Capítulo 33

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Ryder Jenkins

Falei com o Damon e eu acho que isso foi um enorme alívio para mim. O meu corpo inteiro está todo dolorido. Tenho hematomas por todo corpo, eles realmente pegaram muito pesado comigo. Eu achei que não iria levantar da cama, mas aqui estou eu, em pé, com uma enorme dificuldade de andar. Eu deveria ficar na cama o dia inteiro, mas isso só mostraria que sou fraca. Não quero que eles pensem que sou fraca. Não quero que eles pensem que conseguem me derrotar sem mais e sem menos. Sem a ajuda dos policiais, consigo entrar dentro do banheiro me segurando nas paredes. Eles se colocam na porta e a fecham para ninguém entrar.

Ligo a água e a mesma cai no meu corpo esquentando-o. Todo o meu corpo dói, cada minúsculo movimento dói. Eu nem lembro direito o que aconteceu ontem, apenas consigo lembrar da dor de quando o meu corpo bateu no chão e a dor que senti quando percebi que finalmente tinham acabado. Olho para o espelho distante do chuveiro e percebo que estou cheia de hematomas. Isso ta feio. Quanto tempo dura um hematoma? Eu não queria que o Damon os visse. Ele vai preocupado, mas também não é como se fôssemos ter um tempo para nós os dois quando ele vir para cá. Ele está vindo para cá pra resolver assuntos da gangue dele, não para cuidar de mim, mas admito que gostaria de ter o Damon do meu lado.

Isso me faz lembrar a noite que ele entrou pelo meu quarto quando fui basicamente sequestrada na minha própria casa. Como eu queria que ele entrasse pela aquela porta... . Se eu dissesse para a Ryder de alguns meses atrás que ela estaria namorando um Russell e que estaria de volta as corridas, ela com certeza riria na minha cara e bateria em mim. As coisas mudaram tão rápido. Eu jamais imaginaria que o Damon se tornaria a pessoa mais importante da minha vida. Mesmo quando a minha mãe me deixou presa em casa, sabendo do que aconteceria lá dentro, ela me deixou lá. Passo as mãos pelo meu cabelo molhado.

Não vale a pena reviver o passado, eu no fundo saberia que algum dia a minha mãe faria aquilo comigo. No fundo, a única coisa que nos ligávamos era o meu pai. Era a única coisa que tínhamos em comum, mas mesmo assim eu a amo, afinal é minha mãe. Como eu não amaria a minha mãe? Mas como ela não conseguiu me amar? Eu sou filha dela, mas mesmo assim ela preferiu um traficante que deveria estar preso. Sou eu a filha dela. Sou eu que coloquei ela para dormir quando o meu pai morreu. Fui eu que fazia a comida sempre que ela não tinha forças para o fazer. Fui eu que a abracei toda noite quando ela apenas sentia vontade de chorar, mas mesmo assim, depois de tudo o que eu fiz, ela continuo preferindo um traficante que apareceu de repente na vida dela.

Respiro e deixo a água bater no meu corpo relaxando-o. Agora eu tenho que conversar com o Lucas. Vai ser fácil, não? É apenas conversar e fazer croché. Ouço a porta se abrir e rapidamente abro os olhos e vejo um dos policiais entrando pela porta. Rapidamente pego a minha toalha e enrolo-a no meu corpo. Eu me escondo atrás da parede.

— Aconteceu algo? — pergunto curiosa. Eles não entrariam no balneário, onde eu estou tomando banho se algo de ruim não aconteceu. Me escondo atrás de uma parede para que nenhum deles me veja de toalha.

— Ryder. Onde você está? — pergunta um dos policiais entrando — Nós só queremos conversar.

Não respondo. O Dylan disse que os policiais ia me arrastar pra uma sala para me xingar e falar um monte de merda. Eu comprei os tampões, mas não trouxe eles para o banho. Não achei que eles iam me arrastar no meio do banho quando eu estou literalmente nua! Engulo seco quando escuto o estalo das aquelas botas de couro estralando no chão.

— Não vamos te machucar, se é isso que acha — diz o mesmo policial. Tento ver em quanto eles estão. Mas quando coloco o meu pescoço para fora da parede para ver, sinto uma mão agarra o meu pescoço e me tirar de trás da parede — Achei que seria mais esperta.

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