Capítulo 9

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A morte é a nossa única certeza na vida, mas por que é tão difícil de aceitá-la? Você apenas convive com isso mesmo que a todo momento ainda questione

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A morte é a nossa única certeza na vida, mas por que é tão difícil de aceitá-la? Você apenas convive com isso mesmo que a todo momento ainda questione.

— Faz um tempo que eu não venho aqui, eu sei — digo, tocando o seu túmulo. — Só é difícil aceitar.

Deixo as flores em seu túmulo e levanto, passo as mãos por minha calça jeans e abro um sorriso.

— Eu volto em breve.

Conserto a bolsa no meu ombro e começo a caminhar para fora do cemitério, o único lugar que eu nunca queria visitar. Mas enfim, estou aqui.

Aceno para um táxi na rua e espero que ele pare para eu entrar nele. Após alguns minutos, chego na minha casa. Pago o motorista e entro em casa.

Camile provavelmente está no seu estágio, ou seja, estou sozinha em casa.

Deixo a minha bolsa no sofá e corro para o banheiro para tomar um banho relaxante. Não demorei muito em meu banho pois tenho que ir trabalhar.
Caminho em direção ao meu quarto e vou para o meu armário pegar uma roupa para vestir. Coloco uma blusa branca por baixo da saia roxa tenista e um tênis branco com meia.

Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, coloco meu relógio no pulso e sigo para o banheiro para terminar as minhas higienes, passar perfume, desodorante e fazer uma maquiagem básica.

Saio do banheiro, pego minha bolsa branca que deixei no sofá e saio de casa. O ônibus demorou um pouco, mas o caminho foi rápido. Ao chegar na Vezicci, corro para o elevador e subo para o andar da presidência.

— Júlia? — falo ao sair do elevador.

— Oi, Manoela — ela responde, jogando o seu cabelo azulado para as costas.

— Kisa está aí?

— Acabou de chegar. Quer que eu avise que está aqui? — pergunta a nipo-americana.

— Sim, por favor.

Espero que Júlia ligue para a sala da Kisa e peça permissão para a minha entrada na sala dela. Quando Kisa diz que eu posso entrar, sigo para a sua sala.

— Kisa? — digo ao abrir a porta da sua sala.

— Entre.

Faço o que ela manda.

— Bom dia, senhor Martell — digo, dando um aceno de cabeça.

— Bom dia. Pode me chamar de Alfredo.

— Certo.

— Te vejo em casa, Kisa.

Disfarço olhando para as minhas unhas enquanto os dois se despedem.

É bem desconfortável a troca de carinho entre casais, principalmente na sua frente.

— Oi, Flink — falo quando o cachorro se aproxima de mim. — Tudo bem? — Faço carinho em sua cabeça peluda.

— Vamos, Flink — Alfredo chama e o cachorro vai ao seu encontro.

— Tchau — Kisa grita.

Espero que o Alfredo saia do meu campo de visão e viro para a Kisa.

— Marcel me pediu para conduzir a reunião com você hoje.

— Então vamos começar — diz, apontando para a mesa que fica no canto da sua sala.

Será a minha primeira reunião sozinha com a minha chefe, por mais que Kisa seja compreensível e educada, eu tenho que mostrar que sou capaz e muito boa no que faço.

«◦»

O passar das horas foram lentos, eu fiquei bastante tempo repondo algumas das minhas matérias da universidade e estudando para as provas finais. Finalmente falta pouco para o fim das aulas.

É louco pensar que eu realmente consegui fazer faculdade e ter um bom trabalho, fiz provas e mais provas para conseguir uma bolsa na universidade, e minha mãe se esforçou demais, mesmo doente, para pagar o que não era gratuito, como livros. Sei que meu pai ajudou ela e eu preferia evitar perguntar sobre para não custar a sua saúde, eu só fingia que eu não sabia. Eu atrasei 1 ano para a faculdade, mas o importante é que eu estou acabando, com boas notas.

Pego uma batata frita na bandeja e levo até a boca para comer, o gosto desce pela minha garganta e praticamente solto um gemido de satisfação. Volto a pegar mais batatas fritas e comer sem parar.

— Manoela? — a sua voz grossa chega aos meus ouvidos — Que bom que nos encontramos.

Viro em direção ao homem e forço um sorriso.

— Como vai, Oscar? — pergunto.

— Bem, minha filha.

— Como vai, Tiffany?

— Bem. — Ela sorri.

Tiffany tem 15 anos, seus olhos são castanhos e o cabelo liso longo escuro tem mechas rosas. Oscar também tem olhos castanhos e cabelo escuro, porém com algumas mechas grisalhas. Ele é alto e não aparenta ter 55 anos, parece mais novo, muito bem cuidado.

— Podemos sentar? — Oscar pergunta.

— Pode.

Tiffany e Oscar sentam ao meu lado, Tiffany coloca a sua bolsa em cima da mesa ao lado do hambúrguer na sacola para viagem.

— Como vai a universidade? — ele pergunta.

— Bem — respondo simplista.

É realmente um clima desconfortável. Ele pode tentar, mas sabe que fez besteira quando queria me tirar da minha mãe com ela doente e nem se prestou a perguntar se precisávamos de ajuda. Também nunca fez uma ponte entre mim e a Tiffany, não temos uma relação de irmã.

— Como vai a escola, Tiffany? — pergunto.

— Estou com medo do ensino médio, ainda estou me adaptando em morar em Nova York.

Oscar não morava aqui com a sua família, morava em Nova Orleans, apenas se mudou depois que minha mãe morreu.

— Se você...hum...Se precisar de ajuda, posso te ajudar.

— É sério? — Ela sorri, parecendo animada com a ideia.

— É só me ligar.

— Você pode ir a minha casa?

Oscar me olha, parecendo ansioso pela resposta.

— Só nos fins de semana, eu trabalho.

— Você pode finalmente ver o quarto que o papai preparou para você.

— Posso sim. — Forço um sorriso. — Bom, tenho que ir. Amanhã eu acordo cedo para estudar. — Levanto e pego minha bolsa na cadeira.

— Tchau, Manoela.

Fico surpresa quando a Tiffany me rodeia com os seus braços grossos, me dando um abraço carinhoso. Retribuo seu abraço.

— Tchau, Oscar — digo quando a Tiffany me solta.

— Tchau, filha. — Ele apenas sorri.

Caminho para fora do estabelecimento carregando o meu copo de Coca Cola e vou em direção ao ponto de ônibus para ir finalmente para a minha casa.

Posso ser o que for, mas sei que Tiffany e eu não temos culpa da irresponsabilidade do Oscar. Ela está em Nova York, e eu não posso fingir que eu não tenho nenhum parentesco com ela, não como eu fazia quando ela morava em Nova Orleans.

De Repente, Você - Spin-off de Minhas PaixõesOnde histórias criam vida. Descubra agora