Poucos minutos de conversa foram o suficiente para que Mário ficasse intrigado e disposto a desvendar a acidez por trás das palavras de Manoela, fazendo ele começar a reparar mais na aluna da universidade da sua família. A diferença entre eles é com...
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Entro na universidade após ter saído rapidamente para comprar algo para eu comer e procuro um olhar verde específico. Fico curioso com o fato de não encontrar ela com as suas amigas.
Continuo minha caminhada e vou para a minha sala no segundo andar. No meio do caminho, paro na escada e como um fofoqueiro e intrometido, fico ouvindo a conversa da Manoela com um garoto.
— ...então eu posso te buscar e a gente vai para a formatura juntos — ele sugere.
Umedeço os lábios com a língua, me sentindo levemente incomodado. Não há nada pior que gostar de alguém que não pertence a você, que não pode e não quer pertencer, e ainda sentir ciúmes. Definitivamente isso é meu carma.
— Henrick, não sei se percebeu quando eu te deixei plantado no quarto, mas eu não tenho interesse por você. Aliás, não tenho interesse em ninguém.
— Mas eu te vejo lá?
Ouço Manoela bufar e seus passos apressados no corredor. Espero até que o menino saia do corredor e vou para o banheiro das meninas atrás de Manoela. Obviamente não entro lá, apenas fico escorado na parede do corredor.
Alguns minutos passam e a Manoela finalmente sai do banheiro com uma calça ao invés da saia que ela estava usando.
— Por que trocou de roupa? — pergunto e ela se assusta.
Manoela me olha com raiva e a mão no peito.
— Você tem uma péssima mania de me assustar. — Ela cruza os braços. — Por que está parado aí como um louco?
— Porque eu quero te perguntar algo.
— É muito melhor andar de calça por aqui — responde.
— Por que recusou o convite do Henrick para a formatura?
— Está me espionando, fofoqueiro? — Ela franze o cenho.
— Apenas estava passando, nada mais.
— Eu já disse que estou fora de cogitação em relação a homens. Posso muito bem pegar um táxi e chegar na formatura sozinha.
— Sei — murmuro.
— Sabia que não era da sua conta? — Ela cerra os olhos.
— Sabia, mas perguntar é de graça — retruco.
— Bom, eu tenho aula, então tchau. — Ela começa a andar.
— O que achou de Dom Casmurro? — pergunto.
Ela para de andar.
— Não ouviu quando eu disse que tenho aula? — Manoela me encara.
— Não vai demorar se apenas dizer a sua opinião sobre algo.
— Achei legal, tem muitas questões...legais. Era só isso?
