego vejo todas as garotas e garotos alongando. A Gina está com os braços cruzados olhando para mim.

— Vinte minutos, Ryder. Vinte minutos. O que aconteceu agora?— pergunta

— Em minha defesa, foram só dezoito minutos — respondo deixando o saco no banco. A Gina se aproxima de mim e me coloca debaixo do seu braço.

— Apresento a vocês, a vossa capitã atrasada. Ryder Jenkins.

— Achei que era um homem — diz um deles.

— É. Enfim, ela ficará com a equipe B. Vocês vão ficar com barreiras, Ryder. E ela comanda, sem reclamações, sem protestos. Apenas obedeçam a capitã.

— Treinadora... — diz a Devi levantando o braço. A Gina aponta para ela a dando permissão para falar — Nós vamos continuar treinando de noite? Os meus pais não querem que eu treine de noite, a senhora sabe... por causa do... Damon Russell. 

— É... Os meus pais também não. É um pouco complicado. Ele acabou de sair do reformatório e os boatos dizem que ele veio para a escola — diz a Kiara 

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