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Julian

Eu tentei lutar, mas era em vão, eu estava em desvantagem em todos os sentidos.

Chegou a um ponto que eu desisti de lutar e estava prestes a aceitar o meu fim, a minha salvação foram os vizinhos que ouviram meus gritos e ameaçaram chamaram a polícia.

Os caras levaram todos os meus pertences para parecer que foi um assalto, mas eu tinha certeza que se fosse realmente um assalto eles teriam ido embora há muito tempo quando entreguei o meu celular por conta própria e eles nem ignoraram.

Eu tinha certeza absoluta que o Tácio estava envolvido nisso, só não tinha como provar... Pelo menos não agora.

Assim que cheguei em casa, tive certeza que minha aparência estava mais ruim do que eu pensava, só pela expressão do meu avô.

—Neto, o que aconteceu com você?! —meu avô se levantou e veio na minha direção.

—Fui assaltado.

—Eu vou ligar pra polícia. —ele disse indo na direção do telefone.

—Não precisa, vô.

—Esses vermes vão pagar pelo o que fizeram! —ele dizia. —Põe gelo nesse olho, neto.

Deixei que ele fizesse o que queria, nada do que eu falasse adiantaria.

Eu sabia que não se tratava de um assalto, mas que o mestre mandou seus capangas me baterem por vingança, ele obviamente não iria sujar suas próprias mãos.

Finalmente me olhei no espelho, meu olho esquerdo estava inchado e ficando roxo.
O gosto de sangue na boca já me revelou com antecedência que estava toda cortada.

Recebi os cuidados do meu avô e nem percebi quando caí no sono.

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No dia seguinte as marcas ainda estavam lá, mas em menos intensidade. As dores em todo corpo me lembraram da noite anterior, eu estava um caco.

Enquanto eu arrumava o cabelo pra ir pro ISC, Kira entrou de surpresa no meu quarto.

—Te mandei várias mensagens e... —ela entrou dizendo, mas assim que reparou no meu rosto se assustou. —O que aconteceu?! Por que está com o olho roxo?!

Seu mestre mandou me baterem.
Era o que eu queria dizer. Mas tudo que eu disse foi:

—Fui assaltado. Levaram tudo.

—Mas você reagiu? —ela se aproximou. —Por que te bateram tanto?! E por que estou sabendo só agora?

—Foi ontem a noite, eu não queria te acordar. Eles estavam em dois, fiquei em desvantagem.

—Você é maluco, Juliano?!  se eles estivessem armados?! Você poderia estar morto agora!

—Calma, miss simpatia. Estou bem e vivo, com o olho roxo, porém vivo.

—Não gosto que brinque com sua vida desse jeito. —ela disse brava.

—É? —eu a puxei pela cintura, envolvi em meus braços e a olhei bem nos olhos. —Por que não?

—Porque você faz parte da minha vida. —ela me abraçou. —Te perder não é uma opção.

Sorri.

Mal sabia ela que certamente ela era o motivo de eu receber essa surra, e quer saber? Valeu a pena cada murro.

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O olho roxo não me desanimou de ir pro ISC, na verdade, eu estava motivado ao olhar na cara do Tácio quando eu levasse a Kira até a sala dela.

E ele reagiu exatamente da forma que eu esperava.

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