23 - Amizade colorida

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Kira

Rosa começou a rir de mim sem parar.

—O que foi? —perguntei.

—Você tem a audácia de dizer que não tem ciúmes dele! —Rosa disse.

—Não tenho, só achei estranho, nunca vi essa menina no ISC... —eu disse convicta.

—Vamos combinar que não precisa ser do ISC pra perceber que ele é gato... Com todo respeito, é claro. —Rosa riu e eu fiz uma careta pra ela.

Naquele instante voltei a prestar atenção no jogo.
Julian fez mais uma cesta, e dessa vez olhou bem na minha direção e fez um coração com as mãos.

Eu consegui ler nos lábios dele: "Pra você" .
Sorri.

—Ai aí ... Essa casal promete! —disse Rosa animada.

Involuntariamente meus olhos focaram no lugar onde o mestre estava sentado, e ele estava olhando diretamente pra mim com uma cara nada feliz, senti até um arrepio.

Voltei meu foco apenas pro jogo, eu não queria mais ficar pensando no mestre e no que ele poderia estar pensando de mim naquele momento.
Eu não sei o que eu sinto por ele, mas sei que é difícil me livrar disso.

Os meninos estavam dando um belo show em quadra, e o Julian era o que estava fazendo mais cestas.
O famoso "cestinha" do time.

—ESSE É MEU NETO! —O senhor Manoel gritava a cada cesta do Julian.

Nos minutos finais do jogo, a vitória dos Titãs já estava garantida, mas nossa expectativa era pela última cesta.

Que foi feita pelo Julian, uma enterrada impecável.
A torcida foi a loucura. Eu fui a loucura.

Vitória do ISC por mais um ano!

As líderes de torcida fizeram várias piruetas, enquanto o time todo de cumprimentava.

—Vamos comemorar, netas! Vocês estão convidadas. —O senhor Manoel dizia enquanto Rosa e eu ajudávamos ele a descer da arquibancada.

Julian e Juanito ainda não tinham saído do vestiário, nós três ficamos esperando por eles do lado de fora, observando as pessoas.

Até que o olhar do senhor Manoel se fixou em uma mulher específica.

—Aquela mulher... —ele fixou ainda mais o olhar. —Parece...

—Você conhece ela senhor Manoel? —perguntei.

—Marisa. Mãe do Julian. —ele disse.

Olhei pra mulher com mais atenção, uma senhora com cabelos pretos, lisos e os olhos verdes, como os do Julian.

—MARISA! —O senhor Manoel gritou e acenou.

A mulher olhou imediatamente pro senhor Manoel, abriu um sorriso e veio na nossa direção.

—Você por aqui, nora? —o senhor Manoel deu um abraço nela.

—Eu cheguei a ir no prédio de vocês, e o Rogerinho porteiro me disse onde era o jogo e eu vim.

—O Julian vai adorar a surpresa, estamos esperando por ele e pelo Juanito.

—E quem são essas meninas lindas? —A mãe do Julian perguntou.

—Ah, essas são...

Antes que o senhor Manoel terminasse de falar, a voz do Julian ecoou.

—MÃE?

Marisa abriu um sorriso ao olhar pra trás e ver o filho.
Julian largou a bolsa que estava segurando e abraçou a mãe, levantando ela no ar.

—Não acredito!Você veio me ver jogar?!

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