Capítulo 15

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Damon Russell

A semana passou num estalo de dedos, passei o fim de semana inteiro treinando com a Ryder dentro e fora do carro. O Jason se ofereceu para treinar connosco, mas a Ryder não gosta da Rika então tive que negar. Tudo o que eu menos queria era elas discutindo no meio do treino, era incrivelmente capaz das duas entrarem numa briga por causa de um biscoito e do jeito que as duas são, elas iriam cair na porrada. Gostaria de ver quem ganharia, tenho fé que seria a Ryder, mas a Rika também é ótima de briga. Além disso, aturar a teimosia da Ryder virou rotina na minha vida, não concordamos, mas sempre acabo por ceder ou ela sempre acaba por provar que eu estava completamente errada. Hoje é o nosso último treino antes de um fim de semana sem um ao outro. As rachas começam na segunda às 20:00 e devem terminar lá pelas às onze da noite, por mais tarde que seja, as ruas estarão lotadas. A cidade inteira quer ver as rachas da liga, são épicas e ninguém nunca perde uma.

Nenhuma lembrança apareceu na minha cabeça magicamente desde última. Ainda estou processando essa lembrança. Eu matei um cara com onze e eu não lembrava disso. O único cara que matei fora do reformatório me levou para onde passei dois anos da minha vida. E eu o matei porque o meu pai matou, caso contrário, teria seguindo a minha vida normalmente. Se eu não soubesse que foi o meu pai que me mandou para o reformatório, ficaria confuso de como acharam o corpo. Eu fiz um trabalho impecável, ninguém sabia onde estava o corpo, não tinha câmaras, gravações de voz ou provas que tinha sido eu, tirando óbvio o relatório que fiz para o meu pai e que ele usou para me colocar no reformatório.

Estaciono o carro no descampado e já vejo a Ryder sentada no capô do seu carro mexendo no telefone e me esperando. Ela é uma das pessoas mais atrasadas que já conheci, como é que ela já está aqui na hora? Saio do carro e o seu olhar logo descai sobre mim. Existe muitas coisas que não sei sobre a Ryder e sinceramente estou disposto a descobrir. Gosto do mistério dela e quero conhecer cada um deles. Quero saber o que me fez esquecer dela. Quero saber sobre tudo sobre ela e sobre mim. Não se trata mais de apenas uma corrida de carros, se trata de um passado condenado. Aproximo-me e sento do seu lado.

— Finalmente decidiu chegar a horas— digo. Ela revira os olhos

— A Gina me obrigou a sair mais cedo.

— Porque?

— Porque não sou mais capitã e fui explusa do time.

— O que?! Você está brincando? Porque? Você não era uma das melhores atletas?

— É, mas com os treinos e a loucura que a minha vida está, acabei esquecendo dos treinos até dos noturnos então ela disse que se eu não tinha responsabilidade suficiente para cuidar de um time, era melhor não cuidar.

— E por isso você chegou a horas?

— É. Aqui é um lugar queito e sem os treinos de atletismo, eu tenho tempo para fazer os deveres — sorri me mostrando um caderno cheio de anotações. — Por favor, me fala que o seu dia foi tão deprimente quanto o meu.

— Não foi não. Com a chegada das rachas, os meus irmãos mal ficam em casa. Não participo de nenhum time e recebi um A em francês hoje.

— Eu detesto você. — diz, ela puxa a mochila e tira lá de dentro duas sacolas do McDonald's. Ela me dá uma e fica com a outra. Abro e tiro o hambúrguer, as batatas e o refrigerante. Bebo um pouco e a minha garganta é preenchida por um sabor horrível.

— Coca? Sério? Eu já falei que eu destesto coca-cola — digo

— Eu sabia que você tinha tido um dia melhor que o meu por isso decidi deixar ele um pouco ruim.

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