Mário sempre foi acostumado a conquistar o que queria, incluindo mulheres. Filho de uma família tradicional e dono de um carisma irresistível, ele vive despreocupado e seguro de si. Mas tudo muda quando uma conversa rápida com Manoela, aluna da univ...
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Estico as pernas sobre o sofá e repouso o livro na minha perna para puxar mais o casaco para o meu tronco quando um vento forte bate contra o meu corpo.
Observo a vista da sacada da mansão do Oscar e suspiro. Fico olhando a imensidão escura e as palmeiras balançando.
Volto a pegar meu livro, mas não consigo ler e me concentrar ao ouvir um latido e risadas. Deixo o livro de lado novamente e caminho para a grade da sacada. Apoio os cotovelos nela e fico observando.
— É um tanto tarde, não acha? — pergunto, atraindo a atenção.
Mario procura, mas logo me vê na sacada e abre um sorriso. Ele está com conjunto de moletom cinza e o cabelo preso com fios soltos.
— O que está fazendo na sacada, então? — retruca.
— Sou rebelde — debocho e sorrio.
— É, você é.
— Não acha que é hora das crianças dormirem? — pergunto, aponto para a Medusa.
— Medusa gosta da tranquilidade da madrugada. E Você, o que está fazendo acordada às 1:00 da manhã?
— Eu estava lendo um livro — respondo.
— Não faz outra coisa além de ler, Manoela?
— Intrigo pessoas no meu tempo livre. — Dou de ombros.
Mario sorri.
— Qual livro? — ele pergunta.
— Um Quarto Com Vista.
— Por que não desce e me conta do que se trata? — sugere.
— Não costumo falar de livros que não gostei muito.
— Me diga o que te irritou, então.
— Não sei. — Coloco meu cabelo atrás da orelha.
— Por favor — pede, eu encaro ele com os olhos fixos. — Me faça companhia.
As borboletas do meu estômago estranhamente se agitam, fazendo eu soltar um suspiro.
— Está bem — digo.
Faço uma careta, e fico muito receosa em descer, mas desço mesmo assim. Passo pelo corredor e o hall tentando não fazer nenhum barulho para não acordar ninguém. Abro a porta, caminho em direção ao Mário e a Medusa e paro na frente deles com os braços cruzados.
— Oi — digo e abro um sorriso.
— Oi — ele diz. — Vamos andar.
Mario começa a andar com a Medusa presa à coleira ao seu lado direito, e eu começo a andar do lado esquerdo dele. A noite está fresca e muito agradável. O condômino está silencioso e algumas luzes estão desligadas.