Capítulo 6

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Ryder Jenkins

Existem coisas que eu nunca soube do meu pai, existem segredos que ele nunca me contou por que nao tinha chegado a hora, mas ele ia. Fiquei até aos quatorze me perguntando porque o meu nome era Ryder, então ele me contou que colocou um nome de garoto, para quando fosse me inscrever numa corrida, não me impedissem de correr porque era mulher. Ele queria deixar um legado caso não conseguisse deixar o legado nas corridas, por isso ele me treinou desde de cedo a correr, me ensinou como tudo funciona, como as coisas eram corruptas, como às vezes teria que abrir mão dos meus desejos para correr, como às vezes teria que ser muito mais ambiciosa que o normal. Tudo o que sei sobre corridas, é graças a ele e somente a ele. Ninguém nunca me ensinou tanto quanto o meu pai, lembro que ele me ensinou a lutar com um cara chamado Gusta porque queria me ensinar tudo, os dois me ensairam a me defender e a atacar.

Então foi fácil descobrir quando entraram na minha casa, não é difícil, desde que o meu pai morreu nunca estou 100% dormindo. Ouvi a janela abrindo, ouvi os passos leves e sutis, ouvi a porta abrindo e ouvi o chute na porta. O Damon pode até ter ido para um reformatório, mas eu sou muito mais perspicaz que ele. Além disso é burrice chutar uma porta quando se tenta não fazer barulho. Foi burro e curioso. O que ele quer com as coisas do meu pai? O que ele quer no armário? Porque invadiu a minha casa às seis da manhã para pegar algo?

Ele pressiona a arma na minha cabeça e eu pressiono cada vez mais a faca no seu pescoço. Seus olhos parecem distantes, ele está furioso, mas não é comigo. Olho ao redor e verifico se o Bradd está por perto. Se ele ver o Russell aqui, ele vai surtar e antes que eu possa fazer algo provavelmente já vai estar atirando no Russell. Não quero se culpada por matar um príncipe das rachas. Só atrairia atenção indesejada e inimigos, muitos inimigos. Não quero ter os Russell como inimigos, isso sim é como assinar a sua sentença de morte.

— Merda — xinga tirando a arma da minha cabeça e abaixando o braço. Continuo segurando a faca contra o seu pescoço — Ei... tem certeza que o seu pai está morto?.

— O que?! — exclamo. Ele segura a minha mão e afasta a faca do seu pescoço. É a minha força contra a dele. É meio óbvio, eu perdi. Ele tira a faca da minha mão e a joga para longe. Então não se move mais, continua deitado no chão com o meu corpo em cima do seu. Não o incomoda, é óbvio que não. Quando ia me levantar, ele volta a perguntar.

— Tem certeza que o seu pai está morto? — pergunta. Não consigo me levantar, não consigo me mexer. É óbvio que o meu pai está morto, eu vi o seu corpo pálido e desfigurado. Eu vi o caixão aberto, eu vi seus olhos fechados, eu vi a sua marca de nascença na testa. Era ele no caixão. Ele morreu. Passei seis meses tentando provar para mim mesma que aquele no caixão não era o meu pai, mas era. Sempre foi ele. Ele está morto. Trevor Jenkins, meu pai, está morto.

— Tenho — afirmo

— Tem certeza? Era ele mesmo? Marca de nascença ou... — começa

— Era o meu pai. A marca de nascença, a cicatriz no pescoço e sem o dedo mindinho. Era o meu pai.

— Foi mal... tive um delírio agora. Eu pensei que talvez ele só tivesse forjado a morte dele para te deixar... sei lá... forte?

— O que quer na minha casa, Russell? Provas que o meu pai não está morto? Não existem.

— Eu quero só ver umas fotos. Os nossos pais eram amigos e...

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