Poucos minutos de conversa foram o suficiente para que Mário ficasse intrigado e disposto a desvendar a acidez por trás das palavras de Manoela, fazendo ele começar a reparar mais na aluna da universidade da sua família. A diferença entre eles é com...
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Deixo o sanduíche em cima da mesa e pego o refrigerante, tomo um gole que faz meu cérebro gelar por alguns segundos. Observo o lugar aconchegante enquanto sugo o refrigerante pelo canudo de papel.
Me engasgo quando um pedaço de papel solta do canudo e começo a tossir, fazendo as pessoas me olharem. Priscila, ao meu lado, começa a dar tapas nas minhas costas.
— Estou...bem — falo com dificuldade, retomando o ar perdido. — Eu não deveria ter esquecido meu canudo de inox, quase morri.
— Teríamos te levado ao hospital...
— E ela poderia ver o Jonas — Camile corta a Priscila.
— Eu ia dizer que impediriam a morte precoce dela.
— Sei — Camile e eu falamos em uníssono, acusadoras.
— Mudando de assunto, por que não vamos na balada? — Priscila sugere.
— Você pode entrar, jovem? — ironizo.
— Que engraçado, haha. — Priscila faz uma careta de tédio. — O que acham?
— Nunca fui, como é? — Camile indaga.
— Tem homens sugadores de alma e virgindade — digo, fazendo Camile me dar um tapa no braço. — Resumindo, tem música alta, gente se encostando demais, muita bebida e bocas de vários lugares em vários lugares.
— Como assim?
— A boca que te beija pode ser a mesma que fez beijo grego em alguém.
Camile faz expressão de nojo.
— Você é ridícula, Manoela — Priscila diz. — É quase isso, mas não necessariamente.
— Eu topo — Camile se anima.
— Topa passar horas enfurnada com um monte de gente grudada, fedendo a bebida e música tão alta que estoura seus tímpanos? — pergunto, usando um tom dramático.
— Odeio quando ela faz isso. Não quer ir e convence os outros a não ir também. — Priscila bufa.
— Aí você convence a Camile e eu automaticamente vou também porque alguém tem que ficar de olho na fraca em bebidas — rebato.
— Não sou fraca, a bebida que é forte — Camile se defende.
— Irá ou não, Manoela Lauren Martin?
— Vou, Priscila Miran Thompson. Eu vou.
Elas comemoram com uma dancinha com os braços.
Após o passar dos minutos, Priscila e eu percebemos que era hora de ir para a Vezicci. Nos despedimos da Camile, que irá para o seu estágio, e seguimos para o outro lado da rua, onde está localizada a empresa da Kisa Vezenic.
Entro na empresa junto com a estilista e seguimos para o elevador. Priscila sai da caixa de metal, e eu permaneço para esperar chegar no último andar. Me encosto no metal quando vejo o elevador abrir novamente no andar da criação e a Kisa entra no elevador com a sua postura impecável em cima de um salto e grávida.
