Capítulo 41

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Ryder Jenkins

Demorei a processar toda a informação que o Carapaça que deu logo de cara. Não acredito que tantas pessoas assim são os Escorpiões, eu tinha achado que o Damon havia matado todos eles, mas parece que sobraram bastante. Porém uma coisa que eu achei estranha é que nenhum deles olha para mim como se eu estivesse entrando no grupo, pelo contrário, me olham como se eu fosse uma invasora. O medo começa a nascer no meu peito e forço-me a abrir um sorriso de satisfação. Ainda não tinha nem se quer dito uma palavra desde que o Carapaça me soltou uma bomba daquelas. Ele ri-se também, mas todos continuam com um olhar estranho sobre mim. Será que é porque eu sou nova? Será que é porque eu sou a Lilith? O que está acontecendo aqui? Dou uns passos para trás, assustada com aqueles olhares sobre mim.

O que está acontecendo com você? Porque está com medo? Você queria conhecer os Escorpiões, não queria? Olha eles aí. Se mistura, Ryder. Um lado sensato do meu corpo me manda fazer a coisa certa, mas o medo é maior do que qualquer pensamento racional. Todos aqueles olhos penetrantes me julgando até a minha alma, sinto à vontade deles me mataram daqui. Eu quero correr, eu quero gritar por socorro, eu quero me esconder de baixo das cobertas. Eu devia ter ido embora com o Damon. Eles vão me matar? Está com medo? Você está com medo?! Se recomponha mulher! Você é Ryder Jenkins, a princesa perdida, a Lilith! Ninguém te derruba. A voz do Damon ecoa na minha cabeça como uma direção de fuga. Respiro fundo e tento controlar o meu medo e colocá-lo numa caixinha bem no fundo do meu interior.

Examino tudo ao meu redor, examino tudo aquilo que eu poderia usar como arma. Porém me surpreendo quando o Carapaça vem até mim e segura a minha mão. Ele me puxa delicadamente para um lugar da lavanderia que tem uma mesinha redonda e muito pequena com umas cadeiras que são menores ainda. Parecem que eles tiram isso de crianças. Me sento junto com o Carapaça. Ele examina os meus detalhes com aqueles olhos gigantes. Seu sorriso cínico me deixa um tanto assustada. Ele ainda segura a minha mão como se estivesse criando algum tipo de ligação comigo.

— E aí, Lilith? Como é ser uma de nós? — pergunta. Abro um sorriso amarelo. Consiga o mais de informações. Isso é para o bem do Damon. Lembro-me.

— Sinceramente, não me sinto parte da família. Sabe... acabei de chegar. Não sei de nada e como se eu tivesse fora.

— Aii pequena, estou tão orgulhoso. Nenhum desses cobardes tem o poder que você tem.

— Poder? O que quer dizer com isso?

— Você está por dentro da gangue do demónio vermelho. Podemos destruir eles por dentro.

— Isso não irá funcionar. O demónio não se importa mais com a sua gangue, Carapaça. Já te dissemos isso — indigna um dos Escorpiões.

— Se fosse verdade porque ele esteve aqui?

— Para matar policiais. — diz outros dos Escorpiões com a voz mais grossa — Policiais que mexeram com essa garota.

— O Demónio não se importa com ninguém além dele mesmo. Ele deve ter os matado por questões pessoais.

— As questões pessoais é ela. Carapaça, ela não é confiável. Ela pode estar infiltrada. Porque só agora ela viria atrás dr você? Só agora?!

— Ela é filha do Névoa preta — defende-me o Carapaça.

— O Névoa preta nunca deixaria a filha saber da sua história — reclama outros. Talvez o Damon não tenha sido assim tão discreto, talvez o meu disfarce não seja tão bom assim. Talvez eles realmente querem me matar. Ainda dá tempo de correr para a porta e sair correndo? O carapaça continua em silêncio deixando apenas um monte de vozes começar a reclamar. Até uma voz no além diz exatamente o que me faz querer morrer ali mesmo.

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