Corrida Ilegal

Capítulo 14

Ryder Jenkins

Estou sentada na calçada ao lado da Roxy. Nós as duas nos perdemos na casa do Damon e acabamos por saltar a janela e nos sentar na calçada da rua. Essa casa é enorme e parece um labirinto. Para que tantos cómodos? Para quê tantas salas? Para quê tantos quartos? Não faz o mínimo sentido ter tantos quartos numa casa! Estou com fome, mas não quero voltar para dentro. A Roxy acabou de me contar que quer a minha ajuda para se livrar do namorado. Como eu vou fazer uma coisa dessas eu não sei? Porque ela quer a minha ajuda? Eu também não sei. Não tivemos tempo para conversar sobre isso. Ela ficou contando a história do relacionamento dela e como ele é abusivo com ela, contou que não podia vir na casa do Russell com o irmão porque o namorado acreditava que se algum dos Russell a visse iria querer ela. Não duvido, a Roxy é bonita. Seus cabelos roxos e curtos, sua pele morena e seus olhos verdes. Ela é uma garota linda, algum dos idiotas iria a querer e iria fazer de tudo para a ter, mas não deixa-la sair de casa, é um pouco demais.

Ele tinha ciúmes do irmão dela, porque são meio irmãos e ele já tinha ouvido histórias de meios irmãos que acabavam juntos. Ele escolhia as suas roupas, escolhia os lugares que ela frequentava, que amigos ela tinha e até o que iria falar. É bizarro. Nunca pensei presenciar uma situação desses, se eu presenciasse provavelmente seria com a Layla porque ela realmente iria se colocar num relacionamento contando com os benefícios que lhe seriam dados. Essa noite está ficando mais maluca. Não foi para a casa da minha avó porque ela saiu do estado com o meu avô e não foi para a casa da Layla porque ela vai dormir na casa da Kiara e a família da Kiara detesta corredores. Fiquei sem lugar para ir, pensei em dormir no hotel ou no meu carro, mas os vidros estão quebrados e o Hazel ofereceu a casa com os mil cómodos e sem os idiotas dos irmãos do Damon. Seria um paraíso.

— Se quiser pode não fazer isso — diz a Roxy

— Não se preocupe. Eu só tenho que perguntar. Porque eu?— pergunto

— Porque éramos amigas — diz

— Oi?

— É, você provavelmente não se lembra, mas quando você estava na casa do Russell, você sempre brincava comigo, pelo o menos, quando o Damon não estava. Vocês os dois eram como carne e unha.

— Amigas? Então porque não me chamou pelo o nome?

— Porque faz anos que não conversamos além disso o Miguel contou que você furou o olho do Nicolas, correu contra a Brenna e se tornou copiloto do Russell. Você é literalmente uma lenda.

— Que nada. Eu era uma lenda antes de fazer nada, porque só agora você me considera uma lenda?

— Porque você disse que esse era o seu sonho? Você disse que queria entrar para a liga, ser tão famosa quanto o seu pai e correr com o Damon. Estou feliz que você tenha realizado o seu sonho.

O Damon não está em casa, o Hazel disse que ele saiu com os irmãos, sei que eu deveria me preocupar, mas o meu pai não vai me deixar sair sozinha à procura do Damon por toda a cidade. Essa casa é entediante sem ele. Desço as escadas e chego numa espécie de garagem, que também está vazia. Odeio andar sem o Damon na casa dele, eu não sei como sempre me perco e ele nunca se perde. Sento-me em cima de uma caixa de ferramentas, frustrada. Essa casa é entediante. Deus me livre. Como nunca percebi isso antes? Observo os carros parados, se eu tivesse as chaves, conseguia sair daqui e procurar o Damon.

— O...Ooie, você poderia sair de cima da caixa?— pergunta uma garota de cabelos castanhos e longos. Levanto-me rapidamente e ela retira a caixa. Quem é ela? Como nunca a conheci? O Damon nunca me falou dela.

— Oie. Quem é você?— pergunto

— Eu sou a Roroxy — gagueja

— Roxy?— pergunto. Ela concorda com a cabeça e sorrio — Eu sou a Ryder, Roxy.