Damon Russell
Sentado na merda do sofá de couro, ouvindo o sermão do meu pai sobre violência dentro da família. Isso é normal? Ele só me repreende? Passei a infância toda sofrendo violência dentro da família e esse filha da puta nunca falou nada, mas agora, eu deixo o meu primo inconsciente no hospital e a culpa é minha?! Deito a minha cabeça cair para trás enquanto todas as palavras que o meu pai fala entram por um ouvido e saem por outro. Foda-se. Foda-se. Foda-se. É apenas o que eu quero dize, mas continuo aqui sentado apenas ouvindo tudo o que eu queria que ele tivesse dito para os meus irmãos.
Cansado disso tudo me levanto, o meu pai segura o meu braço pronto a me fazer sentar e escutar tudo que ele ainda tem a dizer. Não reajo. Apenas encaro aqueles olhos dele que são iguais aos meus. Ele cerra o maxilar e solta o meu braço. Sigo o meu caminho pra o meu quarto. Subo as escadas e no momento que vou abrir a minha porta, ouço o barulho de madeira. Olho para trás e vejo o Dylan tropeçando em todos os móveis, escorregando na madeira lisa com as meias, mas o seu rosto está totalmente branco. Está preocupado. Espero que não seja comigo. Não é a primeira vez que ele me vê numa briga. O Dylan foi o primeiro a chegar quando eu estava com o punho enfiado na cara do Taylor, mas ele não me impediu, simplesmente ficou lá me olhando. Foi o Nick que atrapalhou a palhaçada toda. Eu teria matado o Taylor ali mesmo.
O Dylan me alcança, segura a minha blusa com toda a força e me olha desesperado. Ele ofega cansado e simplesmente me estende o telefone. Pego-o e vejo que é uma ligação de Cruz Vermelha, automaticamente coloco o telefone na orelha. Será que aconteceu algo com a Ryder? Porque ela está ligando para o Dylan? Ouço um silêncio do telefone e depois ouço uma voz no fundo. Liam.
— Alô? — pergunto
— Damon?! Graças a Deus. Vou te contar uma parada, mas, por favor, não surta — diz. Não surtar? Que porra está acontecendo para que eu não surte? Nada pode ter acontecido com a Ryder, não é mesmo? Falei com ela ontem!
— Como assim não surtar?! Que porra está acontecendo, LK?!
— Eu disse para você não surtar e você já está surtando! Dá para ter calma?! Se você tiver calmo, vai ajudar mais!
— Estou calmo. Fala.
— A Ryder foi levada pelos Escorpiões.
— O QUE?! — grito
— Calmo, caralho! Também estou preocupado, mas a Ryder me deu indicações do que fazer. E eu confio na Lilith. — diz — Você poderia vir para Cruz vermelha?
— Estarei aí em trinta minutos — digo desligando o telefone. Apenas pego o meu telefone, a carteira e a chave do carro. Entro no meu carro, o Dylan entra no banco passageiro e eu começo a dirigir o mais rápido possível. Chego no reformatório num piscar de olhos. Assim que saio do carro, não ouso parar por nada e ninguém ousa me parar. Caminho confiante e irritado até dentro da prisão. Quando as portas de ferro se abrem para mim vejo o inferno que aquilo está. Há sangue por toda a parte, alguns policiais levem uns corpos enquanto outros delinquentes estão amarrados na cadeira todos estraçalhados pela surra que alguém deu a eles. Atrás das cadeiras, tem alguns policiais de armas nas mãos, posicionados para o qualquer tentativa de fogo, acontecer um homicídio. Na frente das cadeiras, tem o L.K sentado na mesa de ferro e alguns integrantes da minha gangue estão ali rodeando os Escorpiões amarrados.
Me aproximo do L.K e ele nem mexe quando chego. Ele olha para mim com um ar superior, que logo se desfaz quando vê quem está ao seu lado. O Liam suspira e chega para o canto da mesa me dando liberdade de me sentar ao seu lado. Eu não quero sentar. Eu quero a Ryder. É assim tão difícil de entender que eu quero a minha garota nos meus braços agora?! Porra... sabia que não era uma boa ideia e mesmo assim deixei que ela viesse para cá. E agora? E se já tiveram matado ela? Não, isso não pode acontecer. Ryder é minha e ninguém encostará um dedo nela. O meu peito aperta com a possibilidade do Carapaça ter machucado. Uma parte de mim deseja matar todos aqueles que ajudaram a sequestrar a Ryder, mas vou deixar isso com o L.K. Ele deve estar com a mesma raiva que eu.
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Corrida Ilegal
RomansaUm corredor ilegal que acabou de sair de um reformatório e está de volta às pistas. Damon Russel, um homem conhecido pelo seu sangue frio e inclusivamente por sua família, que domina as rachas do Texas. Uma garota, Ryder Jenkins, filha de um...