Capítulo 18.

2.7K 255 72
                                    

*Maria Júlia*

A caminho do restaurante onde a mãe de Hendrick marcou nosso almoço, dirigindo devagar pelas ruas de NY e pensando por quanto tempo irei ser forte em relação à ele.

As vezes eu me odeio por ser tão covarde e ter medo de acabar me apaixonando, meu coração já não aguentaria mais sofrer depois de tudo que passei com aquele imbecil, eu nem mesmo tenho confiança para manter algo, eu só queria calar essa confusão dentro de mim por uns segundos, só isso..

Eu sou mesmo uma covarde..

Limpei algumas lágrimas que caíram no meu rosto ao me lembrar da dor que foi ter suportado tudo aquilo por anos, eu nunca mais fui a mesma.. Tantas pessoas acabaram comigo aos poucos e me deixaram quebrada que eu não consigo mais pensar em deixar alguém chegar perto demais..

se recomponha, não é um momento para demonstrar fraqueza- pensei

Percebendo que não ia haver vaga na frente do restaurante, estacionei meu carro na esquina e saí em direção do mesmo pelo meio das pessoas e senti meu corpo topar sem querer no de alguém, um homem. Alto e forte, ele estava de capuz e todo vestido de preto e de cabeça baixa, não consegui ver seu rosto direito.

Pedi desculpas mas ele apenas saiu andando continuando seu caminho, franzi o cenho e voltei a caminhar.

Senti um arrepio na nuca e logo em seguida por todo meu corpo que se arrepiou também, uma sensação estranha atingiu meu coração junto de um aperto como se alguém estivesse o esmagando.

Acelerei meus passos e olhei para os lados sentindo-me vigiada, adentrei rapidamente o restaurante e cheguei à mesa onde estava a mãe do Hendrick e as meninas que assim que me avistaram mudaram suas expressões para preocupadas.

- Você está bem? está pálida! - exclamou a mulher de cabelos pretos e olhos azuis.

Me sentei e respirei fundo buscando por ar

- Júlia, fala alguma coisa, o que houve? - perguntou Ana e Helena pediu um copo de água para mim.

- Não foi nada, não se preocupem com isso, eu só levei um susto na vinda para cá. Me desculpem. - Elas assentiram.

- Sou Marina, mãe dos meninos, eu estava super animada para finalmente conhecê-las, Miguel falou muito bem de vocês. - disse sorridente nos fazendo rir junto dela.

- O prazer é todo nosso, Senhorita Marina - digo.

- Ora, por favor me chame apenas de Marina - ela tocou minha mão sob a mesa e continuou - Você é muito mais bonita do que Hendrick havia me dito, e olha que ele é bastante detalhista - senti meu coração aquecer com seu toque e me senti, por um momento, acolhida. - Na verdade, vocês três são lindas, eu já até sei qual vestido cada uma irá usar para o baile.

- Oh, não precisa se preocupar com isso, Marina, nós vamos dar um jeito - diz Helena sem graça.

- Eu insisto, amigas dos meus filhos, são como filhas para mim, deixem essa parte comigo - tocou o ombro de Helena carinhosamente e sorriu.

- Já que você insiste, tudo bem - Ana piscou e todas nós gargalhamos.

O Almoço correu super bem, melhor do que eu esperava, Marina tinha uma personalidade incrível e super acolhedora, gargalhamos tanto com ela e suas histórias e principalmente as das suas aventuras com seu marido, agora entendo o porque dos meninos serem um tanto carinhosos, nascendo em um lar cheio de amor, é totalmente compreensível.

Também fiz todas as anotações do baile e voltei para a empresa indo para a sala do idiota do meu chefe que havia me chamado assim que cheguei

- Mandou me chamar? - entrei na sala sendo observada com sei olhar de malícia

- Sim, sente-se - ordenou e assim que sentei-me à sua frente ele prosseguiu

- O evento com a empresa Forts, como está indo?

- Está indo tudo bem, já tenho tudo que Jace precisa e ele só está procurando por uma data acessível para que ocorra. - respondi calmamente

- Você está fora, vou passá-lo para outra pessoa. - diz e volta seu olhar para o bloco onde anotava alguma coisa.

- Como assim estou fora? eu organizei tudo e está todo pronto para você simplesmente me tirar de frente desse evento? por que? foi ele quem me pedira para assumir as responsabilidades de tudo. - digo alterada, eu não podia acreditar que isso estivesse acontecendo.

- Eu quero que você foque apenas no evento que está fazendo para a senhora Kavinsk. É uma ordem, Júlia.

- Sim, é uma ordem e eu entendo, mas eu exijo uma explicação decente.

- Você não está no direito de exigir absolutamente nada, eu não a quero de frente desse projeto e ponto final, a sua única opção é acatar a ordem do seu chefe

Uma luz se ascendeu em minha mente e tudo ficou claro na mesma hora. Era óbvio o que estava acontecendo aqui..

Com o evento do Kavinsk que fora um sucesso e deu o que falar, consegui trazer bastante clientes grandes para nossa empresa incluindo Jace Forts, que solicitou à mim para tomar de conta de tudo, e como será outro projeto grande em minhas mãos junto do baile dos Kavinsk que está espalhado por todas as notícias e todo mundo queria ser convidado para estar lá seria uma grande vantagem para mim pois logo meu trabalho iria se expandir ainda mais, me tornando assim, uma ameaça à Gustavo na concorrência da presidência. A quanto tempo ele estava fazendo isso que não percebi?

- Você é baixo, Gustavo. - digo exaltada

- Eu só faço o que é preciso para eliminar as pedras que aparecem no meu caminho, simples assim. Não há porque me culpar por isso, eu faria pior se fosse necessário. - encostou na cadeira sorridente.

- Você sabe melhor do que ninguém que Jace contatou à mim para organizar o evento.

- Isso já está resolvido, já conversamos com ele avisando que você não iria mais estar na frente.

- Você não tinha esse direito - fecho minhas mãos e as aperto com força para conter a raiva dentro de mim.

- Não só tenho como o fiz - sorriu vitorioso e continuou - Você está muito altera, se quiser posso ajudá-la a relaxar, tenho uma maneira ótima de relaxamento. Não me culpe por sua incompetência.

Esse filho da puta

Me levantei rápido dando um soco firme na mesa que fez com ele desse um sobressalto de susto e olhou para a minha mão.

- Você vai cair, Gustavo. - ajeitei minha postura - E quem vai derrubá-lo sou eu, e quando cair, eu irei rir de você como nunca ri da desgraça de alguém em toda a minha vida.

Me virei e saí da sala puta, nem esperei dar meu horário de ir embora e peguei minhas coisas indo em direção à academia de luta, eu precisava jogar toda essa raiva para fora ou bateria no primeiro que topasse em mim.

xxxx

Observando o céu da varanda de seu apartamento, pensando em tudo que vivera à anos atrás e chorando enquanto bebia uma garrafa de bouborn, ela não acreditava, ou ao menos não queria acreditar que seu coração não lhe pertencia como o dela ainda o amava, loucamente e desesperadamente.

Seu coração doía, despedaçado, quebrado e magoado.

Sob o olhar do céu jurou a si mesma que recuperaria o amor dele, de seu homem, o amor que nunca deveria ter sido de outro alguém.

___________________________________________

só digo uma coisa, as coisas vão começar a esquentar em..

votem e comentem. <3

Meu verdadeiro amor - Livro 1 da saga: Os cavalheiros Onde histórias criam vida. Descubra agora