29 - A briga

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O fim de semana passou voando, e a segunda-feira fria chegou em um piscar de olhos.

Ella estava revezando entre reorganizar o inventário da livraria e digitar freneticamente em seu notebook as ideias que pulavam em sua cabeça.

O fim de semana que passou com Henry tinha lhe inspirado a escrever em seu livro.

O sino da porta da livraria soou. Chloe entrou toda agasalhada.

-Onde é a nevasca? – Ella perguntou ao ver sua prima entrar com um suéter vermelho pesado, calça legging branca, botas over the knee e protetor de orelha felpudo.

-Engraçadinha. Você sabe que eu tenho muito frio nas orelhas. – a loira rodeou o balcão e abraçou a prima com força.

-Senti sua falta. – a morena disse baixinho.

-Eu também. Até parece que você não tem mais casa. Quando não está trabalhando, está com o gostosão.

-Ah, para. Você me largou na boate e veio para a casa do Finn. E só fiquei no Henry porque você disse que passaria o fim de semana com a Madds. Aliás, como ela está?

-Ah, você sabe. Estava pirando até que finalmente Lyds voltou de Oxford.

Os pais de Lydia eram um casal muito conservador. Ou seja, nunca aceitaram o relacionamento dela com Maddie e Matt. E sempre que tinham a oportunidade tentavam fazer a cabeça da única filha para que voltasse a morar em Oxford, sua cidade natal, e formar uma família tradicionalmente cristã de respeito.

Os senhores Henderson eram um casal super tradicional e rigoroso. Ella teve o desprazer de conhecê-los há um ano, quando eles vieram para o natal de surpresa e pegaram o trio em flagrante.

Não foi bonito ver a mãe de Lyds deserdá-la no meio da rua, enquanto a coitadinha era amparada por Matt, enquanto ela e Chloe tentavam segurar Madds para não atacar os pais de sua namorada.

-Mudando de assunto, a gente não teve oportunidade de conversar antes. Madds me contou todo o barraco com o James. Estou orgulhosa, baby.

Ella revirou os olhos.

-Vai começar, é?

-Não, sério. Estou muito orgulhosa. Já não era sem tempo.

-Aham... – a morena prendeu seu cabelo em um coque no topo da cabeça. – E você, heim? Já contou para o papai do ano sobre você sabe o que?

-Não. - disse bruscamente.

-Vai contar quando?

-Não força baby.

-Chloe... vai ser pior se ele descobrir por outra pessoa. O Finn-...

-O que tem o Finn? – o ruivo cortou a conversa.

Ele desceu os degraus correndo quando escutou a voz de sua namorada.

-Vida. – Chloe o abraçou pelo pescoço e deu um beijo estalado em sua bochecha. – A Ella estava contando o quanto você estava chorando pelos cantos de saudade de mim.

-Fofoqueirazinha. – fingiu brigar e esfregou a cabeça da morena, bagunçando o cabelo dela.

-Saaaai... – a garota se encolheu passando os dedos pelos cabelos embaraçados.

-Ella, você não tem trabalho para fazer? Para de fofocar e vai trabalhar.

-Eu não sou sua escrava! – a garota cruzou os braços e deu língua para o ruivo.

-Você é paga para isso, garota. E você, - agarrou a mão de Chloe. – vem comigo aqui em cima. Preciso te mostrar uma coisa.

Ella esperou o casal subir para voltar a trabalhar em seu livro.

VOCÊ E EU (HENRY CAVILL)Onde histórias criam vida. Descubra agora