27 - Velhos tempos

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Kira

Rosa começou a rir, como se o que eu acabara de dizer fosse uma piada, mas parou quando viu que eu falava sério.

—Tá falando sério?!

—Queria estar brincando, mas é a mais pura verdade.

—Kira! Esse cara parece um assassino em série de tão estranho! Pode até ser bonito, mas tem idade pra ser o seu pai. —Rosa disse sem cerimônia. —Vocês já ficaram?!

—Não, Rosa. Eu só não consigo tirar ele da cabeça...desde que o conheci.

—Que tal se eu bater a sua cabeça? Você vai perder a memória e parar de gostar dele! —Rosa disse como se tivesse acabado de te era uma ideia genial.

—Por que o odeia tanto, Rosa?

—Você já esqueceu das humilhações que ele fez eu passar nas aulas? Ele me colocava pra lutar com as melhores, só pelo prazer de me ver sofrer.

—Você conheceu o antigo mestre, ele mudou isso, agora ele até te elogia. Você precisa conhecer o Tácio fora do ring.

Rosa revirou os olhos.

—Kira, eu vou te dar um conselho, seguir ou não, vai ser uma escolha sua.

Assenti com a cabeça.

—Esses caras mais velhos só estão afim de te manipular. Você não conhece o mestre de verdade, você conhece o que ele quer que você conheça. O cara é todo misterioso e ninguém sabe nada sobre ele.

Ninguém além de mim.
O mestre me trata diferente de todas as outras.

—Ok, Rosa. —eu disse pra tentar encerrar o assunto, mas rosa continuou.

—O Julian gosta mesmo de você, e você também já disse que gosta dele, é só uma dica. Você está confusa, não deixe que a confusão te domine.

Assenti.

A Rosa fala como se o mestre fosse um vilão, e na verdade é um cara legal por baixo de toda marra, mas parece que só eu consigo enxergar isso.

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Quando os meninos chegaram, já estávamos prontas para sair.
O assunto sobre o mestre já havia sumido em meio a surtos da Rosa pela maquiagem não ficar do jeito que ela queria.

Assim que abri a porta, Julian me olhou de cima a baixo.

—Uau. Você sempre consegue me surpreender. —disse pausadamente antes de se aproximar de mim.

Ele me abraçou pela cintura, em seguida ficou olhando nos meus olhos e sorrindo.
Eu sabia que em seguida viria uma de suas cantadas.

—Você tem um brigadeiro aí? —perguntou.

—Não. —Eu respondi rindo, já imaginando a resposta dele.

—Então me dá um beijinho. —ele riu.

Em seguida nos beijamos.

Rosa me olhava como se quisesse me dizer algo, e de fato queria, quando estávamos saindo da minha casa, ela passou ao meu lado dizendo:

—Pensa bem..

Naquele instante eu olhei pro Julian, que estava com um sorriso lindo no rosto e meu coração apertou.

Eu não quero ser a causa da falta desse sorriso.

Por que eu não consigo gostar só de você, Juliano... seria tão mais simples.

Seguimos caminho para o local do nosso " encontro de casais ", eu estava me esforçando pra não transparecer a confusão que estava minha mente. Os meninos estavam animados, e garantiram que iríamos amar o lugar, manteram o suspense até chegarmos em um lugar que por fora aparentemente era um bar, mas assim que entramos eu vi que não era um bar comum.

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