Olho a vista pela janela do carro e suspiro. As propriedades caras e refinadas começam a passar quando chegamos em um condomínio repleto de gente rica.
— Senhorita? — com o chamado, eu olho para o motorista. — Chegamos — ele avisa.
Faço menção de sair do carro, mas o motorista é mais rápido e saí do carro apenas para abrir a porta para mim. Piso no chão e suspiro antes de sair realmente do carro.
Oscar, Vivienne e Tiffany estão parados em frente a casa, perfeitamente posicionados e parados com sorrisos em minha direção.
Ajeito a bolsa em meu ombro e caminho na direção deles, reunindo toda a coragem de perdoar que eu ensaiei desde o dia que Tiffany me ligou insistindo por uma visita.
— Bem vinda, Manoela — diz Vivienne — Sinta-se à vontade. Peça o que quiser, estarei disposta para o que precisar. — Ela sorri.
— Que bom que veio, minha filha.
Apenas sorrio, deixando todo o meu orgulho de lado.
— Podemos andar de patins — sugere Tiffany.
— Claro — digo.
— Que tal entrar e conhecer um pouco a casa? — Vivienne sugere.
— Mansão — a corrijo. — É grande demais, perderíamos muito tempo andando.
Vivienne apenas olha para o meu pai, visualmente desapontada com a minha resposta ríspida.
— Mas eu tenho tempo de sobra para conhecer 10 mansões hoje — digo antes que o clima ruim se instale.
— Então venha, Manoela. — Vivienne aponta para a entrada da mansão. — Você vai amar, eu tenho certeza.
A sigo para dentro da casa e acompanho ela durante a passagem pelos cômodos enquanto presto atenção na sua voz explicando sobre o motivo dela ter escolhido a casa.
Vivienne realmente é muito gentil e educada, tenta uma aproximação verdadeira comigo. Porém não consigo deixar o meu orgulho de lado, não tem haver com ela, mas ainda lembro de vê-la no carro quando meu pai decidiu nos deixar como nada. Ele sumiu por meses, não tive notícias suas até ver uma revista que dizia sobre a sua presidência na empresa da família da Vivienne. Ele, meu pai, tentou alegar no tribunal que minha mãe não estava apta para cuidar de mim devido a sua condição financeira e de saúde, eu o odiei tanto naquele dia e o implorei que me deixasse com ela. Ele ficou com pena, óbvio, e me deixou na guarda da minha mãe. Ia algumas vezes por ano me visitar, principalmente em feriados e datas comemorativas. Ele costumava me levar para Nova Orleans, mas parou quando finalmente percebeu que eu não me sentia confortável lá, principalmente vendo como Tiffany foi criada diferente de mim.
— O que acha desse quadro? — ouço a voz de Vivienne e volto a atenção a ela.
— Não entendo nada de arte — respondo.
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De Repente, Você - Spin-off de Minhas Paixões
RomancePoucos minutos de conversa foram o suficiente para que Mário ficasse intrigado e disposto a desvendar a acidez por trás das palavras de Manoela, fazendo ele começar a reparar mais na aluna da universidade da sua família. A diferença entre eles é com...