VOCÊ E EU (HENRY CAVILL)

63 - Oopss

15 de janeiro

Ella ajeitou o vestido vermelho escuro enquanto equilibrava a caixa de bolo enorme em sua outra mão. Agora que estava diante da casa de Dany estava começando a se perguntar se realmente foi uma boa ideia ter planejado aquele jantar para ele.

Por mais que já tivesse intimidade com Dany, sabia que ele odiava dar festas quando ele era o centro das atenções. Soube que ele demitiu outros assistentes por muito menos. Bom, agora não dava para cancelar a coisa toda...

Abriu cautelosamente a porta principal, colocou a cabeça e espiou ao redor. O hall de entrada estava livre. Traçou uma linha mental até a cozinha e correu. Correu como se sua vida dependesse disso.

Chegou no cômodo sem problemas. Colocou o bolo cuidadosamente sobre a bancada, junto a um monte de bandejas de prata cuidadosamente escovadas. Limpou as gotículas de suor da testa, respirando fundo.

-Posso saber por que a senhorita desastre ruiva está decorando a minha sala de jantar, senhorita Davies? – a voz profunda de Dany fez o corpo de Ella estremecer de susto.

-Puta merda, Dany. – colocou a mão no coração ao se virar para seu chefe. – Você quer me dar um ataque cardíaco?

-Eu quero saber por que eu estava saindo de casa para uma reunião e dei de cara com a Brit na minha porta. Ela teve a audácia de roubar as chaves do meu carro!

Se olhar matasse, Ella poderia jurar que cairia dura a qualquer momento.

-Antes que eu me esqueça, feliz aniversário, chefinho. - desconversou apertando as bochechas vermelhas de Dany, após trocarem um abraço afetuoso.

-Obrigado. - ele resmungou a contra gosto.

Dany olhou por um tempo para Ella, distraída no celular.

-Então... como você está?

Ella fez uma careta sabendo que ele se referia a Henry.

-Resposta honesta?

-Sempre.

Ella soltou um suspiro. A relação de amizade dela e Dany cresceu muito esses dias. Não importava o que acontecesse, eles sempre diziam a verdade, mesmo que doesse.

-Parece que estou morrendo, todo santo dia. Mas estou levando fé no que as pessoas dizem: Que ninguém morre de amor. Então, estou levando, na medida do possível. Tem visto ele?

Dany trocou o peso de uma perna para outra, desconfortável. Sabia que era culpa dele que seus amigos estavam sofrendo.

-Não. Você sabe como o Henry fica focado quando está treinando na pré-produção do show.

Não. Ela não sabia. Ela tinha estragado tudo antes de poder viver essa fase do relacionamento.

-Escuta, Ella. Eu sinto muito. Errei ao pedir que você viesse naquele dia. Tem algo que eu possa fazer para te compensar?

-Dany, deixa pra lá. Não foi culpa sua. Eu vim porque eu quis...

-Eu sei, mas mesmo assim... Eu posso tentar falar com o Henry...

-Não! Ele não quer saber de mim. E quer saber? É melhor assim. - Ella se apressou a dizer, então achou melhor mudar de assunto, antes que sua fachada durona desabasse. - Ainda bem que a Brit já chegou. Espero que ela não tenha estragado a nossa surpresa.

Dany olhou sobre o ombro de Ella, para três homens - que entraram a segundos atrás em sua cozinha - mexendo na geladeira e no fogão.

-Brit não disse uma palavra. O que vocês estão aprontando? E porque tem três homens na minha cozinha? – cruzou os braços.