Ryder Jenkins
Está escuro, mas não estou com medo. Me sinto segura com ele, mas esse lugar é apertado, pequeno e escuro. Não deveríamos estar aqui, o meu pai disse para não sair da casa dos Russell. Tecnicamente, não estou fora da casa deles, porém também acho que estou dentro demais da casa. O Damon abre uma porta pequena e solta a minha mão. Tento pegar na mão dele de volta, mas não consigo. Porque ele me soltou? Não quero que ele me solte. Abaixo-me e atravesso a porta. Como é que existem tantos caminhos nessa casa? Porque existem tantos caminhos? E porquê o Damon quer me mostrar eles? Assim que atravesso porta olho ao redor e vejo uma sala grande, com sofás velhos e aparentemente confortáveis, estantes com livros empoleirado, uma mesa vazia e velha. Parede de pedra e quadro com uma lenço em cima deles. Mexo nas minhas mãos nervosa. Onde estou? Ainda sinto a sensação da parede fria e áspera do corredor na ponta dos meus dedos e os meus pés ainda estão trémulos por causa do chão de madeira frágil e velho. Parecia que ia quebrar a qualquer momento.
O Damon olha para mim como se estudasse a minha reação. Ele é o meu melhor amigo, antes era o Marcos, mas não confio tanto nele como confio no Damon. O Damon me passa uma sensação de segurança surreal, além disso, ele sempre me ouve e me olha com olhos compreensível e amáveis. Não sei como o idiota do Dickson Russell tem coragem de bater no próprio irmão. Desde que conheci o Damon, ele aparece com machucados no corpo ou no rosto. É assustador. Além disso, o Damon sempre toma cuidado com tudo, como deixa as coisas, com o som dos passos, ele se assusta facilmente e é impossível descobrir onde ele está.
— Não gostou?— pergunta preocupado
— Aqui é assustador. Porque vem aqui?
— Porque nenhum deles sabe desse lugar e nem dos outros esconderijos. — diz. Mordo o lábio e ele abre um sorriso. Pega na minha mão e me senta no sofá. Reparo no machucado na sua boca. — Dá para relaxar? Vou fazer você gostar desse lugar.
— Com o que?— pergunto. Ele vai e coloca um banco perto da estante. O Damon se estica para pegar o livro, mas não está nem um pouco perto de chegar. Eu até o ajudaria lá, mas sou mais baixa do que ele. Num piscar de olhos vejo o Damon caindo, automaticamente corro ao seu socorro. — O que você queria pegar, Damon? Meu Deus.
— Tem um livro sobre um romance histórico. Pensei que você fosse amar o livro — diz segurando nos meus braços para levantar. Reparo num machucado no seu joelho.
— Você se machucou.
— Não foi agora. — diz cabisbaixo. Reparo num kit de socorros em cima da mesa. — Não precisa.
— O que?— digo. Como ele sabe o que eu pensei? Acho que estamos passando muito tempo juntos.
— Ryen, eu te conheço.
Acordo de ressalto do sofá. Sinto uma dor enorme no ombro e logo coloco a minha mão em cima. Volto a descansar a minha cabeça nas almofadas. Estava com esperança de que tudo o que aconteceu ontem fosse um sonho. Como eu queria que fosse. Ontem foi horrível, descobri que esqueci de algo pelo os vistos essencial na minha infância, fui sequestrada, furei o olho de um cara, fui apualada, "salva" pelo o Damon e levada para a casa dele e agora esse sonho. É extremamente bizarro pensar que eu, Ryen Jenkins e Damon Russell já fomos melhores amigos. Porque eu me esqueci disso? Porque isso me incomoda tanto? Vivi sem saber disso a vida inteira, o que mudaria agora? Não vai mudar a forma que enxergo o Damon, talvez um pouco... . Talvez eu sinta um pouco de compaixão agora que sei que o Dickson batia ou bate no próprio irmão, isso pode ser tudo invenção da minha cabeça, mas a minha mãe sempre diz que os sonhos passam sinais e mensagens.
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Corrida Ilegal
RomanceUm corredor ilegal que acabou de sair de um reformatório e está de volta às pistas. Damon Russel, um homem conhecido pelo seu sangue frio e inclusivamente por sua família, que domina as rachas do Texas. Uma garota, Ryder Jenkins, filha de um...