11 - Friendzone Canina

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HEEEEY

Voltei rápido dessa vez, mereço pelo menos um oi hahahahah

Beijinhos, boa leitura

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-LIIISS, EU VOU TE MATAR.

Ah como é deleitoso ouvir promessas tão doces da mulher amada. Sorri largo ao assistir Caliandra invadir minha sala com um mini tourinho bravo. Eu havia soltado a bomba e corrido, pois no fundo tinha certeza que ela não deixaria por aquilo mesmo.

-Fale agora tudo que eu disse!!! – Ela exigiu tendo a face vermelha de irritação. – Melhor ainda, deixe que eu olhe o seu celular.

Eu neguei com a cabeça, nunca correria o risco de perder conteúdos tão preciosos.

-Já disse, apenas me mandou um texto enorme explicando sobre como estava cansada das nossas brigas e de como estava disposta a oferecer uma trégua e oferta de amizade...... além dos vídeos cantando calcinha preta.

-Vídeos? – Ela perguntou em choque, passando as mãos pelos cabelos lisos de forma que o aspecto deixado era completamente selvagem combinando com o humor atual da nordestina.

-Parece maaagica, nascemos um "pro" outro feito a lua e o mar.... – Cantarolei, imitando um dos vídeos que ela mesma me enviou. – Por que não olha seu próprio celular? Deve ter aí toda nossa conversa.

Ela piscou lentamente como se apenas se lembrasse naquele momento que existia essa possibilidade. Talvez estivesse nervosa demais para lembrar que se havia chegado a mim, tinha que ter partido dela. Meu sorriso era largo enquanto observava a mulher a minha frente buscar pelo celular com grande pressa. Seus dedinhos trabalhando rapidamente na tela que quase encostava nos óculos em seu rosto. Por que será que aproximava tanto o celular?

Suas sobrancelhas franziram ao ler as mensagens.

-Oh Deus, eu mandei três vídeos, disse que minhas axilas estavam cheirosas e que achar axilas cheirosas era um sinal de que você quer se reproduzir então talvez eu estivesse querendo me reproduzir comigo mesma.

Eu sorri, ler aquilo havia sido o ponto alto da minha noite. E sim, ela tinha mesmo axilas cheirosas, mesmo depois de suar por um dia inteiro. Era curioso.

-Você me disse para beber água e ir dormir. – Caliandra continuou, sussurrando baixinho, me encarava com dúvida tão genuína que me senti envergonhada.

-Bom, você parecia muito bêbada.

-Você poderia ter se aproveitado, para conseguir mais coisas constrangedoras de mim.

-Eu já tinha conteúdo o suficiente. – Justifiquei simples. – E agora somos amigas, vamos deixar todo o deboche para quando a amizade estiver mais estabelecida.

Ela não sorriu da minha piadinha, seus olhos estavam sérios, terrivelmente sérios. Pareciam decididos a enxergar coisas dentro de mim.

-Você quer isso, quer ser minha amiga?

-Quero!

-Por quê?

-Porque eu gosto de você. – Suas sobrancelhas franzindo e os passos atrás me deram a urgência de completar com algo que tornasse mais fácil de aceitar. – Gosto de você como pessoa, gosto de trabalhar com você e acho que funcionaríamos melhor em um ambiente amistoso.

Seus olhos desconfiados ainda me encaravam muito minuciosamente. Incomodava um pouco que ela fosse tão hesitante em relação a ideia de manter uma amizade comigo, Caliandra era o tipo de pessoa que faria amizade com o assaltante enquanto ele a roubava. Era como uma mãe na fila de mercado, em segundos trocava intimidade com absolutamente qualquer pessoa com disposição. Em alguns meses de laboratório já havia conseguido se tornar madrinha de um bebê, nora almejada por todas as senhorinhas, inclusive as que eram mãe de meninas, e convidada especial do futebol que alguns rapazes organizavam nas sextas a noite.

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