2 - Caloura

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HEEEY

Fiquei muito feliz com o número de pessoas que resolveu dar uma chance para Sapucaia mesmo não sendo uma fanfic. Obrigada de verdade hehehe

Boa leitura e beijinhos da Imbigo!!!

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CALIANDRA

-Eu vou recusar!!! – Falei firme, observando Amanda e Cecília revirarem os olhos, impacientes.

As duas tentavam a todo custo me convencer a assinar o contrato com Lis, mas obviamente eu não estava interessada em vender minha alma para o diabo, me era mais preferível aderir à dieta do papelão para o almoço e jantar do que depender da empresa dos Divaca.

Eu sabia que não tinha outra alternativa, mas me recusava a deixá-la conseguir o que queria depois de me roubar.

As pessoas poderiam chamar de orgulho, mas eu chamava de gestão de riscos. Estar perto de Lis me colocava em constante perigo de gastar meu réu primário com um assassinato inútil, o mundo ficaria melhor sem Lis, mas com toda certeza não valia a perda do meu brilhantismo. Eu não podia ser presa por assassinar aquela mulher e a melhor forma de evitar isso, era ficando bem longe dela.

-Olha. – Amanda começou com paciência, sendo a perfeita advogada do diabo. Minha amiga era sempre cheia de argumentos, mas nenhum deles poderia me convencer naquele caso. – Eu sei que ela é uma idiota sem caráter e fazer isso com você foi muito baixo da parte dela, sei que é difícil, tenho acompanhado a saga de vocês por anos. – Nossa saga poderia ser resumida em sangue, fogo e labaredas. – Eu entendo que Lis é a última pessoa com quem quer trabalhar no mundo, mas primeiro, ela é realmente muito boa no que faz, sua pesquisa estaria em segurança e teria todos os recursos disponíveis, e segundo, você nem precisará trabalhar diretamente com ela, Lis é do administrativo e você ficaria no laboratório. Eu preferia que existisse outro jeito, mas ela não te deixou muitas opções, amiga. E o contrato que ela ofereceu é realmente vantajoso, nem se você tivesse terminado a pesquisa e vendido a patente teria porcentagens tão altas, apesar de te forçar a trabalhar para ela, financeiramente ela está te oferecendo uma oportunidade de ouro e se tudo der certo você pode ir para o mais longe possível depois, vai ter dinheiro para isso.

Eu sabia que Amanda estava sendo perfeitamente racional e impecável em seus argumentos, mas certas situações, ou melhor, certos sentimentos envolvidos nessas situações, nos impedem de ser racionais. Quando se tratava de Lis Dubois, me era impossível utilizar qualquer neurônio do meu cérebro.

-Amanda, quase dez anos atrás eu prometi para eu mesma que Lis não existiria mais em meu mundo e vai continuar assim. – Quase rosnei, fechando a expressão ao máximo que me era possível.

-Com a única observação de que ela nunca realmente deixou de existir. – A advogada rebateu com certo deboche. – Ela se manteve em sua vida todo esse tempo, de um jeito ou de outro.

Grunhi raivosa, sabendo que ela estava completamente certa sobre aquilo. Lis sempre estava lá, não importava o quanto eu tentasse me afastar e fingir que ela não existia, a mulher insuportável sempre acabava se inserindo em minha vida de alguma forma.

Ela e seus turbantes impecavelmente arrumados, seus dois metros de altura e seus olhos verdes desconcertantes sempre estavam presentes em meu cotidiano. Quando eu menos esperava, lá estava aquele sorriso branco, naquele rosto bonito, me irritando apenas por existir.

Esse era outro motivo para eu não querer assinar aquele maldito contrato, mais uma vez ela estava prestes a entrar em minha rotina de uma forma impossível de evitar e eu tinha pelo menos uma chance de impedir antes que isso acontecesse. Isso significaria perder a oportunidade de continuar minha pesquisa, mas aceitar conviver com ela me faria perder a sanidade.

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