Improváveis

20 - "Ju"

Julian

A Kira tem o poder de me acelerar e me desacelerar, o controle está nas mãos dela.

—Você não tem motivos pra estar bravo... Nós somos apenas amigos.—ela disse tentando parecer verdadeira.

Mas seus olhos não saíam da direção da minha boca.
Como ela tem a audácia de me dizer isso?

Será que eu preciso deixar mais claro que eu não quero ser só amigo dela?

Fiz com que ela ficasse presa entre meu corpo e a parede.
Não havia nenhum sinal de que ela não queria, então eu a beijei.
Senti ela relaxar em meus braços e se envolver no beijo.

Até que uma voz feminina fez ela desgrudar sua boca da minha repentinamente.

—E aí casal que não parece casal, mas que nesse exato momento tá parecendo muito um casal. Desculpa atrapalhar esse momento, mas trago novidades!

Era aquela maluca de cabelos azuis que estava tirando fotos na festa de comemoração do time de basquete.

—Vocês ganharam a categoria de melhor foto de casal!!! —ela disse animada, estendendo uma sacola pra mim.

Assim que abri a sacola, quase tive um piripaque.
Eram as duas camisas autografadas por ninguém menos que LeBron James. Meu ídolo.
Só o LeBron James poderia interromper um beijo meu e da Kira sem que eu ficasse bravo com isso.

Eu tive alguns minutos de surto por estar com aquelas camisas nas mãos, e nem percebi que a Kira fugiu de mim mais uma vez.

—Enquanto você expressava sua alegria, sua namorada foi embora, e mandou dizer que te encontra no raices. —Fefe disse.

Ok, tudo bem. Eu vou dar esse tempo pra ela.

—E eu já postei a foto de vocês no meu blog revelando que vocês são os vencedores, parabéns.

—Tenho que te agradecer, Fefe. Sem você a gente não teria ganhado.

—De nada, eu sei que sou demais! —ela disse e foi embora.

E vou emoldurar essa camisa, colocar no meu quarto, a outra eu vou presentear o Juanito.

Dia Feliz.

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Kira

Aconteceu de novo.
E foi ainda melhor do que a última vez.

Quando tive a oportunidade de sair correndo, assim eu fiz.
Cheguei no vestiário pegando fogo.

Então é isso que chamam de borboletas no estômago?

Tomei um banho gelado, e saí do vestiário uniformizada pronta pra ir pro Raices.
Eu só precisava ensaiar com que cara eu iria olhar pro Julian agora.

Quando eu estava na porta do ISC, vi o mestre encostado num carro preto, olhando pro portão, como se estivesse me esperando.

—Ainda não foi trabalhar? —perguntou.

—Não.. aconteceu um imprevisto. —eu disse sem graça.

—E cadê seus amigos?

—Já foram.

Tive a impressão de ter visto um meio sorriso no rosto do mestre.

—Bom.. a proposta da carona ainda está de pé. —disse.

Se eu não aceitasse, chegaria atrasada no Raices, e isso não é nada bom pra mim.

Aceitei e entrei no carro.