12 - Ressurgida do inferno

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NA MANHÃ DAQUELA MESMA SEXTA-FEIRA, Henry estava no Hyde Park, era um de seus lugares favoritos para correr com Kal.

O homem se sentou em um dos bancos em frente a fonte memorial de Diana, princesa de Gales. Jogou a bolinha para Kal e puxou seu celular do bolso.

Abriu a última mensagem de Ella. Eles tinham conversado a dois dias atrás, por insistência dele. Desde o dia que estiveram juntos no pub com Charlie e Dany, que a morena estava estranha. Não atendia suas ligações, respondia suas mensagens depois de horas. Há quase duas semanas que não se viam.

Nessa altura Henry achava que já estaria enjoado de Ella, afinal esteve com ela a cada momento que pôde. Mas isso só fez com que ele se sentisse mais apegado.

Girou o boné para trás e ajeitou os óculos escuros. Kal vinha em sua direção, a bolinha laranja em sua boca, rabo abanando.

-Bom garoto. - Henry elogiou quando o cachorro deixou a bola babada em seu colo.

Abriu a câmera de seu celular e apontou para Kal.

-Cachorro fofo. - ele não notou quando uma mulher sentou ao seu lado. - Ele parece um mini urso feroz. - ela disse.

-Obrigado, eu acho. - agradeceu sem olhar para a mulher.

Se afastou sutilmente, já que a mulher tinha sentado colada ao seu lado.

-Princesa Di. Morreu tão jovem, não acha? Logo quando conquistou sua liberdade. - ela continuou falando.

-Hum. - Henry estava se sentindo incomodado com a proximidade. Puxou o boné para frente, escondendo seu rosto.

Olhou ao redor buscando outro banco vazio para se sentar.

-Sabe o que mais me intriga, 'guapo'*? - a mulher se curvou estreitando os olhos para ele. Ele notou o sotaque carregado. - Como você conseguiu que 'mi hija'** ficasse perto dessa fera?

(*bonito)

(**minha filha)

'Guapo'. 'Mi hija'. Ok, ele sabia uma palavra ou outra de espanhol. E 'mi hija', fez seu coração acelerar. Ela falou 'minha filha'.

Puta merda.

A mulher apoiou os cotovelos no encosto do banco de pedra, sem desviar os olhos de Henry.

-Como é? - Henry se virou para a mulher.

Ela abaixou o óculos escuro até a ponta do nariz, com um sorriso contido. Por trás da lente escura estavam escondidos os olhos azuis mais intensos que ele já tinha visto. Iguais ao de uma certa garota.

-Como vai guapo? Ou devo chamá-lo de genro?

Henry engoliu em seco. Puta merda.

Estava diante da cópia mais velha de sua Ella.

Se tratava de Eva Davies, diante dele. Em carne e osso.

-Eva? Eva Davies?

A mulher sorriu abertamente, duas covinhas apareceram em suas bochechas. As covinhas que ele tanto adorava em Ella. Mas na mulher ao seu lado só lhe causaram calafrios.

-Ah, que hermoso***. Vocês falaram sobre mim?

(***lindo, no sentido de gracioso, aqui)

-Você não estava... Pensei que você...- gaguejou.

-Morta?

Ela gargalhou, assustando Kal, que rosnou para ela aos pés de Henry.

VOCÊ E EU (HENRY CAVILL)Onde histórias criam vida. Descubra agora