Meu verdadeiro amor - Livro 1 da saga: Os cavalheiros

Capítulo 50 - Bônus.

*Helena*

Respirei fundo buscando coragem para dizer todas as palavras que eu havia planejado a semanas para Peter, estávamos em seu apartamento deitados trocando carícias e conversando sobre coisas aleatórias da vida.

Eu me sentia pronta e já tinha enrolado demais, se eu não fizesse isso a Ana daria algum jeito de fazer ele descobrir e ainda iria fingir que não foi ela.

- Você está bem? está tão pensativa desde que chegou - diz ele e sento na cama o olhando.

- Eu tenho algo para lhe dizer, Peter. - ponderei por alguns segundos buscando forças, minhas mãos soavam a cada segundo e sentia meu coração acelerar como um louco - Estou pensando em dizer isso há dias.

- Então diga - diz sério.

- Peter, nós estamos nisso a tanto tempo e eu não posso mais guardar tudo que sinto por você - digo e o vejo sentar-se na cama rapidamente me olhando.

- Do que você está falando, Helena?

- Peter, eu amo você - ao ouvir essas palavras ele levantou da cama como se eu estivesse tentando matar ele ou algo do tipo, ele estava assustado? - Peter? está tudo bem?

- Isso tem que acabar - diz baixinho.

- Como assim? - perguntei sorrindo de nervosismo.

- Isso aqui entre nós dois, Helena. Acho melhor a gente acabar, não era para acontecer isso..

- Como assim não era para acontecer isso? estamos à meses juntos como se fôssemos namorados e você me trata como uma, o que você esperava? que eu não fosse nutrir sentimentos por você? - perguntei sentindo meu peito doer de frustração, eu queria correr daqui e chorar.

‐ É, era isso, pelo menos na minha cabeça era. Você não pode me amar, Helena.

- Por que não? - sinto lágrimas descerem por meus olhos e minhas mãos tremerem - você não sente o mesmo por mim, é isso?

- Me desculpa por isso, Helena. Eu não quis magoar você, de verdade. Mas a ideia de que isso se transformou em amor, eu sinto muito..

- Não posso acreditar que está fazendo isso comigo, Peter - digo chorosa e começo a pegar minhas coisas para ir embora.

- Helena, eu queria te explicar tudo, mas eu não consigo..

- E tinha que ser justo eu? justo comigo? - gritei vendo seus ombros encolherem.

- Tecnicamente você quem quis tudo isso..

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo.

- O que você disse? não acredito que ouvi isso, foi você quem foi atrás de mim depois, seu merda!

- Me desculpa então.

- Guarde suas desculpas para você mesmo, pelo visto você precisa muito mais delas do que eu.

Saio do seu apartamento desesperada, eu precisava sair daqui e encontrar as meninas imediatamente, eu não sabia se Júlia já havia chegado do cemitério ou não, mas eu espero muito que sim.

Todo esse tempo nutri e criei um sentimento que não foi real, nunca foi real!

Topei com Miguel assim que as portas do elevador se abriram e abaixei a cabeça não querendo que ele me visse nesse estado.

- Helena? - perguntou preocupado se aproximando - o que ele fez? - levantei meu olhar para vê-lo e vi uma expressão em seu rosto que jamais vira em toda vida que estive com ele, ele estava sério e sombrio, como se fosse com ele que tivessem feito algo.