Capítulo 49.

2.1K 255 67
                                    

*Maria Júlia*

- Vamos lá Júlia, levanta dessa cama, você está deitada sem comer nada já tem dois dias e você está fedendo - diz Helena e a ignorei, mas a mesma nao me deixou quieta e puxou o lençol da cama me fazendo cair de cara no chão.

- Eu te odeio - resmungo.

- E eu amo você!

- Quero ficar sozinha, vocês não entenderam isso ainda?

- Não, se quiser tentar explicar de novo - zombou Ana e ouvi Helena rir baixinho.

Desisti de tentar discutir com elas e entrei no banheiro indo para de baixo do chuveiro. Eu estava um caco, já faz dois dias desde o fracasso do evento do Kavinsk e da cobra, dois dias em que fui uma burra falando besteiras para ele. E para ser sincera, eu estava morrendo de saudade dele.

Assim que a ficha do que eu disse caiu eu fiquei extremamente mal, me sinto tão envergonhada!

E falando nele, ontem ele veio aqui e ficou horas batendo na minha porta, ele tinha uma cópia da chave e me surpreendeu não ter entrado mesmo assim depois que o mandei ir embora daqui aos berros. Eu não conseguia o encarar, não depois do fiasco que aconteceu entre nós dois, eu estava fugindo.

Depois do banho desci para tomar café com as meninas e Ana se pronunciou.

- Espero que esteja arrependida - diz.

- Ele ficou do lado dela - rebati.

- Para de usar isso como desculpa para você passar pano pra tudo que você disse naquela noite, pelo amor de deus! vocês dois estão errados nisso.

- Concordo com a Ana - diz Helena e reviro os olhos.

- O que querem que eu faça?

- Para de fugir, pelo menos uma vez na sua vida põe a cara pra bater - Ana se levantou indo por sua xícara na pia, ela estava mesmo irritada - Ele errou, mas você também o magoou. Você não está certa e se você ama ele acho melhor descobrir logo, se não eu mesmo vou ajudar ele a superar você, ele também é meu amigo.

Saiu porta a fora sem me deixar dizer absolutamente nada, era muito difícil a Ana se irritar com algo, a não ser com Miguel, mas isso é normal já que todo mundo se estressa com ele. Respirei fundo enquanto Helena bebia do seu chá me encarando.

- Vai brigar comigo também?

- Não estamos brigando com você, estamos puxando sua orelha para ver se você acorda e se dá uma chance de ser feliz, mas pelo visto você quer morrer nesse poço de tristeza e insegurança.

- Eu não sei se consigo superar isso tudo.

- Consegue, você se põe muito para baixo, mulher! por deus. Você se acostumou com isso de que não consegue e por isso não sai do lugar, você diz que superou mas na verdade só se escondeu por tempo demais de tudo, você nunca encara nada, não dá pra viver sempre com medo.

- Tá bom, tá bom. Entendi, eu mereço isso.

Ana voltou com uma sacola em mãos e me encarou.

- Doce pra você - Deu-me a sacola e sorri para ela - me desculpa, mas eu não aguento mais ver você perdendo a chance de ser feliz com alguém que faz de tudo por você, até mesmo invade casas só por você querer vingança.

Gargalhamos alto lembrando da loucura que fizemos naquele dia, não me arrependo nenhum pouco.

Levantei indo para o quarto trocando de roupa, optei por uma calça e uma blusa com um moletom por cima e dei partida no carro em direção ao cemitério. Ao chegar apenas me sentei perto da lápide dos meus pais e me permiti chorar, eu queria poder ter eles aqui comigo para me aconselhar e me guiar para o caminho certo.

Meu verdadeiro amor - Livro 1 da saga: Os cavalheiros Onde histórias criam vida. Descubra agora