30 - Plano B

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Julian

—Ju! Você e a lutadora não terminaram por minha causa né? —Maressa perguntava pela terceira vez com o maior sorriso no rosto.

—Nunca tivemos nada pra terminar, Maressa. Mas se tivéssemos... Você jamais seria o motivo.

—AH, me engana que eu gosto! Tá na cara que foi por mim... O que tivemos foi muito intenso pra se esquecer em alguns meses.

—É, eu concordo. Jamais vou esquecer dos seus ataques de ciúmes que quase fizeram você parar na cadeia. —eu disse sério.

—É sério, Julian. Sinto sua falta... E agora ela não tá mais no nosso caminho...

—Será que tem como você me deixar em paz, Maressa? Eu não quero voltar com você, Já encerramos esse assunto.

Maressa finalmente saiu de perto de mim.

Saindo da quadra, eu avistei a Kira de longe, eu a reconheceria em qualquer lugar...

Ela imediatamente subiu pra sala e eu permaneci no mesmo lugar.

Isso não pode acabar assim.
Eu não aceito que acabe assim.

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Kira

Eu estava tremendo.

—Mãe?! O que aconteceu?! —perguntei aflita, eu havia me trancado no banheiro do vestiário pra tentar escutá-la melhor.

—Filha, eu não queria estar te pedindo isso mas... —ela chorava ainda mais.

—Mãe, respira. Eu preciso que você fale o que está acontecendo.

—Eu perdi o emprego. Já faz um tempo, eu não te disse nada pra não te preocupar... Só que o dinheiro que você manda pra mim não vem sendo o suficiente... O dono da casa disse que não toleraria mais aluguéis atrasados e pediria a casa de volta... Estou sem saída. Eu... Eu... sinto muito.

—Calma, a gente vai encontrar uma saída. Quanto você deve de aluguel?

—3 mil no total.

Engoli seco.
Eu não tenho essa grana de imediato, mas eu precisava tranquilizá-la.

—Diga ao dono que ainda essa semana você dará o dinheiro.

—Tudo bem, filha. Eu digo. —a respiração dela havia acalmado um pouco.

A depressão vem consumindo minha mãe ao ponto dela perder o emprego...
Eu preciso trazê-la pra perto o mais rápido possível.

—Como está o tom? —perguntei com o coração apertado.

—Seu irmão está bem, ele não faz ideia do que está acontecendo... Continua com o brilho nos olhos que eu tanto admiro.

—Não desista... Por ele. Tabom?

—Por ele e por você, filha.

Lágrimas correram pelo meu rosto.
O medo se instaurou em mim.
Eu precisa arranjar 3 mil reais imediatamente... Ou minha mãe e meu irmão ficariam sem casa.

Saí do vestiário depois de longos minutos, a atenção ainda era no campeonato que a Rosa participaria representando o ISC. Felizmente toda atenção estava nela e ninguém percebeu meu rosto vermelho de tanto chorar.... A não ser o mestre Tácio.

—Estava chorando? —perguntou.

Balancei a cabeça negativamente.

—Não minta pra mim, mestre Kira. Eu já te conheço bem.

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