Capítulo 47

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Ryder Jenkins

Nunca pensei que eu estaria deitada no chão da casa da Layla, completamente bêbada, com um beck na mão apenas para esquecer certas ocasiões na minha vida. Desde pequena, eu odeio ser daquele tipo de pessoas que bebem demais ou que fumam demais só para esquecer a vida, mas incrivelmente, aqui estou eu. No chão gelado na casa da Layla às três da manhã, fumando e bebendo para ver se consigo esquecer que merda aconteceu hoje.

Porque esse tipo de coisa só acontece comigo? Porque? Meu pai tentou me matar. Meu pai. E toda vez que penso nisso, penso em todas as vezes que discuti com a minha mãe sobre o meu pai. Penso quantas vezes discuti com as pessoas da escola, com a polícia, lembro de todo o esforço que eu fiz para tentar que a investigação do homicídio do meu pai fosse aberta — não deu certo, mas eu tentei. Lembro de todas as coisas que tentem fazer por ele. Eu deixei de correr. Eu deixei de fazer a coisa que eu mais amava por ele. Para anos depois, descobri que ele tentou me matar e mentiu para mim até o último dia de vida dele. É pedir muito...

Será que todas as brigas que eu tive com a minha mãe valeram a pena? Será que a minha mãe sabe que meu pai tentou me matar? Será por isso que ela foi parar no fundo do poço? Há tantas possibilidades. O meu pai tentou me matar. É difícil esquecer esse facto. Com é difícil esquecer que o meu namorado nem pensou em me contar sobre isso. Ex-namorado. Caramba, se eu estivesse no lugar dele, eu diria para ele na hora. Como é tão difícil dizer isso? Obviamente iria ser difícil encontrar as palavras, mas eu iria contar. Isso nem passou pela cabeça dele. O que mais ele não me contou? O que mais ele escondeu de mim? Será que ele me amou de verdade alguma vez? Será que ele me amou?

Passei meses tentando colocar na minha cabeça que o Damon nunca disse que me amava por causa dos traumas dele e que um dia ele me diria, mas parece que isso só foi ilusão minha. Ele nunca me amou. Ele nunca vai me amar porque a única pessoa que ele ama é ele mesmo. Viro a garrafa de novo na minha boca tomando um longo gole da tequila que o pi da Layla tem. A tequila arde a minha garganta inteira, mas nem me importo muito.

— Vocês está agindo como uma criança — diz a Layla

— Foda-se — digo. Ouço a campainha tocar e a Layla se levanta para abrir a porta. Nesse momento, ouço o meu telefone tocar. Tento me levantar para pegar meu telefone. Caio no chão e tenho que me esticar para pega-lo em cima da mesa. Atendo sem nem ver quem está me ligando — Alô.

— Alô. Quem está falando é o Jenkins?

— Trevor Jenkins está morto — digo

— Não quero falar com Trevor Jenkins. Quero falar com o filho dele. — diz a outra voz — Ryder Jenkins.

— Então eles terminaram? — ouço a voz da Emmy no corredor.

— Impossível. Eles estavam bem — diz a Brenna

— Foi o que ela disse quando chegou aqui — diz a Layla aparecendo novamente na sala. As meninas aparecem.

— Alô? Está me ouvindo?! — pergunta a voz do telefone

— Aham — concordo

— Pode passar o telefone para o Ryder, por favor?

— Quem está falando? — pergunto

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