Capítulo 34

987 83 5
                                    

Damon Russell

Philipe Copper. Foi o nome que eu encontrei em meio os documentos. Me sinto extremamente cansado. Isso é trabalho para a Ryder. Ela ama isso. Eu detesto. Não é trabalho para mim, com certeza não é. Odeio enigmas, e eu os odeio desde pequeno. Não faz parte do meu ser resolver problemas. Faz parte da Ryder. Só que estou aqui. Na porra de um consultório às 23:00 pela Ryder e somente por ela. É importante para ela descobrir o que aconteceu, então se é o que ela quer. É o que eu farei. E isso tudo só por ela. Deixei o Dylan em casa, isso me parece ser um assunto que só eu tenho que resolver e ele não pode se meter. Por mais que eu goste do Dylan, não estou acostumado a saberem da minha vida. E ele sabe mais do que qualquer um — sem contar com a Ryder — mas ela é diferente. As nossas vidas estão interligadas, mesmo que eu não quisesse que ela soube, era meio inevitável.

Com essa "investigação" toda — me sinto um idiota falando isso — venho me perguntando diariamente, o que teria acontecido comigo e com a Ryder se não tivéssemos esquecido um do outro. Eu teria ido para o reformatório? Ela teria ido me visitar? Já estaríamos namorando? Tecnicamente, a Ryder me odiava quando nos "conhecemos", ela me odiaria também se nunca tivesse se esquecido de mim? Será que a nossa relação seria diferente. Não existe como evitar as perguntas da minha cabeça. Isso é algo novo para mim, nunca fui acostumado a mudança. Por isso, eu acho que essa investigação só nós vai levar a tragédia, sofrimento e muita dor. Normalmente é isso que as descobertas levam, pelo menos as descobertas de San Marcos. Eu não me importo de sofrer, estou acostumado com a dor, estou é preocupado com a Ryder. Não sei se ela está forte o suficiente para suportar a causa da sua perda de memória.

Porra, o que eu estou pensando?! Isso tudo está afetando a minha cabeça? Quem poderia ter tentado nos matar?! É literalmente impossível que tenha sido os meus irmãos. O meu pai jamais mataria a filha do Trevor, eu não sei, mas a Ryder, ele nunca faria isso com o melhor amigo dele. O Trevor jamais mataria a Ryder, ele — com certeza — me mataria se tivesse motivos, mas a Ryder é impossível. Os meus tios? Não tenho muita certeza disso. Não nos lembramos do culpado, isso é óbvio, é essa claramente foi a salvação dele. Respiro fundo quando ouço a porta da sala do doutor se abrir. O seu último paciente sai, a sua assistente logo entrega para ele uma prancheta.

— Damon R... — ele não termina, apenas levanta o seu olhar para mim. O único que está aqui, na sala de espera, apenas esperando a minha hora de me encontrar com o doutor.

— Russell — completo me levantando. Passo à mão pelo meu moletom limpando-o. — Boa noite, doutor. Temos muito que conversar.

Entro na sua sala, sem que ele me autorize. Examino ao redor. É uma sala comum, sem nada de especial, os seus diplomas pendurados na parede. Uma secretária na frente da porta com uma janela atrás, uma maca no lado direito da sala junto com os seus outros instrumentos de medicina. Suspiro. Puxo a cadeira e sento-me. O Doutor fecha a porta e tranca ela.

— Você é filho dele? — pergunta. O medo é evidente em sua voz quase palpável.

— Sou. — respondo — E você vai me responder umas perguntas.

— Eu juro que não fiz nada. Eu só fiz o que ele pediu.

— E o que o meu pai pediu?

— Ele vai me matar se eu dizer.

— Eu vou te matar se você não falar.

Corrida Ilegal Onde histórias criam vida. Descubra agora