Capítulo 2.

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Este capítulo contém gatilhos para alguns.

*Maria Júlia*

Hoje era um dia delicado para mim, um dia no qual eu preferia ficar na cama o dia inteiro e me entregar de vez pra tristeza que habitava no meu coração e deixar que ela me levasse embora. Acordei desesperada com uma crise de ansiedade e com uma dor no peito que era como se alguém estivesse o perfurando com uma adaga. Eu não queria chorar, eu queria gritar aos quatros cantos o quanto eu estava mal sem precisar me explicar o porquê. Mas, infelizmente eu não podia, além das minhas amigas, ninguém mais sabia dessa tragédia que ocorrera na minha vida à anos atrás. Elas sabiam, sabiam que isso ainda doía em mim tanto que era difícil respirar as vezes, eu não me sinto uma pessoa fraca por me permitir sofrer, jamais vou me sentir fraca por isso, eu entendo a minha dor e respeito ela totalmente, toda vez nesse mesmo dia, ela chegava e derrubava todas as muralhas que eu havia construído me deixando completamente sem chão.

Me levantei com muita dificuldade, tomei um banho rápido e escovei meus dentes, vesti uma calça Jens preta e uma regata branca e por cima um moletom cinza, nos pés coloquei um tênis e desci as escadas do meu apartamento. Eu e as meninas morávamos no mesmo prédio, eu morava no apartamento do meio, Ana no da esquerda e Helena no da direita. Por mais que ficássemos tentadas a morar juntas, nós três sabíamos que precisaríamos de privacidade e eu particularmente gosto da sensação de estar sozinha, não preciso manter meus filtros e sempre gostei muito da minha própria companhia.

Meu apartamento não era enorme, ele tinha 3 quatros, que ficavam no andar de cima, cada um com um banheiro pro caso de visitas ou até mesmo se as meninas quisessem dormir aqui. No andar de baixo, tinha uma sala/cozinha, tendo como divisória um balcão enorme de mármore, na sala tinha um enorme sofá em formato de L e uma poltrona, uma mesinha redonda de vidro no cento e uma TV presa na parede, ao lado dela havia uma pequena estante cheias de livros. Havia também uma porta de vidro na sala, que me dava a visão perfeita das ruas de NY, ou melhor ainda, do céu. Era a porta da varanda, uma varanda pequena com uma mesinha e duas cadeiras, cheias de plantas e bastante aconchegante. Algumas noites eu me sentava lá e bebia um bom vinho enquanto lia algum livro, era meu refúgio. A cozinha era simples, tinha um armário também em formato de um L que era grudado na parede na parte de cima, embaixo tinha a pia que era grande de mármore preto e um fogão ao lado, uma geladeira de duas portas grande e cinza. Era um lugar pequeno mas eu gostava, a sensação de morar em um lugar grande e dar espaço pra algum tipo de assombração correr por aí não me agradava muito.

Peguei uma garrafa de água e tomei, decidi por não tomar café, era sempre assim, toda vez que eu estava me sentindo muito triste perdia a fome e pensar na hipótese de comer qualquer coisa que seja me deixava com enjoos. Peguei a chave do meu carro e desci pro estacionamento, chegando lá fui em direção ao meu carro, ele não era lá essas coisas também,era um Fiat pulse, mas eu amava ele, esteve comigo durante anos e devo dizer que não penso em trocar de carro mais por questão de apego mesmo.

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